Governo quer que organizadores da festa ilegal paguem indemnizações

Afesta, que se realizou a 7 de Junho, já fez 76 casos de Covid-19

Francisca Van Dunem, ministra da Justiça – Foto de arquivo

O Governo pediu, esta sexta-feira, 19 de Junho, a intervenção do Ministério Público para que «instaure ações indemnizatórias» contra os organizadores da festa ilegal de Odiáxere (Lagos). 

Em comunicado, o Ministério da Justiça explica que solicitou à «Procuradoria-Geral da República a intervenção do Ministério Publico para, em representação do Estado, instaurar ações indemnizatórias contra os promotores do evento de Odiáxere».

O mesmo pedido foi feito hoje, por Hugo Pereira, presidente da Câmara de Lagos, em conferência de imprensa.

«A minha grande preocupação neste momento é a saúde pública, mas não tiramos de cima da mesa essa outra situação: a justiça terá de funcionar, como forma de retrair qualquer outro acontecimento semelhante, seja em Lagos, seja em qualquer outro sítio do país», disse.

Esta festa terá juntado cerca de 100 pessoas, numa altura em que estão proibidos ajuntamento com mais de 20.

De acordo com a última atualização, feita esta tarde pela delegada regional de Saúde, a festa, que se realizou a 7 de Junho, já fez 76 casos de Covid-19.

Segundo esta responsável, o surto «está contido» e hoje já «se notou o aparecimento de um menor número de novos casos positivos».

«Até à meia noite de ontem, foram realizados 1222 testes, focados em grupos de contactos no contexto laboral e familiar», disse a mesma responsável – ontem a Câmara de Lagos falava em 1100 testes já realizados – , acrescentando que ainda estão a ser feitos testes relacionados com a festa, «cerca de 250 por dia», mas a diminuir a testagem massiva.

Dos 76 casos já confirmados, com ligação ao evento ilegal, 82% das pessoas são residentes em Lagos, 12% em Portimão e 5% noutros pontos do Algarve, nomeadamente em Lagoa, Albufeira e Loulé, mas também de fora da região. Nem todos estiveram na festa, tendo alguns sido infetados através de relações familiares e laborais, como é o caso das crianças.

Destas pessoas, 31 têm entre 20 e 29 anos, outras 15 entre 30 e 39 anos e há 14 com idades dos 10 aos 19 anos. Nove são crianças com menos de 9 anos.

 

 



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