Câmara de Loulé diz que atitude do CHUA põe em causa projetos com o ABC

Esta posição surge depois de Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, também já ter condenado ontem a atitude do CHUA

A Câmara de Loulé disse esta quinta-feira, 9 de Junho, que a atitude «inadmissível» do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) em relação a Nuno Marques coloca «em causa os compromissos assumidos» entre o Algarve Biomedical Center (ABC) e a autarquia na construção dos dois polos ligados às Ciências Biomédicas e do Envelhecimento». 

Num comunicado enviado hoje às redações, a autarquia louletana diz que «não pode ficar indiferente» a este caso, «uma vez que acompanhou e que conhece bem de perto o trabalho desenvolvido pelo Dr. Nuno Marques enquanto presidente do ABC».

A Câmara de Loulé vai mais longe e diz mesmo que a atitude «inadmissível e persecutória do Conselho de Administração do CHUA, visando acima de tudo afastar a continuidade do Dr. Nuno Marques à frente do ABC, coloca em causa os compromissos assumidos entre esta instituição e o município de Loulé, por via da parceria estratégica celebrada para a construção de dois projetos nas áreas das Ciências Biomédicas e do Envelhecimento».

Em causa estão os projetos do  “ABC Loulé Health Research Center”, um polo ligado à investigação, saúde e ciência, e do Center Active Life (Vilamoura).

A Câmara de Loulé acusa o Conselho de Administração de recorrer, «de forma fanática e obstinada, ao expediente da barra do tribunal» para colocar «em causa» o nome de Nuno Marques e «todo o seu trabalho em prol do Algarve».

A autarquia diz que baseia esta «manifestação pública» de apoio ao presidente do ABC pelo facto de o seu trabalho ser «reconhecido não apenas localmente, como nacional e internacionalmente».

«Foi através do ABC que saíram as primeiras estratégias e estudos científicos para melhor conhecer e controlar a propagação do vírus na comunidade. Foi com propostas e colaboração do ABC que a linha SNS 24 pode aumentar significativamente a sua capacidade de resposta em todo o país. Partiu também do ABC a iniciativa de implementar as primeiras técnicas de pooling para otimizar o número de testes realizados à Covid-19», recorda a Câmara de Loulé.

O Município defende ainda que foi «ideia do ABC o desenvolvimento das abordagens inovadoras e de resposta muito eficiente para monitorizar e controlar a pandemia em lares de idosos no Algarve e Baixo Alentejo».

Esta posição surge depois de Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, também já ter condenado ontem a atitude do CHUA. 

Em causa, nesta segunda ação judicial movida pelo Conselho de Administração a Nuno Marques, estão declarações, de Janeiro de 2021, em relação aos 30 ventiladores, comprados pelo ABC na China, com dinheiro da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, mas que não funcionavam.

Nuno Marques não se demite, mas, devido a esta polémica, considera que se torna ««incomportável continuar a trabalhar» no ABC, consórcio que, além do CHUA, também integra a Universidade do Algarve, entidade que, nesta desavença, já se colocou do “lado” do Algarve Biomedical Center.

 



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