Anabela Morais/ADN: Objetivo é «impedir que Tratado Pandémico da OMS seja implantado no nosso país»

«Não consideramos de todo que um hospital central resolva o problema da saúde no Algarve»

Anabela Morais nasceu em 1974 em França, tendo vindo viver para Portugal (Ribatejo), em 1985. Com 13 anos, foi para a Margem Sul, junto a Lisboa, onde estudou e se formou em Psicologia no ISCTE, em 2000. Atualmente vive em Portimão.

Afirmando-se «mulher, esposa, mãe», garante que «nunca baixa os braços às injustiças sociais e luta pela verdade, liberdade, combate a discriminação social».
Trabalha como Psicóloga Clínica no seu consultório privado e diz acreditar que «o silêncio é conivente com a maldade». Anabela Morais é a cabeça-de-lista da Alternativa Democrática Nacional (ADN) às Eleições Legislativas, pelo círculo do Algarve.

Agora que já está a decorrer a campanha eleitoral, o Sul Informação está a publicar entrevistas com os cabeças-de-lista dos 14 partidos ou coligações que se candidatam às Legislativas do próximo dia 10 de Março.

As mesmas questões foram enviadas, atempadamente, a todos os 15 primeiros candidatos, abrangendo os principais temas em foco no Algarve.

As entrevistas serão publicadas à medida que as respostas forem chegando à nossa redação.

Sul Informação – Quais são as prioridades da sua força política na próxima legislatura para o Algarve?
Anabela Morais
– A prioridade é melhorar a vida de quem reside no Algarve.
Para isso, temos de mudar o foco da nossa economia, reabilitando a indústria, a agricultura e o comércio que havia no Algarve, para deixarmos de ser tão dependentes do turismo, o que torna a região vulnerável a flutuações sazonais e a crises económicas globais.
Queremos combater as desigualdades sociais, nomeadamente as disparidades de rendas entre os residentes locais e os trabalhadores migrantes sazonais. Essas disparidades podem levar a tensões sociais e problemas de coesão comunitária.
A dependência do turismo resulta em pressões sobre o mercado imobiliário, levando ao aumento dos preços dos imóveis e à especulação imobiliária. Isso torna a habitação inacessível para os residentes locais e contribuiu para problemas de gentrificação e falta de habitação acessível.
Durante os períodos de pico turístico, o Algarve enfrenta congestionamentos de tráfego, falta de estacionamento e pressão sobre os serviços de transporte público. A infraestrutura existente continua sem estar adequada para lidar com o volume de visitantes, levando a inconveniências para os residentes e turistas.

