«Há todos os motivos» para ir à Feira da Dieta Mediterrânica

Música, com os Deolinda e o cantor de flamenco Miguel Poveda, oficinas culinárias, conferências, e, claro está, a boa gastronomia, […]

Música, com os Deolinda e o cantor de flamenco Miguel Poveda, oficinas culinárias, conferências, e, claro está, a boa gastronomia, com as cataplanas ou os doces de alfarroba e figo. Se for à Feira da Dieta Mediterrânica, de 7 a 10 de Setembro, em Tavira, vai encontrar isto (e muito mais).

O certame segue a linha do ano passado e Jorge Botelho, presidente da Câmara, não tem dúvidas: «há todos os motivos» para rumar a Tavira nesses quatro dias.

Uma das novidades deste ano passa, ainda assim, pelo reforço dos showcookings, a cargo da associação In Loco e das Escolas de Turismo de Faro e de Vila Real de Santo António. É que o Mercado da Ribeira vai transformar-se num verdadeiro palco gastronómico.

Tradição e sabores milenares, mas também inovação, novos produtos, novas receitas e experiências sensoriais vão marcar a edição deste ano dos showcookings, sempre tendo por base a Dieta Mediterrânica.

O programa é «ambicioso», segundo a In Loco, também porque se juntará à iniciativa o chef Vítor Sobral, «uma da maiores referências da gastronomia a nível nacional e conhecido pela sua forma única de interpretação e modernização de pratos tradicionais portugueses».

Artur Gregório, presidente da In Loco, Fernando Severino, Jorge Botelho, Francisco Serra, Desidério Silva e Alexandra Gonçalves

O chef foi a pessoa escolhida para representar Portugal no projeto “Medfest”, que envolve oito países e é coordenado, em Portugal, pela In Loco.

Continuando pela gastronomia, que é um dos pontos importantes do certame, a Feira terá um stand de Marrocos, uma das comunidades representativas da Dieta Mediterrânica como Património Cultural Imaterial da UNESCO.

No espaço de Marrocos, vai poder-se encontrar uma «mostra de produtos típicos do país», revelou Jorge Botelho, na conferência de imprensa de apresentação do certame, realizada esta quarta-feira, 30 de Agosto. E o mais interessante é que se poderá verificar que «a cultura que nós temos não é assim tão diferente, comparada com a deles. Isto é mesmo um património comum: comemos todos mais ou menos a mesma coisa», acrescentou o edil.

Outro dos destaques desta Feira da Dieta Mediterrânica é a conferência intergovernamental, das sete comunidades representativas, a realizar-se no dia 8 de Setembro. Espanha, Grécia, Chipre, Croácia, Itália e Marrocos vão marcar presença, pelo que Tavira terá de «dar assistência a nível institucional», segundo Jorge Botelho, para que tudo corra bem.

Aliás, no final desta conferência, a presidência rotativa, que estava a cargo de Tavira (comunidade representativa de Portugal), passará para a Croácia.

No ano passado, uma das queixas dos visitantes da Feira da Dieta Mediterrânica foi o facto de o horário dos espetáculos por vezes coincidir. «As pessoas diziam que estavam em stress, pois estavam num concerto e já estava a começar a outro. Este ano, pensámos em conjugar mais os horários», explicou Jorge Botelho.

É que a música também é um ponto importante do certame, como o é da Dieta Mediterrânica. Os principais concertos acontecem na Praça da República, às 22h30, e por lá vão passar nomes como os Deolinda, no dia 7, Miguel Povedo, a 8, a fadista Raquel Tavares, no dia 9, e para finalizar HMB (10), num “piscar de olho” aos mais jovens.

Sangre Ibérico, Monda, António Chainho, Savina Yannattou (Grécia) e Capitão Fausto atuam, por sua vez, no palco do Castelo.

Pela Feira, poderá encontrar um total de 141 stands, número revelado por Jorge Queiroz, chefe da Divisão da Cultura, Património e Museus da Câmara de Tavira e um dos obreiros do certame, com alguns novos produtores a marcar presença.

Já no “Largo do Brincar”, dedicado aos mais novos, haverá contos tradicionais com António Fontinha, Marionetas Mandrágora e Companhia Valdevinos, assim como o espetáculo “Mão Verde”, com música de Pedro Geraldes e lengalengas cantaroladas por Capicua.

A Praça da Convivialidade será o “centro nevrálgico”, em termos gastronómicos, com direito a propostas ligadas à cozinha portuguesa do mar e da serra, mas também petiscos ibéricos.

Ainda assim, o certame não se esgota nesta componente. Como ilustrou Alexandra Gonçalves, diretora regional de Cultura do Algarve, «além de fazer festa», a Feira tem «uma forte componente pedagógica».

Por exemplo: no dia 8, às 17h00, há a mostra e degustação “Aqui há tomate”, por Bernardino Ramos, e no dia 9, às 11h00, será a vez de Nídia Braz, da Universidade do Algarve, dar uma palestra sobre “os alimentos da Dieta Mediterrânica”.

A organização do certame junta entidades de áreas diferentes, como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, a Região de Turismo do Algarve (RTA), a Direção Regional de Cultura e a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve.

Aliás, segundo Jorge Botelho, ao longo do ano, «todas as instituições» foram-se reunindo para que nada falhasse. Neste sentido, Francisco Serra, presidente da CCDR, disse que «temos de ter a capacidade para, em conjunto, fortalecermos este projeto».

Para aquele responsável, «um dos vetores de crescimento a que se tem assistido é a captação de turistas com interesses culturais, para visitar uma área relacionada com o turismo de experiências, como a participação em atividades de colheita, por exemplo».

Fernando Severino, diretor regional de Agricultura e Pescas, fez questão de salientar que este projeto foi «o maior do Algarve nos últimos tempos».

Quando a Desidério Silva, presidente da RTA, afirmou que o sucesso da candidatura da Dieta Mediterrânica a Património Imaterial e Cultural da UNESCO, com Tavira a ser a comunidade representativa portuguesa, vem «reforçar, responsabilizar e criar exigências aos parceiros».

Jorge Queiroz

No fundo, esta Feira, que terá o rio Gilão como pano de fundo, querendo, também, promover o património do centro histórico de Tavira, vai «afirmar aquilo que são as potencialidades do Algarve», considerou Jorge Botelho.

«A Dieta Mediterrânica tem sido cada vez mais um motor de atração para o Algarve e nós queremos uma região todo o ano», acrescentou.

Previsões de visitantes, não há, mas serão «dezenas de milhar», segundo o autarca. «Será seguramente uma enchente. Este ano, a temperatura vai estar melhor. Para Tavira, a feira traz sempre implicações, como onde estacionar, mas vamos ter parques alternativos e tudo estará sinalizado para que as pessoas possam vir comodamente», acrescentou.

Quem quiser acompanhar todo o programa, «vai ter andar muito intensamente», mas, no Ano Internacional do Turismo Sustentável, distinção que assenta que nem uma luva a esta Feira, valerá «a pena ir a Tavira», concluiu.

Para consultar o programa completo da Feira da Dieta Mediterrânica clique aqui.

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