Rui Curado/RIR – «A nossa maior convicção é defender a autonomia do Algarve»

Melhor solução para a falta de água é a «ligação do Guadiana a Odeleite, através de uma conduta que recolha a água no Pomarão, aproveitando as águas que vêm das ribeiras do Vascão e da Foupana e que desaguam no rio Guadiana»

Rui Curado, 45 anos, motorista, é o cabeça de lista do Algarve pelo partido RIR – Reagir Incluir e Reciclar às Eleições Legislativas, pelo círculo do Algarve.

Agora que já está a decorrer a campanha eleitoral, o Sul Informação está a publicar entrevistas com os cabeças-de-lista dos 14 partidos ou coligações que se candidatam às Legislativas do próximo dia 10 de Março.

As mesmas questões foram enviadas, atempadamente, a todos os 15 pri-meiros candidatos, abrangendo os principais temas em foco no Algarve.

As entrevistas serão publicadas à medida que as respostas forem chegan-do à nossa redação.

Sul Informação – Quais são as prioridades da sua força política na próxima legislatura para o Algarve?
Rui Curado – Todo o Algarve é uma prioridade, é uma região com um enorme potencial, na qual os nossos governantes nada têm feito a não ser falsas promessas nas suas campanhas.
Para o Algarve, o RIR prioriza o acesso aos cuidados de saúde de qualidade em tempo útil a todos os algarvios e portugueses, bem como um investimento na construção do Hospital Central do Algarve ou até mesmo do hospital do Sotavento algarvio (já prometido desde que o Cavaco Silva era primeiro ministro).
Nós defendemos a criação de habitações a custos controlados para contribuintes ativos, sendo a habitação um grave problema na região e no país também.
Por último, deixo a nossa maior convicção, que é liderar e defender a autonomia do Algarve.

SI – O que o levou a aceitar ser cabeça de lista pelo partido que representa?
RC – A aceitação deveu-se ao facto de ter o sentido de responsabilidade em defesa da região algarvia, região que, ao longo de décadas, tem sido desrespeitada e esquecida, não só pelo atual governo, como por todos os outros que por lá têm passado.
É, por isso, fulcral uma política diferente e mais interventiva no Algarve.

SI – Quais são as expetativas e objetivos da sua força política em relação a estas Eleições Legislativas?
RC – O RIR tem a convicção de que teremos representação parlamentar e não só por um círculo eleitoral.
O RIR afirma que os resultados de 2019 serão facilmente ultrapassáveis, as pessoas nas ruas, nas redes sociais, mostram a sua vontade de que as representemos na Assembleia da República. Existe uma enorme identificação por parte das pessoas com aquilo que defendemos e pretendemos para os portugueses.
Os portugueses desta vez não se vão deixar enganar.

SI – O que falta fazer no Algarve?
RC – Se todas ou quase todas as promessas tivessem sido cumpridas por quem nos tem governado, não estaria aqui sem saber por onde começar.
O Algarve tem excelentes condições e recursos para potenciar o setor da indústria, de forma que seja possível a criação de marcas para entrar no mercado internacional, o que, por consequência, levaria ao aumento das exportações.
Não podemos estar completamente dependentes do turismo.
Uma requalificação da EN125 de Faro a VRSA é imperativa, visto esta não ser uma alternativa válida e segura à A22, que, por sua vez, se encontra num estado deplorável, mesmo sendo a pagar e não oferecendo a segurança que lhe é exigida.
O setor social e da saúde são áreas que necessitam de uma grande intervenção, por haver uma enorme carência de desenvolvimentos e prospeção.

SI – A seca e a falta de água é um tema premente no Algarve. Que soluções defende, no curto prazo, sabendo-se que a água atualmente disponível só chega até Agosto? E no médio e longo prazo?
RC – O Algarve tem um clima mediterrânico caracterizado pela existência de um período estival seco com uma duração prolongada, que ultrapassa os cinco meses no litoral. O período seco coincide com o período quente.
A seca crónica no Algarve deve-se à sucessão anormal de anos secos que não são compensados com anos húmidos. Vila Real de Santo António, por exemplo, conta já com 13 anos seguidos de precipitação abaixo da média.
Além da sucessão de anos secos, tem-se verificado um notável aumento da temperatura média na região e uma alteração no padrão de precipitação: longos períodos secos são interrompidos por curtos períodos de chuva torrencial.
O Baixo Alentejo está a sofrer os mesmos problemas, pois, tal como o Algarve, depende da existência de instabilidade a sudoeste de Sagres e no Golfo de Cádis durante os meses de Outono e de Inverno.
Se este padrão veio para ficar ou se se trata de uma mudança cíclica que será revertida nos próximos anos só o tempo poderá dizer.
Até lá, importa encontrar a solução com melhor relação custo-benefício e menor impacto ambiental para solucionar o problema do abastecimento público e do regadio nos próximos anos.
E essa solução é a ligação do Guadiana a Odeleite, através de uma conduta que recolha a água no Pomarão, aproveitando as águas que vêm das ribeiras do Vascão e da Foupana que desaguam no rio Guadiana, solução quatro vezes mais barata que uma barragem na Foupana e com capacidade para captar e armazenar uma quantidade bem superior de água.