SI – O que a levou a aceitar ser cabeça de lista pelo partido que representa?
AM
– Aceitei porque o ADN é o único partido humanista que está para além da velha e obsoleta dicotomia direita e esquerda. Sou uma humanista, acredito na Governação pela honra (timocracia) e pelo povo (democracia).
Perante o que aconteceu desde 2020, onde vi eu e vimos todos os nossos direitos, liberdades e garantias serem nitidamente violados pelo nosso Governo, que atacou o artigo 27º da Constituição da República Portuguesa, com 15 confinamentos inconstitucionais, levando a uma visível e infeliz derrocada dos pequenos e médios empresários, aniquilando a nossa economia local e nacional, potenciando um agravamento da doença mental em todas as faixas etárias, aumentando o suicídio e violência nas famílias, pois “onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, o rendimento escolar baixou de forma gravosa, a censura que se instalou (na comunicação social, nas redes sociais, na sociedade em geral) face a quem não segue a narrativa oficial, atacando a nossa liberdade de expressão e democracia, a coação que foi exercida a todos os cidadãos para se inocularem com uma substância líquida que hoje todos percebemos ser uma nova terapia injetável que não se revela nem segura nem eficaz, basta olharmos para os infelizes números de mortalidade que se vêem em Portugal desde 2022, então vi-me forçada pela força das circunstâncias, que se revelam muito difíceis, a agir na qualidade de cidadã ativa, tentando assim ter voz para dar voz a todos os portugueses que se sentem altamente lesados neste país, que bem antes de 2020 se revelava uma nação sem soberania e sem condições para evoluir a nível económico e social.
Apesar de ter noção de que existe uma visão hiper negativa do papel de político em Portugal e no mundo, abracei esta que considero uma causa cívica e de grande responsabilidade pessoal e social.
Apesar desta minha consciência, estou a arregaçar as mangas, pois alguém tem de se pôr à frente e tentar não ser igual aos que estão a prejudicar-nos.
Sempre pensei que, se os bons se afastam da política, então estamos a dar o espaço total a que os malfeitores e corruptos tenham caminho livre para poder atuar.
Um político deve servir o seu povo de forma honrada e honesta, fazendo sempre tudo para que a verdade seja uma realidade e o bem prevaleça, e nunca servir-se das pessoas, usando o dinheiro dos impostos para proveito próprio ou para beneficiar amigos empresários ou entidades que lhes trazem benefício a si e não à coletividade.
A isto chama-se eu estar a combater o compadrio. Sei que estou a aceitar um desafio em que me coloco como alvo fácil de ataque.
Muito tenho a ouvir e a aprender junto das pessoas que precisam de uma mudança real, e ouvir aqueles que confiam em mim e através do partido ADN, para realmente ajudar a tornar o nosso país e região do Algarve bem melhor do que está.
Mas o que não se sabe, com humildade e escuta ativa, aprende-se. A boa vontade tenho eu, a honestidade também e a lealdade aos bons princípios tenho eu.
Agora é conversarem comigo e dizerem-me o que mais precisam, pois o que não sei não adivinho. Por isso, estou sempre aberta ao diálogo.
Sei que ter o título de política não nos traz amigos, pelo contrário, até aqueles que pensávamos ter como amigos revelam-se pouco apoiantes.
Há como que um repelente automático que surge quando assumimos que querermos ajudar o próximo na função de político. Somos bem mais aceites se tivermos a função de missionárias, voluntárias no banco alimentar ou freiras.
Mas tenho um lema: fazer o bem, sem olhar a quem. E assim vivo. E bem sabemos que, onde está a maioria, está o erro, por isso, mesmo estando num partido de pequenas dimensões, sem assento parlamentar, sei que estou rodeada de uma equipa de colegas nas áreas da medicina, jurídica, económica que me podem sempre ajudar a melhor entender o que realmente deve ser mudado e chegar assim ao que todos nós pretendemos de melhor para o Algarve e Portugal.
Sou uma voluntária na política, pois é nos meus tempos de intervalo da vida laboral (na área da psicologia) que exerço a minha atividade política. Não é fácil, pois o meu trabalho é que me traz o sustento e não a vida de ativista.
Seria bem mais cómodo para mim nada fazer em termos cívicos e políticos. Mas é uma questão de personalidade e de sentir que devo fazer o meu melhor enquanto cidadã e pessoa. E cruzar os braços perante tanta dificuldade que vivemos não é uma postura que eu adote na vida. Sou combativa por natureza.
Quanto aos ataques, entendo-os, pois as pessoas, tal como eu, estão cansadas de tanta corrupção, tanta mentira e promessa não cumprida, e cansadas de vivermos cada vez mais pobres.
Por isso desconfiam de qualquer um que diga que vem por bons motivos. Somos o país mais taxado da Europa, e por isso tornámo-nos no povo mais pobre da Europa.
Mas nem eu, nem o partido ADN (ou outro qualquer) vai resolver os problemas estruturais que nos afetam há décadas numa semana ou em seis meses. O trabalho é duro, longo e o combate, o meu e do partido ADN, é direcionado sobretudo contra as entidades supranacionais que são os Donos Disto Tudo.

