Caçar turistas na internet

Há dias, uma consultora defendeu, numa conferência em Lisboa, que o Turismo em Portugal deve apostar cada vez mais no […]

Há dias, uma consultora defendeu, numa conferência em Lisboa, que o Turismo em Portugal deve apostar cada vez mais no canal online.

Coloquei o link para esta notícia num grupo no Facebook do qual faço parte, denominado Turismo de Nichos – Turismo de Natureza e fiz o seguinte comentário: «Há muito que o Algarve deveria ter um verdadeiro portal na internet, onde o turista pudesse encontrar toda a informação sobre a oferta disponível. E quando digo toda a oferta, é mesmo toda a oferta – dos hotéis de 5 estrelas ao alojamento local, passando pelos apartamentos e pelo turismo rural; dos monumentos e museus (com horários atualizados), aos passeios e circuitos a pé, de bicicleta, a cavalo, de carro, sinalizados ou não; das empresas de transfers às empresas de turismo ativo e de natureza; dos campos de golfe aos parques aquáticos, etc, etc. Basta ver como se faz lá fora (e esta é uma frase que eu não gosto de usar…porque acho que devíamos ser suficientemente inteligentes para aprender com os outros e para inovar)».

Este meu comentário gerou algumas reações curiosas, de pessoas ligadas ao turismo de natureza e, sobretudo, de pessoas ligadas à Entidade Regional de Turismo do Algarve. Estas reações, infelizmente, não se traduziram em comentários ao meu post no Facebook, mas em telefonemas que fui recebendo.

A ideia geral que me quiseram passar é que o portal do Turismo do Algarve na internet é muito bom e tem toda a informação que eu referi. É verdade que o portal visitalgarve.pt está hoje muito melhor, muito mais completo do que quando foi lançado. Aliás, mal ficaria se não tivesse evoluído.

Mas continuo a achar que este portal não tem ainda toda a informação, todos os links, que deveria ter. E nem digo que a culpa disso seja apenas do Turismo do Algarve.

É triste, por exemplo, que a partir do portal visitalgarve não se possa aceder a informação completa, útil e fácil de usar sobre os Parques Naturais e outras áreas protegidas do Algarve. A culpa, disseram-me, é do Instituto de Conservação da Natureza.

Mas, seja lá por culpa de quem for, a verdade é que se um turista quiser programar uma visita ao Parque Natural da Ria Formosa, e pretender saber de antemão tudo o que lá pode e não pode fazer ou visitar, não encontra informação…Nem no site do ICNB, nem no do Turismo do Algarve…

Como disse atrás, não gosto de estar a invocar o que os outros fazem lá fora, como se tudo o que vem do estrangeiro é que fosse bom. Mas a verdade é que, neste caso, tenho mesmo que dizer que não é preciso estar sempre a inventar a roda: basta copiar – e bem! – o que outras regiões turísticas fazem, por essa Europa fora.

Eu pertenço àquela categoria de turistas, cada vez mais abundante, que, antes de irem de férias, pesquisam na internet tudo o que tem a ver com o tema – das passagens de avião ao alojamento, da rent-a-car aos horários de autocarros e comboios, dos percursos de automóvel aos passeios a pé, dos horários de monumentos e museus, aos restaurantes, lojas de produtos tradicionais, oferta cultural.

Pode ser que esteja mal habituada, mas a verdade é que tenho encontrado, em sites de vários países, a informação toda de que necessito. E trata-se de informação atualizada! Em Portugal, infelizmente, isso não tem acontecido! E é lamentável!

 

Nota: Este é o texto da minha crónica de quinta-feira na rádio RUA FM, no âmbito da rubrica «Tenho Dito», que pode ser ouvida de viva voz aqui

 

 

 

 

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