Plano Ferroviário prevê nova linha ligeira litoral no Algarve que vai ao Aeroporto

Está em equação a utilização de comboios tipo Tram

A criação de um sistema ferroviário ligeiro no Algarve, assente numa nova linha entre Faro e Portimão, junto ao litoral, que sirva o Aeroporto Gago Coutinho e as cidades de Quarteira e Albufeira, utilizando comboios tipo Tram, é uma das propostas do Plano Ferroviário Nacional, que foi aprovado na generalidade em Conselho de Ministros quinta-feira, dia 17, e segue agora para consulta pública.

Esta solução abre ainda a porta a extensões de linha até Vila do Bispo e Loulé, que «tem a sua estação ferroviária bastante distante», segundo se lê no plano, um «documento estratégico que define uma visão de longo prazo para a ferrovia em Portugal, assente no objetivo de fazer chegar o comboio a todas as capitais de distritos e às localidades de maior dinâmica demográfica, económica e funcional», segundo o Governo.

O modelo de Sistema de Mobilidade Ligeira proposto «admite um início de operação em modo rodoviário, com custo de investimento inicial mais baixo, mas sem excluir a sua conversão futura para um sistema ferroviário ligeiro».

«Estes sistemas devem ser desenvolvidos de forma a ser interoperáveis com a rede geral, num modelo de tram-train. De facto, o material circulante ligeiro pode até ter algumas vantagens do ponto de vista de ocupação de capacidade da infraestrutura. Ainda assim, a criação de um serviço local frequente levará necessariamente à necessidade de aumento de capacidade na Linha do Algarve», vaticina o Plano Ferroviário Nacional.

 

 

Na prática, foi incluída no plano a proposta do Movimento Mais Ferrovia de criação de uma Linha Litoral Algarvio, apresentada numa sessão de auscultação das entidades e dos cidadãos do Algarve, que decorreu em Faro, em Julho de 2021.

O movimento sugeriu a construção de uma linha de tram-train que servisse cidades do litoral que não são servidas pela linha férrea, complementar à que já estava prevista para o Aeroporto, a Universidade do Algarve e o Parque das Cidades.

Esta obra está, de resto, prevista na proposta de investimentos do Portugal 2030.

Entre Faro e Vila Real de Santo António, não se preveem alterações para além da eletrificação já em curso, uma vez que «as cidades de Olhão, Tavira e VRSA são bem servidas por estações próximas do centro. Além disso, os tempos de viagem entre elas num comboio sem outras paragens são competitivos com a rodovia, mesmo sem considerar aumentos de velocidade da linha».

Outra possibilidade seria a transformação da Linha do Algarve num sistema de ferrovia ligeira, mas isso «inviabilizaria ligações diretas de todo o Sotavento a Lisboa em comboio Intercidades», que vão ser possíveis a partir do momento em que a eletrificação for concluída.

O plano é, ainda assim, omisso quanto à futura estação intermodal no Patacão – ou na zona do Parque das Cidades, segundo a ambição da Câmara de Loulé – e de um novo troço que permita tirar a linha do centro de Faro.

No entanto, a imagem que consta do plano parece já assumir o traçado alternativo, retirando a linha do centro da capital algarvia.

Num futuro mais próximo, com a conclusão da eletrificação da Linha do Algarve, deverá ser considerada «a criação de serviços contínuos entre Lagos e Vila Real de Santo António, evitando a necessidade de transbordo em Faro para a maioria das deslocações entre Barlavento e Sotavento».

«A introdução de material circulante elétrico deverá, por si só, trazer uma redução dos tempos de viagem, mas valerá a pena estudar se existe vantagem em criar serviços Inter-regionais com menos paragens ao longo do Algarve que, em complemento com os Intercidades que fazem a ligação a Lisboa, possam assegurar ligações mais rápidas a toda a região», refere ainda o documento.

 

 

 



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