SI – A Saúde é um setor muito deficitário no Algarve e no país. Que medidas preconiza para resolver os problemas da Saúde no Algarve?
RC – O problema da Saúde no Algarve está interligado com todas as faltas que a região tem.
Partindo do princípio que o Algarve tem cerca de 440 000 habitantes e que, em época alta, o Algarve acolhe três ou até quatro vezes mais que a população cá residente, como é possível não existir um reforço no que respeita ao número dos profissionais de saúde?
É necessário que exista a criação de programas de incentivo aos profissionais de saúde a fixarem-se no Algarve, de forma a que exista um reforço nas unidades hospitalares já existentes, quer a nível humano como de materiais.
Reivindicamos que os incentivos que deverão ser aplicados aos médicos sejam extensíveis a todos os outros profissionais de saúde.
O RIR defende a ampliação de centros de cuidados continuados e paliativos.

SI – E quanto ao Hospital Central do Algarve? O que deve ser feito?
RC – Como referi de uma forma breve acima, é necessário ser feito investimento na construção do Hospital Central do Algarve ou no do Sotavento algarvio.
Este investimento seria uma forma de revitalizar a saúde na região, ao mesmo tempo poderia travar a emigração de profissionais de saúde.
Com a construção deste e sendo apoiado pela Unidade Local de Saúde do Algarve, conseguiríamos uma redução no tempo de espera para cirurgias e haveria uma redução de gastos do Governo com o pagamento nos vales cirurgias para os privados.

SI – O Centro Hospitalar Universitário do Algarve e a Administração Regional de Saúde juntaram-se, a partir de 1 de Janeiro, num único organismo, a Unidade Local de Saúde do Algarve. O que pensa desta alteração e que expetativas tem para o seu futuro?
RC – A fusão do CHUA e da ARS em um único organismo, a ULS do Algarve, pode trazer benefícios em termos de eficiência operacional, coordenação de serviços de saúde e sinergias de recursos.
Essa integração pode ajudar a melhorar a prestação de cuidados de saúde na região, otimizando a utilização de recursos, aumentando a cooperação entre diferentes entidades e garantindo uma abordagem mais integrada e holística no atendimento aos pacientes.
Em relação às expectativas para o futuro dessa alteração, espera-se que a ULS do Algarve possa oferecer serviços de saúde de qualidade, acessíveis e abrangentes para a população local.
Além disso, espera-se que a integração permita uma melhor gestão dos recursos humanos, financeiros e materiais, resultando em uma prestação de cuidados mais eficaz e eficiente.
No entanto, é importante monitorizar e avaliar continuamente os resultados dessa mudança, a fim de garantir que as expectativas sejam atendidas e que a qualidade dos serviços de saúde seja mantida ou aprimorada.

SI – O anterior Governo, agora apenas em gestão, transformou as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional em Institutos Públicos, agregando novas funções (como a Agricultura e Pescas, bem como a Cultura). O que pensa desta alteração e que expetativas tem para o seu futuro? Trata-se de um primeiro passo para a Regionalização?
RC – A transformação das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional em institutos públicos, agregando novas funções como agricultura, pescas e cultura, pode representar uma mudança significativa na forma como essas entidades operam e na amplitude das áreas que abrangem.
Essa alteração pode permitir uma maior integração e coordenação de políticas em diferentes setores, facilitando a implementação de estratégias mais abrangentes e alinhadas com as necessidades regionais.
Quanto às expectativas para o futuro dessa alteração, é possível que os institutos públicos recém-criados possam desempenhar um papel mais proativo no desenvolvimento regional, promovendo a inovação, o crescimento económico sustentável e a coesão social.
Espera-se que essa mudança resulte em uma maior eficiência na implementação de políticas e programas, assim como em uma melhor resposta às necessidades de cada região.
Quanto à questão da regionalização, a transformação das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional em institutos públicos pode ser considerada como um passo na direção de uma maior autonomia e descentralização de decisões a nível regional.
No entanto, é importante analisar mais a fundo se essa alteração representa de facto um avanço significativo rumo à regionalização efetiva, que envolveria também a atribuição de competências alargadas e autonomia política às regiões.