SI – Quais são as expetativas e objetivos da sua força política em relação a estas Eleições Legislativas?
AM
– As nossas expectativas são de elegermos pelo menos, um a três deputados (isto para que haja cobertura a nível nacional, sul, centro e norte) para a Assembleia da República e finalmente a voz desassombrada do povo poder ter lugar no Parlamento, de forma a confrontar o poder vigente e expor a mentira da narrativa oficial que tem vindo a dominar a sociedade desde 2020.
Entrando o ADN na Assembleia da República, a liberdade de expressão vence! A censura é cortada à foice pelos votos dos Portugueses que prezam a sua liberdade, democracia e valorizam a sua nação.
Queremos, finalmente ter alguém que lute pela nossa melhoria a nível económico, habitacional, educacional, justiça social, saúde, direitos, liberdades e garantias que estão consagradas na Lei Magna que nos rege a todos (Constituição da República Portuguesa), queremos continuar a combater a Agenda 2030 e impedir que o Tratado Pandémico da OMS seja implantado no nosso país, pois, se assim acontecer, toda a nossa soberania desaparece e os portugueses ficam totalmente reféns de conflitos de interesses que em nada abonam a favor da nossa existência na qualidade de cidadãos e humanos.

SI – O que falta fazer no Algarve?
AM
– Falta fazer muito! Temos de colocar o Algarve com a sua devida importância a nível nacional, porque não está. O Algarve continua a ser considerado um distrito afastado do grande centro de poder, mas o Algarve representa 80 a 90% do PIB no turismo.
É urgente rever o modelo económico do Algarve (setor turístico). Porquê?
Temos duas antíteses na economia regional do Algarve que são: a sazonalidade positiva e a sazonalidade negativa. Entendamos estas duas dicotomias.
Na sazonalidade positiva, que ocorre no período de Abril até Outubro (sendo que a fase balnear critica vai de Junho a Setembro), embora a economia esteja no auge, temos os problemas associados a esta época.
Por um lado, temos o entupimento dos hospitais que não têm estrutura humana e material para suportar esta avalanche populacional, pois o SNS está deficitário e sem capacidade de resposta para os residentes durante o resto do ano.
Por outro lado, temos a N125 que se torna intransitável neste período do ano.
Os transportes públicos são deficitários em número e género, em quantidade e na qualidade. A mobilidade fica altamente congestionada, prejudicando ou dificultando a vida dos residentes que precisam de se movimentar para trabalhar e fazer com que o turismo seja um turismo de qualidade.
Sendo assim, consideramos imperativo que se desenvolva a criação de programas para incentivar os profissionais de saúde a fixar-se no Algarve, reforçando as unidades hospitalares já existentes, quer a nível humano, quer a nível de recursos materiais, criando assim condições de habitação e, para isso, tem de se criar verbas para este fim.
Os incentivos que deverão ser aplicados aos médicos são extensíveis a outros profissionais de saúde, assim como aos professores, de forma a fixá-los também na nossa região – através do aumento do orçamento no Ministério da Saúde, bem como noutros Ministérios.
Também devem ser criadas unidades de saúde nos bombeiros de cada terra, com equipas médicas e de enfermagem devidamente equipadas, para haver maior proximidade junto do cidadão, combatendo quer o isolamento das populações mais afastadas dos centros urbanos e, no Verão, combater as enchentes nos hospitais centrais do Algarve (Faro e Portimão).
É fundamental a eliminação das portagens da Via do Infante para dinamizar toda a economia local e não taxar as empresas e residentes que são penalizados em todos os aspetos, e a N125 não é de todo uma alternativa à nossa mobilidade regional.
Quanto à sazonalidade negativa. É urgente criar programas com incentivos para se fixarem no Algarve atividades que não sejam exclusivamente ligadas ao turismo.
Devemos, pois, criar condições aos empresários, baixando os impostos, assim como as taxas de juros nos empréstimos bancários, de forma a voltarmos a ter uma indústria regional que foi aniquilada por governos anteriores desde os anos 80 do século passado, nomeadamente ressuscitar, revitalizar e requalificar a indústria no setor da pesca, das conservas do peixe, do tomate, da cortiça, da alfarroba e a atividade agropecuária.
Propomos leis protecionistas para as empresas regionais do Algarve. As empresas pagam IRC e este imposto tem sido revertido para onde elas têm as sedes sociais.
Nós, ADN, defendemos que esta reversão deve ser em função de onde é realizada a operação, para se fomentar as empresas locais e assim incentivar o reinvestimento económico na região onde operam e não onde têm as sedes sociais, sendo que muitas nem estão em Portugal.
Por fim, como o Algarve não é só sol, areia e mar, também temos zona rural (barrocal), propomos um incentivo financeiro por parte do Ministério da Economia ao turismo durante o inverno, de forma a equilibrar a discrepância entre as duas épocas sazonais, nomeadamente no turismo desportivo, cultural, de lazer e sénior, especificamente direcionado para os países nórdicos, em virtude do Algarve ser detentor de um micro clima temperado sem igual na Europa.
Esta medida também é uma mais valia, pois estamos a olhar para as pessoas de forma humana e a olhar para a questão da importância da família. Como? Promovendo a fixação dos recursos humanos ligados à indústria hoteleira e de turismo, promoveremos os seguintes aspectos fundamentais: 1) evitar a rotatividade dos funcionários, permitindo mais capacitação nas suas atividades, tornando-os profissionais mais habilitados e com experiência; 2) em consequência do primeiro ponto, teremos um turismo de qualidade.

