Fatura aumenta no Algarve porque água é «um bem económico», diz ministro

João Matos Fernandes revelou, por outro lado, que as obras que motivarão um aumento «muito pequeno» da água, na região algarvia, serão pagas na totalidade por fundos europeus

João Matos Fernandes – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

«A água é, de facto, um bem económico, quando chega às nossas torneiras», afirmou hoje João Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática, para justificar a decisão de vir a cobrar mais pela água, no Algarve, para manter duas obras que serão pagas, a 100%, com fundos europeus.

O membro do Governo esteve esta quarta-feira no Algarve para realizar um roteiro da água, que começou na Barragem de Odeleite, onde vai avançar a primeira obra prevista no Plano de Recuperação e Resiliência a ser realizada na região,  que visa o aproveitamento do volume morto da Barragem de Odeleite.

À margem da sessão, o membro do Governo confirmou que os investimentos da dessanilização e da ligação ao Pomarão «são financiados a 100%. Ou seja, o investimento em si, não vai trazer custo acrescido a ninguém».

«Estes dois sistemas são dois seguros para garantir que todas as utilizações de água, no Algarve, possam ter o recurso. Isto vai desde a utilização urbana, pelo comum dos cidadãos, à agricultura e ao turismo, nomeadamente aos golfes. E aquilo que nós quisemos dizer foi que esse seguro de vida tem de ser comparticipado por todos este usos», ilustrou.

«O que não é justo, é que sejam só os consumidores urbanos a pagar  o acréscimo, que será sempre muito pequeno. Quase não interessa aqui o valor do aumento, que será mesmo muito pequeno, é uma questão de justiça», defendeu João Matos Fernandes.

Questionado pelo Sul Informação sobre a razão pela qual esta lógica, aparentemente, só se aplicar ao Algarve e à água – até agora, não foi anunciada a intenção de cobrar uma taxa extraordinária à população de outra região, associada a obras do PRR -, o ministro alegou que a água é «um bem económico, quando chega às nossas torneiras».

«A água é um bem essencial à vida, mas a que chega às nossas torneiras tem, de facto, um custo na sua captação, tratamento e distribuição», disse.

«Um sistema que é desequilibrado do ponto de vista económico e financeiro, é, necessariamente, desequilibrado do ponto de vista ambiental. Isto é: se não houver um preço justo para a água, não há forma de poder garantir, no tempo, a qualidade desses mesmos sistemas», acrescentou.

Apesar destas justificações, as críticas a esta decisão já chegaram de vários quadrantes, não só da parte de partidos da oposição, nomeadamente do PSD e do PCP, mas, também, da sociedade civil.

 

 

 

 



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