SI – É a favor ou contra a Regionalização? Porquê?
RC – Sou a favor da autonomia, pois é algo que venho a defender desde 2019, aquando da minha primeira candidatura.
Mas, sobre a regionalização, tenho a opinião que parte do princípio que a organização em regiões seja feita de uma forma transparente, em que não venha a haver casos de favorecimentos políticos, mas sim que seja mais próxima das populações, visando sempre o desenvolvimento e a profissionalizando as administrações públicas e que as relações com a sociedade sejam completamente imparciais.
Se estes objetivos forem atingidos, poderemos dizer que iremos ter, nos cargos políticos, pessoas que não se deixarão corromper e irão trabalhar em prol da sociedade.
Deste modo, poderemos atingir o desenvolvimento territorial e social de uma forma sustentável e harmoniosa no seio da sociedade.

SI – A integração das antigas Direções Regionais de Cultura e de Agricultura e Pescas na CCDR terá ou não efeitos benéficos para estes setores?
RC – A integração das antigas direções regionais de cultura, agricultura e pescas pode trazer benefícios para estes setores.
Ao combinar os recursos e esforços das diferentes áreas, pode haver uma melhor coordenação de políticas e ações, promovendo sinergias e abordagens mais integradas.
Isso pode levar a uma gestão mais eficiente dos recursos naturais, maior sustentabilidade e melhor apoio aos agricultores, pescadores e comunidades locais.
No entanto, é importante realizar uma análise criteriosa dos potenciais impactos positivos e negativos dessa integração, bem como considerar as necessidades especificas de cada setor para garantir que os benefícios sejam maximizados.

SI – Que soluções preconiza para as portagens na Via do Infante?
RC – O tema das portagens da A22 é aquele que, em todas as campanhas, é falado, mas sobre o qual nada é feito pelos governantes, até diria que os nossos governantes “prostituem” a situação em si com falsas promessas de abolição.
O RIR e eu defendemos que seja imperativo, com efeitos imediatos, a abolição das portagens na A22, como também nas outras ex SCUTs.
É algo inadmissível pagarmos portagens pela utilização da A22 há mais de uma década e não ter existido qualquer reforma, nem alternativa suficientemente válida.
Há que recordar que o Algarve, em época alta, tem uma enorme afluência de turistas, e seria bom ter melhores condições de acesso para quem nos visita.
Enquanto na A22 não havia pagamento de portagens, a sinistralidade mortal baixou drasticamente, mas houve um retrocesso, aquando da implementação das portagens.
Para finalizar este tema pergunto: Quantos milhões já foram pagos pelos utilizadores? Quanto já foi gasto em reabilitação da A22?
Os Algarvios merecem estas respostas.

SI – E para a conclusão das obras na EN125, de Olhão a Vila Real de Santo António?
RC – Este é outro tema “prostituído” e esquecido pelos governantes e deputados que aqui são eleitos.
Há que recordar que o Algarve não é de Sagres a Faro, mas sim de Sagres a Vila Real de Santo António.
Houve de facto uma requalificação da EN 125, mas digamos que apenas nas zonas que se intitulam o cartão de visita do Algarve (Barlavento Algarvio). O Sotavento é esquecido não só nesta área.
No entanto, é no Sotavento que existe uma fronteira que nos liga à Europa, como tal, deveria ser feita uma requalificação, com a criação da variante em Olhão, de forma a que fosse possível retirar grande parte do fluxo de trânsito existente.
Existem também os casos mais gritantes das rotundas por construir nos cruzamentos de Santa Rita e Praia Verde (esta última chumbada pelo Governo Central, mesmo sendo o município de Castro Marim a assumir os custos da obra).
Estes dois locais têm sido pontos de inúmeros acidentes rodoviários, aos quais não se tem dado qualquer relevância para a resolução deste flagelo que existe nestes dois pontos.