SI – A seca e a falta de água é um tema premente no Algarve. Que soluções defende, no curto prazo, sabendo-se que a água atualmente disponível só chega até Agosto? E no médio e longo prazo?
AM
– Sugerimos que todos os prédios ou novas construções urbanas na sua cave construam uma cisterna subterrânea para a captação e reaproveitamento de águas pluviais para utilização em jardins e eventualmente para as descargas sanitárias e limpeza do próprio edifício.
Nas zonas rurais, devem ser criadas cisternas subterrâneas para receberem água das chuvas, como também encanadas e direcionadas para cisternas ou lagos, reaproveitando as águas, criando sempre uma cisterna para a água não evaporar durante os períodos de calor (verão).
Esta acumulação de água vai promover as regas e assim desenvolver a agricultura e combater os gastos astronómicos de águas canalizadas que dificultam a vida dos agricultores e encarecem os custos de produção.
Para além deste aspeto de captação das águas, calendarizar as regas dos campos de Golfe, da indústria do setor agropecuário que seja feita sempre depois do pôr do sol. Porquê? Para evitar a perda de água pela evaporação.
Promover a construção de centrais de dessalinização das águas do mar para o consumo urbano e agrícola.

SI – A Saúde é um setor muito deficitário no Algarve e no país. Que medidas preconiza para resolver os problemas da Saúde no Algarve?
AM
– Coloco aqui um dos pontos do nosso programa eleitoral que defende ser preciso alterar o modelo de contratualização dos profissionais de saúde, com base na produtividade e ser mais flexível, tendo como objetivo principal pagar salários competitivos com os do Privado, combater o abandono de médicos e enfermeiros do SNS e acabar com as listas de espera.
Ou seja, se os hospitais públicos do Algarve tiverem mais autonomia, principalmente ao nível da gestão, poderão ser mais atrativos para combater o abandono de médicos e enfermeiros do SNS e acabar com as listas de espera.

SI – E quanto ao Hospital Central do Algarve? O que deve ser feito?
AM
– Não consideramos de todo que um hospital central resolva o problema da saúde no Algarve. Temos dois hospitais centrais nas duas principais cidades da região, Portimão e Faro.
Continuamos a ter problemas gravíssimos e não é por existir mais um edifício hospitalar, gastando mais recursos financeiros públicos, que os problemas da ausência de recursos humanos e materiais vão deixar de existir.
Há que dinamizar as valências destes hospitais e, segundo um projeto que já apresentámos, é levar a saúde às pessoas e populações que estão mais descentralizadas.
Quanto à integração de determinados serviços numa só unidade, tudo o que é permitir reduzir o peso das despesas públicas do Estado ou no setor é importante. Temos é que ter mecanismos de medição e avaliação da eficácia e eficiência desses serviços para vermos se estão a funcionar ou não adequadamente.

