Marcelo: Milhões para o turismo são «estímulo» para que Algarve «não adormeça»

Presidente deixou alertas no encerramento da conferência do Dia Mundial do Turismo, em Albufeira

Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

A verba de 30 milhões para o turismo no Algarve, anunciada ontem pelo Governo, é «um estímulo para que a região não adormeça», alertou o Presidente da República, na sessão de encerramento da conferência do Dia Mundial do Turismo que se realizou em Albufeira. 

Marcelo Rebelo de Sousa foi um dos oradores da tarde, cabendo-lhe a tarefa de encerrar os trabalhos.

No seu discurso, o Presidente da República aproveitou para comentar o pacote de apoio às empresas do setor do turismo, anunciado pelo ministro da Economia também na mesma conferência, e que inclui uma linha específica para o Algarve.

Depois de ter falado de um certo momento de incerteza que a economia portuguesa e o turismo vivem, devido a questões financeiras mas também à guerra na Ucrânia, o Presidente focou o discurso no caso do Algarve.

Para Marcelo, a região foi um género de «laboratório, nesta encruzilhada que se está a viver». E de que encruzilhada fala o Presidente? A «finura» que é preciso ter «entre a «qualificação do turismo e as políticas de preço».

«É um ajustamento que têm de fazer», considerou Marcelo Rebelo de Sousa, até devido «ao turismo nacional» que, no último Verão, baixou no Algarve devido à «incerteza sobre a guerra e à evolução económica internacional».

«O turismo nacional não tem a dimensão do externo, mas é importante, em certos momentos como complemento fundamental, e até como efeito na coesão territorial e social», disse.

 

Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

De olhos postos na plateia, com muitos hoteleiros e responsáveis ligados ao mundo do turismo, o Presidente confessou ter «a certeza de que estão atentos que, ao querer qualificar o turismo em certas áreas, também pensam duas vezes na garantia do turismo de origem externa e em políticas de preços que sejam comportáveis com a situação dos nossos concidadãos».

Por isso, o pacote anunciado pelo Governo foi muito bem visto por Marcelo.

«Haver verba específicas para o Algarve é um estímulo para que a região não adormeça ou não seja levada a equivocar-se quanto a algumas opções transitórias nesta transição que se está a viver entre ciclos», disse o Presidente.

É que, considerou, vive-se um momento «muito sensível na vida e economia portuguesas».

«Não é apenas a aproximação do fim de um ciclo de dois mandatos presidenciais, com subsequente aproximação do ciclo desta legislatura, coincidindo isso com o papel fundamental da utilização dos fundos e PRR; há aqui um momento que coincide com a guerra que não terminou e a crise internacional que não está ultrapassada e que é um daqueles momentos na economia em que há vários cenários possíveis», alertou.

 

José Carlos Rolo, presidente da Câmara de Albufeira, Marcelo Rebelo de Sousa e Francisco Calheiros, presidente da Confederação de Turismo de Portugal – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou também para falar da importância da sustentabilidade, algo que já tinha sido vincado por Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal, na sessão de abertura.

«A sustentabilidade é uma prioridade. Muitas vezes entre crises, o turismo tem de se adaptar nas transições, verdadeiras revoluções, que a sustentabilidade implica. Dirão: é fácil para os grandes grupos. É mais fácil e é mais difícil para os médios, pequenos e unidades isoladas», considerou.

Mas a verdade, conclui o Presidente em jeito de elogio, é que o turismo não tem falhado, ao longo dos anos, mostrando uma «grande adaptabilidade».

«Não falhou na capacidade de resposta dos empresários e trabalhadores e não falhou enquanto capacidade de resposta rápida em momentos difíceis da vida portuguesa», reiterou.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

 

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