Maior Primark do país vai ser em Loulé e «toda a gente está entusiasmada»

A Primark é uma das (muitas) lojas que vai abrir portas a 27 de Setembro, dia da inauguração do MAR […]

Stephen Mullen

A Primark é uma das (muitas) lojas que vai abrir portas a 27 de Setembro, dia da inauguração do MAR Shopping Algarve. A cadeia irlandesa vai abrir, no concelho de Loulé, a maior loja do país e, segundo Stephen Mullen, diretor geral para a Península Ibérica, «só temos recebido feedback positivo».

Em entrevista ao Sul Informação, o responsável garante que «toda a gente com quem eu falei está entusiasmada com a chegada da Primark a esta parte do Algarve», sendo que já existe uma loja da marca em Portimão, no centro comercial Aqua.

A construção do complexo IKEA, em Loulé, não foi bem aceite pelas associações empresariais algarvias, que chegaram a tentar travar o projeto com uma providência cautelar, situação que acabou por ficar sanada.

No entanto, no caso da Primark, conhecida pelos preços baixos de venda, Mullen garante que só houve “boas-vindas”. «Não sabemos o que se passou com a construção do MAR Shopping, não sabemos de nada, só temos recebido feedback positivo e só queremos trazer grandes preços e grande moda a este lado do Algarve».

MAR Shopping abre a 27 de Setembro

Atualmente, a loja de Portimão já recebe clientes de todo o Algarve e Stephen Mullen considera que a região tem público para duas lojas Primark, que vão ficar separadas por cerca de 70 quilómetros.

«70 quilómetros é muito para percorrer para ir a uma loja. Estamos contentes por trazer a nossa proposta a todas as pessoas que fazem essa viagem, mas também para aquelas muitas pessoas que não se deslocam. Para nós, é importante trazer a nossa marca para as zonas de Loulé, Faro, Albufeira, toda esta área», considera.

Para o responsável, duas lojas no Algarve não são de mais, mas, e se forem três? «Neste momento, duas são suficientes. Vamos ver como vai correr com estas duas e vamos ver o que acontece. Temos planos para mais lojas em Portugal», adianta.

A nova loja, que é «significativamente maior que a de Portimão», com 4500 metros quadrados, «terá o nosso último conceito. O nosso design evoluiu, vamos ter wi-fi para os clientes, áreas de espera, onde se podem carregar os telemóveis, vamos melhorar o merchandising visual significativamente. Vamos ter a última geração de ambiente de compras», revela Stephen Mullen.

Foto Arquivo

Para esta loja, serão contratados 150 trabalhadores, sendo que «esse é um número base, nas alturas de picos de clientes, veremos esse número a aumentar».

A menos de um mês da abertura da loja, ainda há vagas por preencher e Stephen Mullen realça as vantagens de trabalhar na cadeia de lojas irlandesa.

«As posições que temos são predominantemente para posições nas vendas, porque as posições de gestão são preenchidas internamente. 67% dos supervisores, no ano passado, vieram de promoções internas. É uma grande oportunidade para quem trabalha connosco de progredir e crescer», diz o responsável.

«Abrimos lojas nos Estados Unidos e tivemos gestores de Portugal e assistentes que foram para lá para ajudar à abertura, houve muitas pessoas, de vários países, que ficaram lá. Incentivamos a que as pessoas cresçam na empresa», acrescenta.

Para que uma loja Primark venda roupa, são necessários vendedores, mas também é necessária mão de obra que a produza, sendo a maior parte de países asiáticos. Os preços baixos praticados na cadeia irlandesa, garante Stephen Mullen, não são atingidos à custa de exploração e más condições de trabalho.

«Não temos fábricas, importa esclarecer. Os nossos preços são baixos, porque temos margens menores que os nossos competidores, vendemos maiores quantidades, não fazemos publicidade e temos um sistema logístico muito eficiente. Além disso, trabalhamos com os nossos fornecedores, fazendo encomendas com muita antecedência, para que tenham economia de escala e produzam fora de época», diz o responsável.

Imagem de fábrica (Site Primark)

No que diz respeito às condições de trabalho nas fábricas, diz Mullen, «trabalhamos de muito perto com os fornecedores, somos membros da Ethical Trading Initiative desde 2011, fazemos inspeções não anunciadas aos fornecedores. No último ano, fizemos 3000 promovidas por nós, e essas inspeções verificaram se as leis e condições de trabalho estão a ser cumpridas nos standards. Levamos isso muito a sério e temos equipas no terreno, nesses países, só a trabalhar na parte ética».

O diretor geral da Primark para a Península Ibérica dá o exemplo de um projeto intitulado “Cotton Connect”, que está a ser desenvolvido na Índia e que trabalha com agricultoras para a produção de algodão de uma forma mais sustentável.

«Estive lá em Janeiro e foi uma experiência extraordinária. Pude ver o trabalho que a nossa empresa está a fazer para encorajar a produção de algodão sustentável entre estas mulheres agricultoras. O objetivo é que possam produzir mais eficientemente, usando menos químicos e gerando mais dinheiro a longo termo. Nestas aldeias, há mais crianças a ir à escola e houve uma rapariga que foi a primeira a ir para a universidade, num raio de 80 quilómetros», conta.

Sobre o trabalho que é feito localmente a nível de responsabilidade social, Stephen Mullen garante que, no caso de Loulé, «vamos trabalhar com uma instituição de solidariedade local, ainda para ser identificada. Além disso, toda a mercadoria que não é vendida vai para a New Life Foundation. Doamos os produtos, eles reciclam e esse dinheiro vai para a caridade. Não sei se vem algum para Loulé», conclui.

 

Correção às 11h25: A loja terá 48 mil pés quadrados (square feet), o equivalente a 4500 metros quadrados.

Comentários

pub