SI – O Centro Hospitalar Universitário do Algarve e a Administração Regional de Saúde juntaram-se, a partir de 1 de Janeiro, num único organismo, a Unidade Local de Saúde do Algarve. O que pensa desta alteração e que expetativas tem para o seu futuro?
AM
– A integração das duas entidades pode facilitar uma maior coordenação e integração dos serviços de saúde na região do Algarve. Isso pode levar a uma melhoria na eficiência operacional, na gestão de recursos e na qualidade dos cuidados prestados aos utentes.
Com uma gestão mais integrada e focada na qualidade dos cuidados de saúde, é possível que a Unidade Local de Saúde do Algarve possa implementar melhorias nos processos clínicos, na segurança do paciente e na satisfação do utente, reduzindo disparidades geográficas e socioeconómicas no acesso aos serviços de saúde.
No entanto, é importante reconhecer que a transição para uma nova estrutura organizacional pode enfrentar desafios, como resistência à mudança, necessidade de reestruturação interna e adaptação dos profissionais de saúde e da comunidade.
Em suma, a criação da Unidade Local de Saúde do Algarve pode representar uma oportunidade para melhorar a prestação de cuidados de saúde na região, desde que seja implementada de forma cuidadosa, com foco na melhoria contínua da qualidade dos serviços e na resposta às necessidades da população local.

SI – O anterior Governo, agora apenas em gestão, transformou as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional em Institutos Públicos, agregando novas funções (como a Agricultura e Pescas, bem como a Cultura). O que pensa desta alteração e que expetativas tem para o seu futuro? Trata-se de um primeiro passo para a Regionalização?
AM
– A transformação das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) em Institutos Públicos, com a agregação de novas funções como Agricultura, Pescas e Cultura, pode ter várias implicações e expetativas para o futuro do desenvolvimento regional em Portugal.
Esta mudança pode ser vista como um movimento em direção à centralização, uma vez que coloca mais responsabilidades e poder decisório sob a alçada do governo central.
No entanto, ao mesmo tempo, a inclusão de funções relacionadas com a agricultura, pescas e cultura pode indicar uma maior atenção às necessidades específicas de cada região.
A inclusão de áreas como Agricultura, Pescas e Cultura nas CCDR pode ter um impacto significativo no desenvolvimento regional. Ao integrar essas áreas, pode haver uma abordagem mais holística e integrada para o planeamento e implementação de políticas de desenvolvimento regional.

SI – É a favor ou contra a Regionalização? Porquê?
AM
– O ADN é a favor da descentralização e de dar maior poder às regiões, mas a regionalização, da forma como é defendida por todos os partidos, é algo para criar mais burocracia e empregos para os políticos profissionais e os seus amigos.

SI – A integração das antigas Direções Regionais de Cultura e de Agricultura e Pescas na CCDR terá ou não efeitos benéficos para estes setores?
AM
– A sua integração não é de todo benéfica porque, para existir uma mudança efetiva real e verdadeira em Portugal em termos institucionais, todas as direcções devem ter elementos que não venham com heranças procedimentais e comportamentais, tais como conflitos de interesses, compadrios e outros comportamentos que percebemos que nunca trouxeram sucesso, e recuperação desses sectores em assunto.
Se não fizeram antes e até hoje, vão fazer depois?

SI – Que soluções preconiza para as portagens na Via do Infante?
AM
– De acordo com o nosso Programa Eleitoral, no Ponto 158., passo a citar: “Rever os contratos de PPPs e eliminar as portagens das SCUTs e das entradas nos centros urbanos (CREL e CRIL)”, entendemos que a isenção total da A22 – Via do Infante é fundamental e imprescindível para a saúde da economia Algarvia, e não esqueçamos a brutal sinistralidade que existe o ano inteiro, agravando-se no Verão na N125.
Relativamente à Via do Infante, é inconcebível que até hoje estejam a cobrar as portagens de um investimento que foi feito com dinheiro da União Europeia a fundo perdido. Este assalto aos nossos bolsos, que penaliza sobretudo os residentes e empresários algarvios, tem de acabar.

