Os 21 migrantes «oriundos do Norte de África» que desembarcaram ontem ao final da tarde na Ilha do Farol, em Faro, já foram intercetados e encontram-se neste momento à guarda da GNR e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, revelou esta última força de segurança.
Os homens foram apanhados cerca das 19h45 nas imediações da praia pela Unidade de Controlo Costeiro da GNR, que, após alerta de populares, lançou uma operação de busca. No local do desembarque esteve também presente a Polícia Marítima.
Veja o vídeo captado pela GNR:
Segundo o SEF, os migrantes foram submetidos ainda ontem à noite a testes à Covid-19 e foram-lhes, «de imediato, garantidas as necessidades básicas, incluindo alimentação, assistência médica e alojamento».
Ao longo do dia de hoje, quarta-feira, «serão promovidas todas as diligências necessárias para avaliação da situação e promoção das medidas adequadas ao caso», assegurou o SEF.
Já a Unidade de Controlo Costeiro da GNR frisou que a ação que culminou na interceção dos migrantes «decorreu no âmbito da Operação Fronteira Marítima Reforçada, que se tem vindo a desenrolar pela UCC, a fim de detetar fluxos de imigração irregular, combater a criminalidade transfronteiriça e incrementar a atuação relacionada com as funções de Guarda Costeira».
Entretanto, António Pina, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve reagiu, em declarações à Antena 1, a mais uma tentativa de desembarque de migrantes vindos do Norte de África, a quinta que foi intercetada na costa algarvia, nos últimos meses.
«Não posso dizer que haja já uma rota ilegal massificada com a vinda de muita gente, mas há pelo menos a perceção, do lado de lá, de que é fácil chegar nestas pequenas embarcações ao nosso território», considerou o também presidente da Câmara de Olhão.
«O sinal final para desmobilizar estes movimentos seria o repatriamento destes cidadãos. Sabemos que o ultimo grupo será repatriado e aguardam no aeroporto de faro, na sala do SEF, e acho que assim que isto acontecer dará o sinal contrário à vontade de algum de usarem estes meios menos apropriados para chegar ao nosso país», acrescentou António Pina, em declarações à rádio pública.
Antes do desembarque de ontem, já haviam sido intercetados outros quatro barcos com migrantes, alegadamente oriundos de Marrocos.
A 15 de Junho, um grupo de 22 homens, que afirmaram ser de nacionalidade marroquina, desembarcou na praia de Vale de Lobo. Dias antes, a 6 de Junho, outro barco com 6 migrantes, que também alegaram ser marroquinos, tinha sido intercetado já dentro da Ria Formosa.
A 29 de Janeiro, o mesmo tinha acontecido, com uma embarcação com 11 migrantes, vindos de El Jadida, cidade costeira marroquina, que foram apanhados frente à barra da Armona.
O primeiro grupo de migrantes marroquinos tinha chegado ao Algarve no dia 11 de Dezembro, quando 8 jovens que também diziam vir de El Jadida (a antiga Mazagão portuguesa) desembarcaram na praia de Monte Gordo, onde foram intercetados pelas autoridades.
Nota: Atualizada às 11h15 com vídeo e foto, bem, como com informações complementares fornecidas pela GNR
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