«É ótimo para os doentes», mas também para os alunos porque vai permitir que se façam projetos de investigação. O Hospital de Faro já tem desde esta quinta-feira, 29 de Junho, um novo equipamento de Tomografia Computorizada (TAC) com Tecnologia Espectral de 512 cortes «topo de gama», único em todo o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Este novo TAC, que está integrado numa nova sala de exames de diagnóstico e será utilizado pelas áreas da cardiologia e radiologia, vai permitir ao CHUA ter «o melhor de dois mundos».
Em declarações ao Sul Informação, Ana Varges Gomes, presidente do Conselho de Administração do CHUA, explicou que «esta é uma resposta que nós não tínhamos».
«No âmbito da cardiologia, por exemplo, vamos poder fazer angio-TAC coronário. Até aqui, os doentes para fazer este tipo de estudo tinham de fazer um exame invasivo que tem sempre riscos e assim podem fazê-lo de uma forma mais cómoda e mais rápida», acrescentou.
Além disso, o novo TAC, que resulta de uma candidatura conjunta do CHUA e do ABC – Algarve Biomedical Center a fundos comunitários, vai permitir «outra realidade que é aproximar a academia do hospital». É que este equipamento dará a possibilidade aos alunos da Universidade de fazerem «investigação clínica».
Os futuros médicos «poderão aqui fazer os seus projetos de investigação e isso é muito bom porque também ajudará a melhorar os cuidados de saúde da região».
De resto, o equipamento, que custou um milhão e meio de euros, é uma referência tecnológica pelo facto de fornecer imagens e resultados de alta qualidade, em cada exame e em qualquer momento, com baixa dose em todos os exames e em todo o tipo de pacientes.
Para Ana Varges Gomes, este é «mais um passo em frente no nosso trabalho para tentamos captar mais recursos humanos, para tentarmos modernizar o Centro Hospitalar e tornamo-nos mais independentes para que os doentes não tenham que ir a Lisboa».
Assim, o novo TAC, defendeu a presidente do Conselho de Administração do CHUA, vem também na onda de outros equipamentos que têm vindo a ser instalados.
«Nós tínhamos um parque tecnológico muito obsoleto, com falta de investimento há muitos anos e foi um esforço grande recuperar todo este avanço tecnológico. Algumas são valências que já tivemos e perdemos, outras são mesmo novidade, como é o caso deste TAC», disse Ana Varges Gomes.
A inauguração deste novo equipamento contou também com as presenças de Horácio Guerreiro, diretor clínico do CHUA, Paulo Neves, vogal da administração, representantes da empresa Philips, médicos e José Apolinário, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, que vincou a necessidade de a região apostar mais na tecnologia e na área da saúde.
Tomografia Computorizada (TAC) com Tecnologia Espectral
O novo TAC dispõe de um sistema inteligente que fornece imagens espectrais de alta qualidade, que reduz o número de exames necessários, melhorando a precisão do diagnóstico e o conforto e bem-estar dos pacientes, tudo isto com igual ou menor dose do que os exames convencionais.
De acordo com o CHUA, outro ponto forte é um fluxo de trabalho totalmente integrado que poupa tempo, permite ao técnico posicionar o paciente rapidamente e a realização de exames num tempo infimamente reduzido para melhor conforto do paciente e menor radiação (a aquisição de exames de tórax e cabeça demora menos de um segundo e um exame do tórax, abdómen e pélvis demora menos de 2 segundos) e, ao mesmo tempo, fornece imagens de alta qualidade que permitem ao médico fornecer instantaneamente um diagnóstico seguro e um plano de tratamento eficaz para cada paciente.
Este equipamento permite efetuar diagnósticos mais quantitativos e com maior precisão graças à informação espectral disponível em todo o tipo de estudos e pacientes (cardíacos, pediátricos e bariátricos) com a mínima dose de radiação.
Gera 512 cortes em cada rotação e é o único disponível com um detetor espectral de dupla camada de 8 cm capaz de discriminar altas e baixas energias, em todos os exames, obtendo a máxima informação e qualidade em poucos segundos, por exemplo, em estudos tóraco-abdomino-pélvicos em apenas dois segundos.
Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação
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