A abolição das portagens nas antigas Scut, como a A22 (Via do Infante), «está cada vez mais longe de ser uma possibilidade», disse esta terça-feira, 24 de Outubro, Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial.
À margem da conferência “Desafios da mobilidade em territórios de baixa densidade”, na Covilhã, a governante sublinhou que a prioridade deve ser o incentivo à utilização de transportes coletivos e elétricos e, apesar de não o prometer, não deixou de lado que o valor nas antigas Scut (vias sem custo para o utilizador) seja novamente reduzido.
«Não vou dizer que não vamos continuar a reduzir as portagens, mas também não vou prometer», salientou Ana Abrunhosa, quando questionada sobre o assunto.
A ministra da Coesão Territorial recordou que a redução do valor das portagens em 30% é implementada em Janeiro e depois o Governo vai avaliando.
«Vamos avaliando. Agora, não temos condições políticas, nem geopolíticas, nem de outro nível para continuar a reduzir muito as portagens. Isso tem de ficar bem claro», vincou Ana Abrunhosa.
Segundo a governante, a diminuição anunciada em 28 de Setembro dos custos de circulação na A22, na A23, na A24, na A25, na A4, na A13 e na A13-1 foi uma exceção: «justifica-se nestes territórios».
«Foi uma situação excecional, porque verdadeiramente não temos transportes coletivos em quantidade e em qualidade, mas devemos investir então para que haja esse transporte coletivo e incentivar as famílias a utilizar esse transporte coletivo e a deixar o transporte individual», argumentou Ana Abrunhosa.
A ministra chamou a atenção para reações negativas à medida de entidades que consideraram estar a ser fomentada a carbonização e acrescentou que a margem do Governo para continuar a reduzir o valor das portagens está cada vez mais reduzida.
«Eu acho que hoje esta não deve ser a medida prioritária de qualquer Governo, reduzir as portagens. A nossa margem política para o fazer está cada vez mais reduzida», salientou.
De acordo com Ana Abrunhosa «a própria Comissão Europeia questiona» Portugal porque é que estáa fomentar o uso do veículo individual, ao reduzir as portagens».
A ministra enfatizou o custo de contexto que representam as portagens e acrescentou que o valor foi reduzido nos territórios do interior para permitir às pessoas «chegar com menos custos ao hospital, ao seu local de trabalho, ao centro de saúde, a um evento cultural».
Sobre um eventual aumento do valor a pagar nas autoestradas no próximo ano, Ana Abrunhosa referiu ser «uma preocupação», mas remeteu o assunto para o ministro das Infraestruturas, João Galamba.
«Não me fica bem falar em nome de um ministro que neste momento está a fazer esse trabalho e essa negociação, que é o senhor ministro das Infraestruturas, mas é uma preocupação que todos temos, naturalmente», disse.
O Governo anunciou a 28 de Setembro que os veículos de classe 1 vão beneficiar de uma redução de 30% nas portagens na A22 (Via do Infante/Algarve), A23 (Beira Interior), A24 (Interior Norte), A25 (Beiras Litoral e Alta), A4 (Túnel do Marão), A13 e A13-1 (Pinhal Interior).
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