Museu sobre cultura Sámi da Lapónia é o Museu Europeu do Ano

“Prémio Museu de Portimão de Acolhimento, Inclusão e Pertença” distinguiu o Museu do Sal, na Grécia

Foto: Sámi Museum Siida

O Sámi Museum Siida, situado na cidade de Inari, na Lapónia, no norte da Finlândia, é o Museu Europeu do Ano, o galardão principal dos prémios de museus europeus, que foram este sábado anunciados numa cerimónia no Teatro Municipal de Portimão (Tempo) no final de quatro dias de reunião do Fórum Europeu dos Museus.

O Museu Sámi Siida que é dedicado à cultura e tradições do povo lapão, é um museu que se distingue por «permitir a participação ética e práticas de conservação inclusivas», salientaram os organizadores da cerimónia.

«O museu tem demonstrado excelência no seu processo de integração aberto, participativo e transparente, que cria novas oportunidades para as comunidades locais e a população em geral ligarem o passado e o presente. Equipa eficazmente os cidadãos para compreenderem o diálogo cultural e proporciona liderança profissional na ligação de culturas através de restituições e reparações éticas na cultura e no património», salienta ainda o Fórum, sobre o museu finlandês premiado.

 

 

Este ano, havia três instituições portuguesas entre os 50 nomeados: o Museu do Tesouro Real e o Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros, ambos em Lisboa, bem como o Museu da Covilhã, no distrito de Castelo Branco.

Além dos galardões principais, foram também atribuídos os prémios “Museu do Conselho da Europa”, ao Museu Memorial Sybir, de Białystok, na Polónia, “Museu Meyvaert de Sustentabilidade Ambiental”, ao Museu of the Home, de Londres, no Reino Unido, “Silletto de Participação e Empenhamento Comunitário”, ao Museu Kalamaja, na Estónia, e o prémio “Kenneth Hudson de Integridade Institucional e Profissional”, a Ihor Poshyvailo, diretor-geral no Museu Maidam, na Ucrânia.

O “Prémio Museu de Portimão de Acolhimento, Inclusão e Pertença” distinguiu o Museu do Sal, de Messolonghi, na Grécia.

Este prémio «celebra um ambiente amigável de inclusão, onde todos os elementos do museu, o seu ambiente físico, as suas qualidades humanas, as suas exposições e programas públicos, contribuem para que todos se sintam valorizados, respeitados e pertencentes. no Museu».

Segundo o EMYA, «a museu que ganhou este prémio, o Museu do Sal, acolhe uma variedade de atividades educativas e culturais para reunir a sua comunidade e promover um sentido partilhado de história, património industrial e sustentabilidade ambiental. É um local particularmente acolhedor, dinâmico e envolvente, que faz com que os visitantes se sintam em casa, ouvidos e valorizados. Foi muito impressionante envolver todos os membros da comunidade local, não só na criação do museu, mas também no seu desenvolvimento contínuo. Este é um lugar cheio de coração, humildade e uma vontade predominante de fazer a diferença».

 

Foto: Photorapher-Dimitra Karetsou. Copyright-Diexodos

 

Foram ainda atribuídas seis menções especiais: Museu Infantil ZOOM, de Viena (Áustria), Museu Real de Belas Artes de Antuérpia (KMSKA), de Antuérpia (Bélgica), Memorial de 1902 I Museu Frank A. Perret, da Martinica (França), Museu Nacional de Arte, Arquitetura e Design, de Oslo (Noruega), Museu e Memorial em Sobibór – Campo de Extermínio Nazi (1942-1943), Departamento do Museu do Estado em Majdanek, Włodawa (Polónia), e o Museum of Making, de Derby (Reino Unido).

Criado para reconhecer a excelência no sector museológico europeu e promover processos inovadores e de excelência, o prémio é atribuído desde 1977, data da fundação do Fórum Europeu dos Museus, criado pelo Conselho da Europa.

Nunca um museu português venceu a categoria principal, mas o prémio Conselho da Europa já foi atribuído a espaços nacionais por duas ocasiões: o Museu da Água, em Lisboa, em 1990, e o Museu de Portimão, em 2010.

Em 2013, o Museu da Comunidade Concelhia da Batalha conquistou o prémio Kenneth Hudson, enquanto o Museu de Leiria venceu o prémio Silletto em 2017.
Vários museus nacionais receberam menções especiais ao longo das décadas.

O Prémio Museu Europeu do Ano (European Museum of the Year Award ou EMYA, na sigla original) é o principal e o mais antigo dos galardões atribuídos pelo Fórum Europeu de Museus e também o mais prestigiado na Europa.

O Museu de Portimão acolhe desde julho de 2018 o secretariado e o arquivo do EYMA, sendo responsável por 45 anos de documentação, desde o início do prémio, em 1977.

Organizado pelo Fórum Europeu de Museus e acolhido pelo Município de Portimão, a conferência anual do Fórum Europeu dos Museus decorreu de 1 a 4 de Maio na cidade algarvia, num formato tradicional EMYA com uma conferência anual física, rica e intensa e cerimónia de entrega de prémios e reuniu membros da comunidade EMYA incluindo os nomeados deste ano, antigos vencedores , parceiros e amigos.

Este ano, o tema principal da conferência era “Museus em busca de Impacto social”.

 

Algumas imagens do Sámi Museum Siida:

 

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