Jovens que desmembraram rapaz conheciam-no e agiram por dinheiro

Presumíveis assassinas têm nacionalidade portuguesa

As duas jovens suspeitas de terem matado e desmembrado o rapaz de 21 anos, cuja cabeça apareceu, a 26 de Março. no Pego do Inferno, em Tavira, são portuguesas, conheciam a vítima e terão agido «por razões económicas». 

António Madureira, diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Faro, deu uma conferência de imprensa esta sexta-feira, 3 de Abril, onde adiantou mais contornos sobre este crime macabro.

Segundo o responsável, a investigação conseguiu recolher «fortes indícios» que apontam para que estas duas jovens, de 19 e 23 anos, sejam as autoras do macabro homicídio de Diogo Gonçalves, o rapaz que foi, em primeiro lugar, morto «numa casa, por asfixia, e depois desmembrado». O crime terá acontecido na própria casa da vítima.

A sua cabeça acabou por ser encontrada no Pego do Inferno, em Tavira, por um casal de turistas franceses, enquanto o corpo, parcialmente enrolado em plástico, foi descoberto a 150 quilómetros de distância, na base de uma arriba, junto ao Cabo de São Vicente, em Sagres. Provavelmente, o corpo terá sido transportado para lá no carro da própria vítima, que foi encontrado junto ao Cabo de São Vicente.

Há ainda outras partes do corpo (pernas e braços) que foram dispersas pelas presumíveis assassinas, mas, segundo o responsável da Judiciária, «todas as partes do corpo estão encontradas», «sabemos onde se localizam».

«O que posso dizer é que a PJ recolheu indícios, provas científicas, digitais, testemunhos que nos permitiram concluir que as duas cidadãs terão cometido estes factos qualificados de homicídio», explicou António Madureira.

De resto, as duas jovens «conheciam a vítima». Uma delas tinha, mesmo, «alguma proximidade» com Diogo Gonçalves, o jovem brutalmente assassinado.

Quanto às duas presumíveis homicidas também «serão pessoas próximas» uma da outra, apesar de António Madureira ter dito que não pode «adiantar grandes pormenores» sobre isso.

E que motivações levaram ao crime? Segundo o diretor da PJ, na base estão razões «essencialmente económicas». Mas poderá haver também «eventualmente alguma motivação pessoal à mistura».

É que a mãe deste jovem tinha morrido atropelada, em 2016, o que levou a que Diogo Gonçalves tivesse recebido uma indemnização. «A vítima tinha algum dinheiro e houve uma tentativa de apropriação de quantias monetárias da parte das suspeitas», adiantou António Madureira.

Até agora, não há indícios que apontem para que haja «mais pessoas envolvidas» neste crime.

Quanto às duas jovens suspeitas, que são solteiras, nada faria esperar que cometessem um crime com esta brutalidade. Segundo o diretor da PJ, trata-se de duas pessoas «que estão a trabalhar, normais, digamos assim, o que quer que isto queira dizer e o que seja o conceito de normalidade. Trabalham, têm a sua vida normal, como qualquer cidadão. Não são propriamente marginais. Estão integradas, trabalham, têm o seu emprego, a sua vida, a família».

Tendo em conta que as partes do corpo de Diogo Gonçalves foram encontradas em locais bem dispersos do Algarve, houve de início alguma dificuldade em atribuir a jurisdição do crime. «É uma situação estranha, que sai um bocado do normal, tendo em conta que as partes do corpo foram aparecendo em vários locais. Mas o Ministério Público, prontamente, resolveu e atribuiu a Portimão».

Por isso, as duas suspeitas vão agora ser presentes ao Tribunal de Portimão.

Diogo Gonçalves, de 21 anos, a vítima deste crime macabro, morava na Guia (Albufeira) e trabalhava como técnico de informática no grupo Vila Vita.

 

 

 

 

 

 

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