Milhos aferventados, bolotas doces, molhinhos de carqueja para chá, figos secos. Estes são alguns dos produtos que a D. Almerinda vende no renovado Mercado de São Bartolomeu de Messines.
A D. Almerinda está reformada, mas continua a vender «na praça» sobretudo o que produz e apanha, para «complementar a reforma, que é pequenina».
Esta senhora é uma das dez vendedoras do Mercado Municipal de São Bartolomeu de Messines, cujas obras de requalificação foram inauguradas, em festa, na manhã de quinta-feira, 28 de Março.
As obras, que passaram pela requalificação integral dos espaços interiores e exteriores do edifício, a renovação total das infraestruturas, reorganização funcional do espaço com relocalização das bancadas de venda, requalificação do pavimento, do telhado, das esplanadas, bem como a requalificação das duas ruas laterais, que passam a ser apenas pedonais, custaram 1,7 milhões de euros, financiados em parte pelo CRESC Algarve 2020 (660 mil euros) e o resto pelo Banco Europeu de Investimento.
Carla Benedito, presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu de Messines, entidade na qual a Câmara de Silves delegou a gestão do Mercado, salientou, na inauguração, que «o espaço ficou mais agradável e melhorou bastante as condições de venda para os vendedores e os produtores locais».
Os messinenses «estavam desejando que o mercado reabrisse!», exclamou a autarca.
Durante os dois anos de obras, os vendedores foram mudados para um espaço provisório, mas a Junta de Freguesia, responsável pela gestão do Mercado, não lhes «cobrou qualquer valor».
Foram «42 mil euros de isenção», o que é «um esforço que a Junta fez em prol dos vendedores e lojistas», sublinhou Carla Benedito.
Rosa Palma, presidente da Câmara de Silves, salientou que a intervenção permitiu «dar nova vida ao mercado, dar mais qualidade ao espaço, para torná-lo mais atrativo, mas também para lhe dar uma outra dimensão, mais dinâmica, transformando-o num espaço de convívio».
Exemplo dessa nova dinâmica é a exposição de fotografias antigas que retratam como foram os dias a seguir ao 25 de Abril de 1974, em Messines, patente no centro do edifício. Ou as barraquinhas para venda de artesanato, bolos e outras coisas de produção local.
O Mercado de São Bartolomeu de Messines integra a Rede Regional de Mercados Locais.
Aquiles Marreiros, secretário técnico do CRESC Algarve 2020 e do Algarve 2030, em representação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, salientou que a requalificação do Mercado «cumpre uma função no território de Messines», contribuindo para uma «nova centralidade».
Estas obras, recordou, foram feitas com verbas do PADRE (Plano de Ação para Desenvolvimento dos Recursos Endógenos), um programa que, no anterior quadro, tinha 8 milhões de euros para todo o Algarve.
No entanto, no âmbito do Algarve 2030, o PADRE vai continuar, sendo até muito reforçado, já que vai ser dotado com 32 milhões de euros. «Este PADRE tem continuidade», garantiu Aquiles Marreiros.
A terminar a curta cerimónia de inauguração, que passou pelo descerramento da placa inaugural e contou com o acompanhamento da percussão e alegria do Clube da Batucada, a presidente da Câmara Rosa Palma anunciou que o Município já está a trabalhar «nos financiamentos do Algarve 2030».
«Queremos requalificar outros mercados, como os de Armação de Pêra e Pêra», concluiu a autarca silvense.
A obra do Mercado Municipal de São Bartolomeu de Messines contemplou uma intervenção de grande envergadura nas instalações existentes, nomeadamente no que respeita à requalificação integral dos espaços interiores e exteriores do edifício, a renovação integral das infraestruturas (redes de abastecimento de água e saneamento, instalações elétricas, telecomunicações e rede viária envolvente), reorganização funcional do espaço com relocalização das bancadas de venda, e a requalificação do pavimento, do telhado, das esplanadas.
A Rede Regional de Mercados Locais engloba os Mercados de Sagres, Vila do Bispo, Aljezur, Odeceixe, Almádena, Odiáxere, Barão de São João, Bensafrim, Espiche, Monchique, Alvor, Silves, São Bartolomeu de Messines, Alcantarilha, Pêra, Algoz, Moncarapacho e São Brás de Alportel, que estão agora unidos num projeto comum, com uma imagem de marca homogénea.
A Rede visa o desenvolvimento de ações de dinamização para a revitalização do comércio, dos produtos e produtores locais e para o reforço da identificação dos consumidores com as produções locais e regionais e com a importância do consumir local.Esta rede é dinamizada pela Vicentina – Associação para o Desenvolvimento do Sudoeste, que desenvolve o Programa de Animação e Comunicação em vários Mercados Locais algarvios.
Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação
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