Ex-administradora do Porto de Sines: Opções do programa de infraestruturas «não servem os interesses do Algarve»

As opções estratégicas subjacentes ao programa de investimentos de elevado valor acrescentado (IEVA) estão mal fundamentadas e não servem os […]

As opções estratégicas subjacentes ao programa de investimentos de elevado valor acrescentado (IEVA) estão mal fundamentadas e não servem os interesses do Algarve, sustentou Lídia Sequeira numa conferência em Faro.

A ex-presidente do Conselho de Administração do Porto de Sines (APS) arrasou completamente os investimentos anunciados pelo Governo, por não estarem «devidamente fundamentados» nem «amadurecidos» e muitos deles assentarem em «pressupostos errados».

Lídia Sequeira, que era a convidada de honra da conferência regional «Novo Rumo», promovida no sábado, em Faro, sustentou que a análise multicritério que originou a escolha de trinta projetos prioritários «não é séria» e sublinhou que os dois projetos a serem desenvolvidos no Algarve têm poucas hipóteses de ver a luz do dia, pois foram colocados na «segunda ordem de prioridades».

No relatório recentemente apresentado pelo Governo, apenas estão incluídos a melhoria do acesso marítimo e instalações nos portos de Portimão e Faro (com um investimento previsto de 55 milhões de euros) e a modernização e eletrificação da linha ferroviária do Algarve (55 milhões), deixando de fora a conclusão das obras de requalificação da EN 125 ou a ligação ferroviária a Espanha, prometida em 2004 pelo ex-primeiro-ministro Durão Barroso.

Baseando-se na intervenção doe João Faria, ex-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, que havia defendido uma aposta nos investimentos sustentáveis, Lídia Sequeira incentivou os presentes a reclamarem «melhores investimentos na região», que consolidem a vertente turística e contribuam para a diversificação da economia regional, nomeadamente através de uma aposta estratégica nas potencialidades do mar algarvio, nos domínios das pescas, do turismo de cruzeiros e da reparação naval.

 

Consequências das portagens devem ser analisadas

Na sua intervenção na conferência regional «Novo Rumo», o presidente do PS-Algarve constatou que «ao fim de 40 anos do 25 de Abril, os Portugueses perderam liberdade, as pessoas não acreditam mais nas políticas impostas por este governo, já não reagem, porque não acreditam que sejam ouvidos», sublinhando que “todos os meses perdemos capacidade de administração, face às políticas centralizadoras que têm sido impostas, nos vários serviços regionais”.

«Há ano e meio, o PS-Algarve exigiu uma reflexão sobre as consequências da introdução de portagens na Via do Infante, mas nada foi feito. Agora, são os organismos oficiais que vêm dizer-nos que, só de perdas diretas de dormidas em alojamento classificado, o Algarve perde cerca de 175.000 dormidas (aproximadamente 10 milhões de euros), mais todos aqueles que deixaram de visitar diariamente os nossos mercados, o comércio e restauração dos centros das cidades», acrescentou António Eusébio.

De acordo com as últimas estatísticas conhecidas, «a Via do Infante perdeu mais de 60% do seu tráfego, encontra-se quase vazia e pouco contribui para o apoio às nossas empresas e à economia local».

Confirma-se, na opinião do líder dos socialistas algarvios, que «a introdução das portagens na Via do Infante transformou-se num travão à nossa economia e, apesar das promessas efetuadas em outubro de 2012, as obras de requalificação da EN 125 continuam suspensas e não se sabendo para quando a sua conclusão».

«Os algarvios não podem esperar mais, é preciso estudar com responsabilidade o problema e definir soluções credíveis que possam gerar confiança e proporcionar esperança aos empresários», apontou António Eusébio, acrescentando que permanecerá inflexível na redução do IVA na restauração e na defesa de serviços de saúde eficientes e de qualidade que «garantam confiança no Algarve, enquanto destino turístico de referência!».

Além de Lídia Sequeira, João Varejão Faria e António Eusébio, registaram-se ainda as participações de Luís Graça, Miguel Freitas, Francisco Serra, Arminda Neves e Rui Paulo Figueiredo, que intervieram na conferência regional subordinada ao tema “Economia e Emprego – Competitividade Regional. Que Futuros?”, que decorreu neste sábado no Auditório do Museu Municipal de Faro, integrada nas iniciativas que precedem a Convenção Novo Rumo, organizada pelos socialistas e agendada para o dia 17 de maio, em Lisboa.

 

 

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