Portugueses e fundo britânico compram Vilamoura World à Lone Star por mais de 100 milhões

Marina é talvez o ativo mais valioso

Marina de Vilamoura – Foto: Ana Madeira | Sul Informação

A Vilamoura World (Lusotur) foi comprada à norte-americana Lone Star por um grupo de investidores portugueses, liderado por João Brion Sanches, e pelo fundo de investimento britânico Arrow Global, num negócio de mais de 100 milhões de euros.

Segundo o jornal «Eco», o grupo de investidores portugueses inclui ainda os empresários Filipe de Botton e Alexandre Relvas.

A operação, junto dos investidores, foi apoiada pela Norfin, «que assume também funções de consultoria na gestão futura de Vilamoura», revela um comunicado enviado às redações.

João Brion Sanches, que será o novo CEO da Vilamoura World, salienta, no mesmo comunicado, que «ninguém é verdadeiramente dono de Vilamoura».

«Este grupo de investidores pretende ser o guardião deste património, orientá-lo e cuidar bem dele para as próximas gerações», garante, acrescentando: «temos uma visão de médio/longo prazo para a região, que passa pelo desenvolvimento de um produto sustentável e de qualidade, de forma a poder afirmar-se como o melhor destino do Algarve para viver, investir e passar férias, tanto para nacionais como para estrangeiros».

O negócio envolve 100% do capital social da Vilamoura World (sociedade que gere todos estes ativos), 21 lotes de terreno para desenvolvimento, 49% da Inframoura (empresa municipal que gere as infraestruturas públicas de Vilamoura), um centro equestre que é dos melhores a nível europeu, um parque ambiental com 200 hectares, o núcleo museológico do Cerro da Vila e a marina, que é talvez o ativo mais valioso.

Inaugurada em 1974, a Marina de Vilamoura é a maior e mais premiada do país e uma das maiores da Europa, com os seus 825 postos de amarração. A concessão da marina é válida até 2060.

Quanto ao centro equestre, inclui quatro arenas, das quais três em areia e uma em relva, capacidade para receber em permanência 870 cavalos em boxes individuais. Todos os anos é palco do Vilamoura Atlantic Tour e do Vilamoura Champions Tour, provas hípicas que selecionam equipas para os Jogos Olímpicos e mundiais de obstáculos.

Os 100 milhões de euros que esta compra terá custado são inferiores ao preço inicialmente pedido pela Lone Star. No entanto, o chumbo, no ano passado, do mega projeto da Cidade Lacustre, que recebeu Declaração de Impacte Ambiental desfavorável, após uma consulta pública que desencadeou centenas de reações negativas, acabou por desvalorizar o negócio.

O fundo norte-americano Lone Star é também o proprietário do Novo Banco, em Portugal.

 



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