SI – E para a conclusão das obras na EN125, de Olhão a Vila Real de Santo António?
AM
– O Algarve não é só o Sotavento, no Barlavento Algarvio também temos constantes obras de estradas públicas que são naturalmente imperativas.
Portanto, estamos a favor da iniciativa e da sua conclusão.
Como é óbvio, os dinheiros públicos devem servir as pessoas para unir as diversas cidades e localizações que estão mais afastadas e isoladas dos centros urbanos.

SI – Um dos grandes problemas do Algarve é o da mobilidade. Estão a ser feitas obras para a eletrificação da Linha do Algarve, prevê-se a criação do Metrobus e fala-se de uma eventual ligação por TGV entre Faro e Huelva/Sevilha. Qual a sua opinião sobre estas questões e que soluções defende?
AM
– O problema da linha férrea no Algarve não é se ela é elétrica ou a diesel. Até poderia ser a carvão, desde que fosse realmente útil e os caminhos abrangessem geograficamente toda a nossa região algarvia.
O problema de base é termos uma linha férrea obsoleta. A principal questão é termos os pontos de ligação das respetivas paragens e/ou estações sem serem dinâmicas para os centros das cidades ou municípios que ela abrange.
Estes pontos de ligação não são de todo satisfatórios para a mobilidade de quem recorre a este meio de transporte público, ou seja, o que existe não serve a população do Algarve ou quem nos visita.
O Metrobus referido na questão que me coloca, em Portimão por exemplo já foi criado um circuito interno denominado Vai Vem.
Quando se iniciou, até corria bem, contudo, por este serviço estar entregue ao socialismo virou um fracasso absoluto. Porque os preços dos bilhetes aumentaram brutalmente, a rede do percurso diminuiu e inclusive diminuíram a frota Vai Vem.
O que nós aqui em Portimão, cidade na qual eu habito, vivemos relativamente a este assunto específico certamente que noutros municípios e cidades da região algarvia também se passa o mesmo.
Posto isto, percebemos que não é criando “coisas novas” que se resolve a necessidade de mobilidade e transporte dos munícipes cidadãos residentes na nossa região. O que realmente interessa é dinamizar e modernizar a rede de transportes públicos terrestres, focando-nos na manutenção do que já temos e colocando-os à disposição das pessoas de forma a satisfazer as reais necessidades de mobilidade.
Relativamente ao TGV entre Faro e Huelva ou Sevilha, primeiro só iria favorecer o Sotavento Algarvio. A nós não nos interessa falar do Algarve referindo apenas uma zona da região, pondo de parte o Barlavento Algarvio.
O Algarve é um só e não devemos esquecer que vai do Barlavento ao Sotavento, de Sagres a Vila Real de Santo António. A palavra discriminação negativa não existe no meu dicionário, nem do partido ADN pelo qual sou candidata.
Cremos que se trata de um projeto megalómano, mas que, em eficiência e eficácia, não vai trazer mais valias reais e concretas para o Algarve e os Algarvios.

SI – O presidente da Região de Turismo do Algarve queixou-se de que o orçamento deste organismo é curto e não é aumentado há largos anos. O que preconiza para este setor, na região algarvia?
AM
– O orçamento é sempre curto para estes organismos públicos.
Defendemos a devolução do IRC e que as empresas tenham que pagar pelo local de produção e não pela sede social. Ou seja, o IRC deve ficar retido no município onde as empresas desenvolvem a sua atividade empresarial.

SI – No atual Governo, o Turismo partilha uma secretaria de Estado com o Comércio e Serviços? Considera que é suficiente? Ou um futuro Governo deveria dar mais importância ao Turismo? De que forma?
AM
– O setor do Turismo deve ser olhado de forma rigorosa e responsável, atendendo ao peso que tem na economia portuguesa, nomeadamente na região do Algarve.
Obviamente que deveria existir um Ministério específico para o Turismo, para combater nesta área a sazonalidade que numa questão anterior referi.