SI – Um dos grandes problemas do Algarve é o da mobilidade. Estão a ser feitas obras para a eletrificação da Linha do Algarve, prevê-se a criação do Metrobus e fala-se de uma eventual ligação por TGV entre Faro e Huelva/Sevilha. Qual a sua opinião sobre estas questões e que soluções defende?
RC – A distância entre Faro e Sevilha é menor que de Faro à capital do nosso país.
O Algarve é reconhecido mundialmente graças ao turismo, mas não creio que, de certa forma, uma ligação por TGV entre Faro e Huelva/Sevilha fosse realmente benéfica para a região, tendo um aeroporto de excelência, como é o de Faro.
Faria muito mais sentido existir mais cooperação nas ligações aéreas entre Beja, de forma a serem mais capitalizados os dois aeroportos. Ainda para mais com tudo o que se tem falado sobre a construção de um novo aeroporto.
Valorizar aquilo que já possuímos poderá trazer mais recursos do que o que se irá investir nessa ligação.

SI – O presidente da Região de Turismo do Algarve queixou-se de que o orçamento deste organismo é curto e não é aumentado há largos anos. O que preconiza para este setor, na região algarvia?
RC – Para lidar com a questão do orçamento limitado da região de turismo do Algarve e promover o setor turístico da região, algumas medidas podem ser consideradas.
A primeira é a diversificação do turismo. Em vez de depender exclusivamente do turismo de sol e praia, a região pode explorar outras formas de turismo, como o turismo cultural, turismo de natureza e turismo de saúde, atraindo diferentes tipos de visitantes ao longo do ano.
Outra medida são os incentivos fiscais e apoio financeiro. Estabelecer parcerias público- privadas para promover investimentos no setor turístico, oferecendo incentivos fiscais e atraindo investidores para desenvolver infraestruturas e projetos turísticos na região.
Deverá haver mais promoção e marketing. Investir em estratégias de marketing e promoção eficazes para atrair mais turistas para o Algarve, tanto a nível nacional como internacional, destacando as suas particularidades e diversidade de experiências turísticas.
A formação e capacitação também devem ser promovidas. Investir na formação e capacitação da força de trabalho do setor turístico, garantindo serviços de qualidade e preparando os profissionais para lidar com as necessidades e exigências dos turistas
Deverá ainda haver uma aposta na sustentabilidade. Promover o turismo sustentável, preservando o património natural e cultural da região, minimizando o impacto ambiental e contribuindo para o desenvolvimento socioeconómico local a longo prazo.
Estas são apenas algumas das sugestões que eu e o RIR defendemos, que podem ajudar a impulsionar o setor turístico no Algarve e contornar as limitações orçamentais da região.

SI – No atual Governo, o Turismo partilha uma secretaria de Estado com o Comércio e Serviços? Considera que é suficiente? Ou um futuro Governo deveria dar mais importância ao Turismo? De que forma?
RC – A questão de separar ou não o turismo de outras áreas depende das prioridades do governo e da estratégia adotada para promover o desenvolvimento económico e turístico do país.
A importância dada ao turismo dentro do governo pode variar dependendo das circunstâncias e das políticas prioritárias.
O RIR defende que o turismo é uma indústria crucial para a economia portuguesa e que poderia beneficiar de uma atenção mais especifica.
Para ser dada mais importância ao turismo num futuro Governo, o RIR iria apresentar algumas medidas que poderiam ser levadas em conta:
Criação de um Ministério do Turismo, elevar o turismo ao nível ministerial, criando um Ministério dedicado exclusivamente a essa área para garantir uma atenção mais centrada.
Investimentos em infraestruturas turísticas, dar prioridade a investimentos em infraestruturas turísticas, como a melhoria de acessos, desenvolvimento de atrativos culturais e naturais, e modernização dos serviços turísticos, de forma a aumentar a competitividade do nosso país.
Incentivos fiscais e apoio ao setor, através da implementação de políticas de incentivo fiscal, linhas de financiamento e programas de apoio específicos para o setor, visando sempre a estimulação do investimento, a inovação e criação de emprego nesta área.
Promoção internacional, sempre com o intuito de existir um reforço das campanhas de promoção turística a nível internacional, em mercados estratégicos, para que desta forma se possa trair mais visitantes e aumentar a visibilidade de Portugal como um destino turístico de excelência.
Formação e qualificação, aqui deveria de haver um maior investimento na formação e qualificação dos profissionais do setor, garantindo um serviço de excelência e preparando a mão-de-obra para responder às necessidades e exigências dos turistas.

SI – No caso de questões mais fraturantes, votará na AR de acordo com a sua convicção, mesmo que vá contra as orientações do seu partido?
RC – Como deputado, a minha principal função será defender o bem-estar social, a segurança não só dos Algarvios como de todos os portugueses, como que exista uma justiça justa para todos.
E sendo o RIR um partido de consenso, tudo o que for para benefício quer dos Algarvios, quer dos portugueses em geral, votarei sempre de forma favorável, porque lá estarei para garantir que os portugueses são respeitados e valorizados.

