Alô, Autódromo, daqui Grande Corrida de Rolamentos da Mexilhoeira Grande

Nem a chuva impediu os entusiastas de rolar rampa abaixo

Esqueçam o Rally do Algarve, esqueçam o Autódromo Internacional do Algarve… o que está a dar agora é (… rufar de tambores…) a pista urbana da Mexilhoeira Grande!!!

Eu fui lá e, como em qualquer prova automobilística que se preze, havia confusão no trânsito, problemas de estacionamento, comes e bebes, música, animação e muita gente. Mas tudo bem organizado, com GNR, Bombeiros, veículos de reboque, entidades oficiais, comissários de pista, juiz árbitro, drones a acompanhar os carros e classificações e resultados das diversas categorias em tempo real.

Sim, porque havia várias categorias: kids, tradicionais, alegóricos e F1. Se quiserem saber as diferenças, consultem o regulamento, pois também há regulamentos para estas corridas.

Intervalei para jantar e agora reparo que faltam aqui dados essenciais. Então: estou a partilhar a minha visão da VI Grande Corrida de Carrinhos de Rolamentos, realizada neste passado domingo 17, na Mexilhoeira Grande, Portimão.

Reposta a coisa, sou fã deste tipo de corrida, perfeitamente adaptada aos tempos que correm. Com efeito, mais ambientalmente correta não pode ser: não há poluição do ar, não se utiliza qualquer tipo de combustível (cerveja não é combustível!) e a grande maioria dos carros é feita à base da reciclagem e reutilização dos mais diversos materiais.

Só para terem uma ideia havia de tudo, desde o carrinho mais simples, com uma tábua assente em dois paus com os rolamentos a servir de rodas, até um avião (é verdade!!!), passando por um minicarro de bombeiros, um arado, uma prancha de cortiça (este era tão ecológico que até o capacete do piloto era desse material) e, pasmem-se, também havia um caixão (aqui fiquei preocupado, não sei é como é que vão reciclar o dito cujo). E todos eles andavam, uns mais depressa que outros, conduzidos a preceito por crianças, velhos, homens e mulheres. Tudo muito inclusivo.

A forma como decorria a prova era muito simples: havia uma rampa junto à igreja e a partir daí era aproveitar a ladeira para ganhar velocidade até chegar à meta, junto à EN125. Quando todos passassem, os reboques levavam a malta toda lá para cima para começar outra corrida.

Para apreciar a corrida, fiquei numa curva emblemática do percurso, a curva do Semeador, que tem este nome devido à estátua que lá está, recordando uma das atividades da freguesia.

Na curva, tinham colocado uns pneus de proteção para evitar que os concorrentes tivessem algum acidente mais grave, mas correu tudo bem. Houve de tudo, ultrapassagens, despistes, piões, batidas nos pneus, tempo para os corredores cumprimentarem os amigos, até houve quem fizesse cavalinho com o carrinho. E se a maioria eram monolugares, também passaram veículos com dois tripulantes e até um familiar com três.

Íamos a meio da prova quando cai um esgarrão que molhou a pista. Não sei se houve grande azáfama nas boxes, nem sei se há rolamentos de chuva, mas os corredores não se impressionaram e continuaram alegremente as suas provas. A chuva só incomodou a animação musical (água + material elétrico são um bocado incompatíveis) mas ainda houve tempo para ser cantado um “parabéns a você” a uma espectadora.

E por falar em espectadores achei curioso a biodiversidade humana existente, com uma grande representação de estrangeiros de várias nacionalidades.

Num dos intervalos aproveitei para dar uma vista de olhos às boxes, apreciando o nível da mecânica dos carros, pois, se havia quem usasse a sola dos sapatos para travar, havia outros que usavam engenhocas sofisticadíssimas que não divulgo porque não quero ser acusado de espionagem industrial por algum dos patrocinadores dos bólides.

Para terminar, perguntam vocês quem ganhou. Quem ganhou foi quem lá foi…

E um dos que lá foram foi “O Cronista Acidental”.

 

 

 



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