SI – No caso de questões mais fraturantes, votará na AR de acordo com a sua convicção, mesmo que vá contra as orientações do seu partido?
AM
– Sim. Sem dúvida! Eu acredito, em concordância com os restantes candidatos do ADN por esta região, que todas as questões, fraturantes ou não, devem ser defendidas pelo deputado e pela região que mereceu os seus votos e confiança política e a qual representa.
O deputado eleito não deve abdicar das suas convicções. Nós (eu) não vendemos princípios para ter eleitores ou votos ou outros interesses ou compadrios ou ainda a submetidos pelos poderes centralizados.
Tudo o que for levado à votação que não vá ao encontro da satisfação das necessidades e do bem das pessoas, terá um voto em conformidade, pois tem de prevalecer a vontade e o direito do povo que nos elegeu.
Temos coluna vertebral firme e convicta, somos verdadeiramente leais, por isso temos a confiança do nosso eleitorado que sabe que não o traímos.
Digo mais, por sermos assim é que somos a voz verdadeira do povo e sem medo dos conflitos de interesses nefastos para o bem comum que estão instalados há anos em Portugal.
Todos os outros partidos que estão com assento parlamentar na AR têm medo absoluto que, pelo Parlamento adentro, entre a voz desassombrada do povo, que nós somos e representamos.
Somos efetivamente a única alternativa a este desgoverno que temos assistido há décadas. Por isso, temos sido tão abafados, silenciados, denegridos, difamados como extremistas da direita, fascistas, homofóbicos, chalupas, negacionistas… perante as verdades que vamos falando e mantendo a nossa força, querem-nos silenciar e desacreditar. E qual a melhor forma de nos desacreditar? Ridicularizando, atacando, mentindo, subestimando, rotulando de coisas que realmente não somos.
Têm medo que entremos pelo Parlamento adentro e falemos o que todos os Portugueses pensam e sentem, face a estes crimes hediondos que têm sido feitos, sobretudo, e em alta escala, desde 2020, com as medidas ditas sanitárias.
Sabem que nós somos a voz dos resistentes portugueses que individualmente têm lutado sozinho ou no seu pequeno grupo. A união faz a força e nós unidos seremos aqueles que vão continuar a falar contra a Agenda 2030, contra a implantação da Nova Ordem Mundial e sobre todas as inconstitucionalidades e genocídio que infelizmente estamos a assistir.
Iremos ter voz na política com assento parlamentar. Quem não nos conhece que nos contacte… iremos falar com todos a bem e mostrar o nosso pensamento e ação.

SI – Considera que seria útil alterar a lei eleitoral, para criar círculos uninominais e parciais e um círculo nacional de compensação, e assim aproximar mais os deputados dos cidadãos? Porquê ou porque não?
AM –
É necessário ir mais longe, não basta criar círculos uninominais e parciais e um círculo nacional de compensação, o que já seria uma melhoria. É necessário mudar o método de Hondt para que milhares de votos dos portugueses não seja colocados no lixo.

SI – Quer acrescentar mais algum tema ou questão?
AM –
Consideramos a questão da habitação muito importante, pois, em Portugal e nomeadamente no Algarve, chega a ser uma calamidade. As pessoas não conseguem arrendar uma casa o ano inteiro, pois a partir do mês de maio são convidadas a sair, de forma a alugar para férias e os preços são proibitivos. Um T1 chega a ser alugado por mais de 1000 euros, e um quarto pode ir dos 400 a 800 euros mensais.
Posto isto, propomos uma total isenção de impostos aos proprietários/senhorios que arrendem anualmente por períodos mínimos de três anos, juntando o incentivo de apoio ao arrendamento a agregados familiares de menor rendimento. Colmatando o facto da maioria das habitações no Algarve estar direcionada apenas para o período de férias (verão) ou exclusivamente sazonal, colmata-se também a dificuldade das pessoas que pretendem fixar-se na nossa região do Algarve.
Desta forma, há uma proteção à instituição família. Estas são penalizadas de forma múltipla. Os preços dos alimentos são elevados, da habituação também, os impostos são mais que muitos, a criação de um ou mais filhos é quase insuportável, contribuindo muito para a baixa do índice de natalidade. Tudo isto são fatores sociais que põe em causa a sociedade portuguesa.
Por último, é com receio pelos portugueses que vejo que o ADN é o único partido que se insurge contra a agenda globalista 2030 e contra o lóbi wokista que impera na União Europeia.

 

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