«Foi muito intenso e demorado»: autarcas algarvios estavam em Marraquexe durante o sismo

Delegação algarvia que integra os presidentes de Câmara de Albufeira, Loulé e Silves e um técnico de cada autarquia está a participar no Encontro Mundial de Geoparques

Foto da delegação algarvia que está no Encontro Mundial de Geoparques, tirada antes do sismo ocorrer

Foi «um grande susto», até porque o sismo que abalou ontem Marrocos e se sentiu em Portugal «foi muito intenso e demorado». «Terá durado 15 a 20 segundos a tremer com grande intensidade, apesar de haver quem diga que foi mais tempo», revelou ao Sul Informação José Carlos Rolo, presidente da Câmara de Albufeira, que estava em Marraquexe, à semelhança dos seus congéneres de Loulé e Silves, Vítor Aleixo e Rosa Palma, e técnicos das três autarquias.

A delegação algarvia está na cidade marroquina, a 63 quilómetros da qual de registou o epicentro do sismo de magnitude 7,0 na escala de Richter [houve um segundo, de intensidade 4,9, e várias réplicas] a participar no Encontro Mundial de Geoparques, na condição de representantes do Aspirante Geoparque Algarvensis (Loulé/Silves/Albufeira).

Em declarações ao nosso jornal, José Carlos Rolo contou que, no momento do abalo, a delegação algarvia «estava na parte exterior do hotel, em reunião», já depois de ter jantado na unidade hoteleira, que não sofreu danos.

«Após o sismo, os outros clientes começaram a sair e ficamos cá fora até o sol nascer. Tomámos o pequeno-almoço e já pudemos regressar», contou o presidente da Câmara de Albufeira.

Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, revelou, por seu lado, que «felizmente, aqui em redor do hotel não há destruição, até porque estamos na parte nova da cidade».

Mas, lamenta, «as imagens que nos vão chegando através da televisão dão conta de grande destruição noutras partes da cidade», nomeadamente na zona antiga, onde se situa a famosa e muito turística Medina de Marraquexe.

Era aqui que outro algarvio, o arquiteto José Alberto Alegria, cônsul honorário de Marrocos no Algarve, estava, na sua casa.

«Eu estava no pátio e vi a casa a abanar toda em bloco, com grande ruído de objetos e bocados de reboco a cair. Houve duas réplicas. Estruturalmente a casa está bem», revelou ao nosso jornal José Alegria, que relata a ocorrência de muitas derrocadas nas ruas mais estreitas da Medina, mas que a maior destruição aconteceu nos arrabaldes a Sul de Marraquexe e nas cidades mais próximas do epicentro.

A delegação algarvia tinha, de resto, passado o dia de ontem nesta zona mais antiga da cidade e voltou ao hotel «cerca de duas horas antes do abalo», para jantar, disse José Carlos Rolo.

No entanto, apurou o Sul Informação, ainda no dia anterior a delegação algarvia, constituída pelos três presidentes de Câmara e por um técnico de cada autarquia, tinha jantado na zona da Medina.

Neste momento, revela Vítor Aleixo, as delegações algarvias e de outros pontos do país que estão a participar no encontro, estão «à espera de instruções».

«Íamos para o terceiro dia de conferência. Não sabemos se vai continuar ou não, estamos à espera de indicações da organização», revelou o edil de Loulé.

A incerteza também está relacionada com o facto de o edifício onde está a decorrer o encontro ter sofrido alguns danos, segundo sabe o nosso jornal.

Certo é que, neste momento, «está tudo tranquilo«, na zona onde a delegação algarvia se encontra e que, apesar do «grande susto», todos os elementos «estão bem».

Neste momento, o sismo, que terá sido o de maior magnitude a afetar Marrocos, nos últimos cem anos, já causou pelo menos 820 mortos, segundo o mais recente balanço, divulgado pela Antena 1.

 

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