SI – Considera que seria útil alterar a lei eleitoral, para criar círculos uninominais e parciais e um círculo nacional de compensação, e assim aproximar mais os deputados dos cidadãos? Porquê ou porque não?
RC – A proposta de criar círculos uninominais e um círculo nacional de compensação tem sido discutida em diversos sistemas eleitorais.
A implementação desse modelo pode ter impactos positivos e negativos, e a discussão sobre a sua utilidade depende do contexto político e social de cada país.
No meu entender estes seriam os pontos a favor: a maior proximidade entre eleitos e eleitores. Com círculos uninominais, os eleitores teriam um representante específico a quem recorrer, aumentando a comunicação entre eleitores e parlamentares.
A diversidade de representação. A introdução de um círculo nacional de compensação poderia ajudar a garantir uma representação mais equilibrada de diferentes grupos sociais, étnicos e políticos.
Os estímulos à competição eleitoral. Com círculos uninominais, a competição entre candidatos tende a ser mais provocadora, o que poderia resultar em candidatos mais qualificados e com maior foco nas necessidades locais.
Mas por outro lado terá também pontos contra como o favorecimento de regiões populosas. Em países com grandes discrepâncias de população entre regiões, círculos uninominais poderiam resultar em uma representação desproporcional, favorecendo áreas mais densamente povoadas.
Outro contra é a complexidade do sistema. A implementação de círculos uninominais e um círculo nacional de compensação exigiria mudanças significativas no sistema eleitoral existente, o que poderia ser desafiador e potencialmente confuso para os eleitores.
De uma forma resumida, a decisão de alterar a lei eleitoral para criar círculos uninominais e um círculo de compensação deve ser cuidadosamente considerada, levando em conta os prós e contras específicos do contexto nacional. Essas mudanças podem trazer benefícios em termos de representatividade, mas também apresenta desafios que precisariam ser superados.
Para concluir este tema, realçar que se o círculo de compensação já deveria existir há muito tempo, como já existe nas regionais dos Açores.
Se existisse, desde 2019 que o RIR tinha sido eleito.
Não se deitavam para o lixo tantos votos, e não havia tanto medo sobre os eleitores com o embuste do voto útil.

SI – Quer acrescentar mais algum tema ou questão?
RC – Para terminar, queria falar sobre a habitação, um dos grandes flagelos da região, como do país também.
Em Portugal, os problemas de habitação incluem a falta de habitação acessível e de qualidade, falta de habitação social, especulação imobiliária, falta de regulação do mercado de arrendamento e a dificuldade de acesso ao crédito para aquisição de habitação.
Algumas soluções a curto prazo, defendidas pelo RIR para enfrentar esses problemas poderiam incluir o aumento da oferta de habitação acessível, passaria pelo investimento na construção de habitação social e apoiar programas de reabilitação urbana para disponibilizar mais habitação a preços acessíveis.
A regulação do mercado de arrendamento: aqui o RIR defende a implementação de medidas de forma a regular o mercado de arrendamento, como limites aos aumentos de renda e aumentar a duração dos contratos de arrendamento.
O combate à especulação imobiliária: esta medida passaria pela implementação de medidas para desencorajar a especulação no mercado imobiliário, como impostos sobre propriedades vazias ou não utilizadas.
Os incentivos fiscais: nesta medida defendemos a criação de incentivos fiscais para proprietários que disponibilizem habitação a preços acessíveis ou para investidores que invistam em habitação social.
-Apoio ao arrendamento, havendo criação de programas de apoio ao arrendamento para famílias em situação de vulnerabilidade ou com dificuldades financeiras.
Melhoria do acesso ao crédito: defendemos que exista um facilitamento no acesso ao crédito para habitação, especialmente para jovens e famílias de baixo rendimento, através de programas de apoio ou parcerias com a banca.
Estas são apenas algumas das sugestões de soluções a curto prazo para enfrentar os problemas de habitação em Portugal.
É importante que estas medidas sejam implementadas de forma integrada e que sejam acompanhadas de políticas a longo prazo para garantir uma melhoria sustentável do setor da habitação.
Apenas queria deixar o apelo para que no dia 10 de março o povo não se deixe enganar como tem sido ao longo destes 50 anos com falsas promessas e que votem RIR.

 

 

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