Rede apoia vítimas de violência doméstica em todo o Algarve

Houve 1406 participações de violência doméstica, no Algarve, em 2018

Os 16 municípios do Algarve, bem como Odemira, no Baixo Alentejo, integram, a partir desta sexta-feira, 5 de Abril, uma rede que vai apoiar vítimas de violência doméstica. O objetivo passa por atenuar uma «realidade que exige a mobilização de todos». 

Os protocolos para a Territorialização da Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica foram assinados na manhã de hoje, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, em Faro, numa cerimónia que contou com a presença de Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência e da Modernização Administrativa.

A rede envolve um investimento de 268 mil euros, assegurados pelo Governo e municípios. E como será tudo efetivado, agora, no terreno?

Na prática haverá duas entidades gestoras de todo o processo: a TAIPA – Organização Cooperativa para o Desenvolvimento Integrado do Concelho de Odemira e a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV).

 

Mariana Vieira da Silva

A TAIPA ficará encarregada de dar resposta em cinco concelhos (Odemira, Aljezur, Monchique, Vila do Bispo e Lagos), ao passo que a APAV vai atuar em 12 municípios do Algarve (Portimão, Lagoa, Silves, Albufeira, Loulé, São Brás de Alportel, Faro, Olhão, Tavira, Castro Marim, Vila Real de Santo António e Alcoutim).

O atendimento «será descentralizado, com viaturas a poderem fazer esse trabalho e a deslocarem-se às localidades», explicou, aos jornalistas, Mariana Vieira da Silva. O modelo será flexível e feito de acordo com as necessidades de cada população.

Os atendimentos, por sua vez, podem vir a ser realizados em vários locais, como as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens de cada concelho ou nas próprias autarquias.

Também está prevista a implementação de três Gabinetes de Apoio às Vítimas, que farão o acompanhamento do trabalho nos municípios, mas a ministra não soube dizer, aos jornalistas, em que localidades vão ser instalados.

O grande objetivo de tudo isto passa, então, por apoiar as vítimas de violência doméstica. E isso faz-se também com ações de sensibilização e de prevenção que vão ser feitas, por exemplo, nas escolas.

 

Protocolo a ser assinado por Rosa Monteiro, secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade

Os dados mostram que, no ano passado, só no Algarve, houve 1406 participações de violência doméstica, o que equivale a uma média de 4 por dia.

Estes são números «intoleráveis», no entender da ministra. «A violência doméstica é uma realidade que perdura há demasiado tempo e que tem raízes profundas, exigindo a mobilização de todos nós», considerou.

Jorge Botelho, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, disse, por sua vez, que este é «um dia bom para todos». «Estamos a contribuir para um trabalho que está na agenda, pelos piores motivos», acrescentou.

Para o também presidente da Câmara de Tavira, o facto de esta iniciativa se estender por toda a região é «prova do compromisso claro de todos os autarcas».

Nesta rede há, ainda, um conjunto de perto de 70 entidades parceiras de diferentes áreas governamentais: cidadania e igualdade, educação, emprego, forças de segurança, justiça, reinserção social, saúde e segurança social.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

 

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