Escavações arqueológicas em busca de Balsa também encontram vestígios romanos na Quinta das Antas

Resultados da nova campanha arqueológica na antiga cidade romana de Balsa vão ser apresentados em Novembro

Foto de arquivo dos trabalhos de georadar do ano passado

As escavações arqueológicas na antiga Quinta das Antas, perto da Luz de Tavira, feitas este ano pela primeira vez, permitiram confirmar a existência de vestígios romanos nesses terrenos, anunciou a Universidade do Algarve. 

Estes trabalhos arqueológicos, que decorreram em Julho, permitiram confirmar os vestígios de que Estácio da Veiga já tinha falado no século XIX, e que, mais recentemente, tinham sido apontados por prospeções geofísicas.

Esta intervenção insere-se no projeto de investigação arqueológica da cidade romana de Balsa, que decorreram sobretudo na Quinta da Torre d’Aires e em terrenos anexos, no âmbito da nova campanha, juntando equipas das universidades do Algarve e de Cádis (Espanha) e do Município de Tavira.

Os resultados da nova campanha arqueológica nos vestígios da antiga cidade romana de Balsa (Luz de Tavira) vão ser apresentados em Novembro, anunciou a Universidade do Algarve.

Depois dos trabalhos do ano passado, desta vez foram feitas «prospeções não invasivas com georadar», bem como «medida a sensibilidade magnética dos solos com Gradiómetro nas áreas arqueológicas da Quinta da Torre d’Aires e em terrenos anexos», explica a UAlg.

Toda a área arqueológica da quinta «foi investigada com estes métodos não invasivos, sendo o georadar aplicado a outras propriedades a nascente por onde se prolongava a antiga cidade romana».

Em paralelo, foram feitas escavações arqueológicas quer na área da quinta, quer ainda, pela primeira vez na história das investigações de Balsa, numa das propriedades em terrenos da antiga Quinta das Antas.

«Tais trabalhos só foram possíveis com a prestimosa colaboração de alguns proprietários que, desta forma, apoiam o conhecimento do passado desta região», salienta a equipa.

As prospeções não invasivas foram efetuadas através de uma colaboração com uma equipa da Unidad de Geodetección da Universidade de Cádis, liderada pelo professor catedrático Lázaro Lagóstena Barrios.

Todos estes trabalhos foram feitos no âmbito do projeto em curso, financiado pelo CRESC 2020, denominado «BALSA, Searching the Origins of Algarve», coordenado pela Universidade do Algarve em parceria com o Centro de Ciência Viva de Tavira, o Município de Tavira e a Direção Regional de Cultura.

Este projeto, que conta com mais um ano de investigação, «já determinou boa parte dos limites da área urbana, que se afigura bem mais pequena do que tem sido veiculado, o que se enquadra mais com a realidade da maior parte deste tipo de cidades do sudoeste da Península», explica a UAlg.

As investigações têm também apontado para um período particularmente rico até à segunda metade do século II, altura em que a cidade terá colapsado, talvez devido a um tsunami, sendo reerguida ainda no final desse século ou nos inícios do seguinte, com uma vocação produtiva muito ligada à exploração de recursos marinhos e produção de preparados de peixe.

A ocupação do sítio terá continuado para além da época romana, até que, já no período islâmico, nasce a atual cidade de Tavira.

Nos primeiros anos desta investigação científica, os arqueólogos encontraram algumas pistas promissoras, que ajudaram a compreender um pouco melhor esta misteriosa cidade romana, situada dentro da Quinta da Torre d’Aires.

 

 



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