Georadar vai ajudar a conhecer melhor a cidade romana de Balsa

Conclusões das prospeções geofísicas serão conhecidos em Novembro

Uma equipa de investigadores da unidade de geodeteção Universidade de Cádiz e da Universidade do Algarve esteve a fazer prospeções geofísicas com georadar no sítio arqueológico de Balsa, em Tavira, para ajudar a conhecer melhor a cidade romana que ali existiu há cerca de 2 mil anos.

Durante uma semana, «foram rastreados vários hectares de terreno com um radar de penetração no solo 3D multifrequência de última geração (georadar 3D)».

«Este equipamento de ponta permitirá ter imagens a três dimensões do subsolo, detetando estruturas e outras construções romanas enterradas, a sua configuração e a profundidade a que se encontram», segundo a Universidade do Algarve.

Este Verão, devido à Covid-19, não se realizaram as escavações que estavam previstas, que dariam continuidade ao trabalho de campo iniciado no ano passado, ao abrigo do projeto científico “Balsa, Recuperação e divulgação de uma cidade romana do Sudoeste ibérico – Projeto cultural para a coesão social e sustentabilidade local”, promovido em conjunto pela Direção Regional de Cultura do Algarve (DRCAlg), pela Universidade do Algarve e pelo Município de Tavira.

No primeiro dos três anos desta investigação científica, os arqueólogos encontraram algumas pistas promissoras, que ajudaram a compreender um pouco melhor esta misteriosa cidade romana, situada dentro da Quinta da Torre d’Aires.

 

Escavações arqueológicas em Balsa_2019

 

Este ano, foram feitas pela primeira vez investigações em alguns terrenos da antiga Quinta das Antas, «onde os arqueólogos suspeitam poder situar-se um grande edifício de espetáculos referido em duas inscrições dali oriundas e que referem a existência de um circus».

«Realizaram-se, também pela primeira vez, pesquisas arqueológicas na colina em torno das casas da quinta da Torre d’Aires, núcleo central do burgo romano», acrescentou a UAlg.

Na prática, os cientistas radiografaram o subsolo, «passando pela superfície o aparelho de georadar com 2,7 metros de largura, atrelado a uma viatura 4×4».

Esta pesquisa «só foi possível devido à boa vontade de alguns proprietários de terrenos situados na quinta de Torre d’Aires e a nascente desta quinta, que se aliaram ao projeto, permitindo efetuar este tipo de trabalhos arqueológicos não invasivos nas suas propriedades».

Os resultados do levantamento de campo levado a cabo por uma equipa de 5 investigadores da Universidade de Cádis, liderados pelo catedrático Lázaro Lagóstena Barrios, acompanhados pelo coordenador do projeto João Pedro Bernardes, da Universidade do Algarve, e pelo arqueólogo do município de Tavira, Celso Candeias, serão conhecidos em Novembro, «após um complexo processo de filtragem e de análise dos dados por software sofisticado».

«Os resultados deste trabalho trarão um avanço significativo no conhecimento do que ainda subsiste da cidade, na forma como se organizava o seu urbanismo e o tipo de edifícios que ali existiram», acredita a Universidade do Algarve.

 



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