Portimão adia obras importantes nas estradas para evitar confusões no Verão

Estão em curso 13 obras em todo o concelho, estando a decorrer ou prestes a ser lançados concursos para outras 11

A Câmara Municipal de Portimão adiou obras importantes nas estradas do concelho para depois do Verão, de modo a que «os nossos concidadãos, nomeadamente os empresários, não sejam prejudicados».

O anúncio foi feito ontem à tarde pela presidente da autarquia, num encontro com a imprensa, que começou pela assinatura do auto de consignação, logo seguido do seu auto de suspensão, da empreitada da 1ª fase de pavimentação da avenida V6, uma das principais vias da cidade.

Adiadas foram ainda a requalificação e pavimentação da antiga EN125, entre a Cruz da Parteira e a Penina, bem como outras repavimentações.

Se estas obras avançassem já, salientou a presidente Isilda Gomes, «haveria filas de trânsito intermináveis». É que, frisou, «não queremos que as obras dificultem o retomar da economia», por isso, «aquelas que pudermos adiar, vamos adiar para depois do Verão».

O conjunto das obras agora adiadas representa um investimento de 921 mil euros.

«Ultimamente, temos sido bombardeados com a classificação de eleitoralistas por estarmos a fazer obras. Se o fôssemos, não adiávamos agora duas obras tão importantes», acrescentou a autarca socialista.

 

Assinatura do auto de consignação (e suspensão) da obra da V6 – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação 

Entretanto, há outras intervenções em curso em todo o concelho que continuarão, sobretudo porque não causam constrangimentos ao trânsito, que costuma aumentar no período estival.

São elas a Antiga Lota de Portimão, o edifício do Salva Vidas de Alvor, a requalificação da Escola Básica José Buísel, a substituição das coberturas em amianto nas escolas básicas D. João II e Júdice Fialho e na Secundária Manuel Teixeira Gomes, a criação do Parque Urbano do Mercado (com a demolição da antiga estrutura e das barracas, com realojamento), a demolição das casas entre o Largo do Dique e o Jardim 1º de Dezembro, para criar uma nova rua (aprovada já em Assembleia Municipal), as estradas das Sesmarias e da Esteveira, a Casa Mortuária de Alvor, a consolidação dos ossários do antigo cemitério, a requalificação total da Rua António Feu, na Praia da Rocha, e a conclusão da Rotunda Paul Harris.

Quanto à Rua António Feu, na Rocha, Isilda Gomes salientou que «já não é uma rua, é uma sucessão de buracos, pelo que não podemos adiar mais». Trata-se de uma obra conjunta com a EMARP, que aproveitará para reformular infraestruturas, pelo que irá demorar um pouco mais.

Quanto à Rotunda Paul Harris, situada numa das principais entradas da cidade, as obras deverão «estar terminadas no final de Julho ou início de Agosto». Isilda Gomes garantiu que esta obra «anda a bom ritmo», estando a provocar «o mínimo de problemas possível».

Para já, estão a avançar os trabalhos nas zonas laterais, tendo sido criados acessos alternativos, enquanto o trânsito flui normalmente na zona central, de entrada ou saída da cidade.

Quando for preciso pavimentar a zona central, «não haverá interrupção de trânsito, a não ser por algumas horas, mas durante a noite».

As 13 obras que estão em andamento em todo o concelho representam um investimento de 7,1 milhões de euros.

 

Rotunda Paul Harris em obras – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Mas há outras intervenções que podiam estar a acontecer…se os concursos não tivessem ficado desertos. São elas a 2ª fase do Parque Urbano do Mercado, as fases 2 e 3 do Parque da Juventude, o Palácio Abreu, em Alvor, a Escola Básica e Jardim de Infância das Vendas, a EB de Montes de Alvor e o Jardim de Infância do Fojo, totalizando cerca de 3,3 milhões de euros.

E porque é que os concursos ficam desertos, sem empresas construtoras a candidatar-se? Isilda Gomes diz que ainda recentemente o assunto foi debatido na Associação Nacional de Municípios Portugueses, visto que se trata de um problema que se repete em todo o país. A questão, salienta a autarca portimonense, é que «há poucas empresas com capacidade e dinâmica para assumirem as obras».

Apesar destes contratempos, a Câmara de Portimão tem um conjunto de onze obras cujos concursos estão a decorrer ou serão lançados «até ao final do Verão». Além da repetição de algumas das que ficaram sem empresas interessadas em construí-las, há ainda o passadiço da Praia da Rocha (requalificação, iluminação), o Centro de Recolha Animal, a requalificação da Lota de Alvor e o arranjo do adro da Igreja Matriz de Portimão.

«No passadiço da Praia da Rocha, não iríamos nunca intervir durante o Verão», enquanto a requalificação do adro da Igreja Matriz está já «no Tribunal de Contas, à espera de visto». De qualquer modo, assegurou, «não vamos começar a obra numa zona nobre da cidade em pleno Verão».

Neste conjunto de obras com concursos a decorrer ou a ser lançados em breve, a Câmara de Portimão estima investir perto de 3,9 milhões de euros, dos quais quase metade (1,8 milhões) dizem respeito aos arranjos no largo da Igreja Matriz.

Mas há ainda intervenções importantes, como a da EM531, entre Alvor e a Penina, que não constam deste rol. Filipe Vital, vice presidente da autarquia, anunciou que o projeto está a ser feito, acrescentando que, além da requalificação e pavimentação, há «terrenos a expropriar», para que a futura estrada tenha as condições necessárias para o fluxo de trânsito que acolhe. «Se fosse para ficar igual, não valia a pena gastar dinheiro», salientou Isilda Gomes.

Quanto ao adiamento das obras, a autarca admitiu: «qualquer presidente de Câmara gostaria de ver a V6 requalificada, assim como a antiga EN125. Mas suspender é também contribuir para que a economia não sofra com os transtornos causados pelo decurso das obras. Prefiro perder alguns votos, porque atrasámos estas obras, que sujeitar os cidadãos a filas de espera intermináveis, sejam os portimonense, sejam os nossos visitantes».

«Não nos podem acusar de eleitoralismo, quando temos mais obras a fazer a seguir ao Verão e até depois das eleições [autárquicas]», defendeu.

Entre obras já em curso, suspensas para avançarem depois do Verão, e projetadas com concursos a decorrer ou a lançar em breve, a Câmara de Portimão tem previsto um investimento global de 15,2 milhões de euros.

«Para um município que passou pelas dificuldades que o nosso passou, é uma verba que impõe respeito», sublinhou Isilda Gomes.

«Projetos não nos faltam. Para o ano, haverá o dobro das obras no terreno», assegurou a presidente da Câmara.

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 



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