A Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve não vai divulgar, pelo menos esta quinta-feira, 2 de Abril, o habitual boletim diário com os casos de Covid-19 na região, distribuídos concelho a concelho.
Em esclarecimento publicado no seu site, a ARS explica que «face ao aumento progressivo do número de casos, a ARS Algarve e a DGS procuram uma melhor articulação, com o objetivo de garantir a harmonização dos dados nacionais e regionais, de forma a assegurar a importante e fundamental divulgação da informação o mais correta e atualizada possível à população».
A ARS Algarve não diz se esta decisão de deixar de publicar os dados regionais, como estava a acontecer desde o passado dia 20 de Março, é para continuar ou se acontece apenas hoje.
Assim como também não esclarece se tal decisão parte da sua iniciativa ou é exigência da própria Direção-Geral de Saúde.
É que, até agora, a ARS algarvia era a única em todo o país que divulgava, de forma diária e por concelho, os dados regionais sobre a evolução da Covid-19. Uma prática de transparência de informação que até tem sido elogiado noutras regiões. De tal forma que, ainda ontem, o PSD de Beja tinha vindo a público pedir a mesma transparência por parte da Administração Regional de Saúde do Alentejo.
Na base da decisão de não divulgar o boletim regional, poderá estar a discrepância entre os dados divulgados pela DGS, no seu boletim epidemiológico nacional, por regiões e, desde há poucos dias, também por concelho, e os constantes do boletim da ARS Algarve, regional e por concelho.
Por exemplo, desde 27 de Março, que a ARS contabilizava um caso recuperado em Portimão, que não foi reportado, até hoje, no boletim da DGS.
Mesmo a questão da terceira morte, ocorrida no sábado, dia 28, em Lagoa, só foi contabilizada no boletim de hoje, 2 de Abril, passados cinco dias.
No passado domingo, 29 de Março, deu-se mesmo o caso de a ARS ter mais cinco casos confirmados do que a DGS dava conta no mesmo dia.
Indo concelho a concelho, também há diferenças. Segundo o boletim da DGS de hoje, os casos de Covid-19 no Algarve estavam distribuídos desta forma: Albufeira (34), Faro (32), Loulé (25), Portimão (21), Vila Real de Santo António (11), Silves (7), Olhão (5), Lagoa (3) e Tavira (3), sendo que concelhos com menos do que três casos não são reportados pela DGS.
Mas, se se tiver em conta os dados de ontem, 1 de Abril, da ARS, os números eram diferentes: Faro (37), Albufeira (35), Loulé (24), Portimão (22), Vila Real de Santo António (9), Lagoa (4), Silves (4), Tavira (3), Olhão (2), Castro Marim (2) e São Brás de Alportel (1).
Ou seja: há concelhos que perdem casos, como Albufeira, Portimão e até Faro.
Durante vários dias, a ARS foi esclarecendo que casos reportados à região pela DGS, eram de pessoas que, afinal, já não residiam no Algarve.
Além disso, os dados da própria DGS, por concelho, também apresentaram, em vários dias, erros: pelo menos em dois dias havia, no boletim da autoridade de saúde, uma confusão entre os nomes dos concelhos de Lagoa (onde já se registaram casos confirmados) e de Lagos (sem casos confirmados), causando apreensão entre os lacobrigenses, como o Sul Informação constatou, em inúmeros contactos e mensagens de leitores.
Terão sido todas estas divergências entre os dados da DGS, a nível central, e da ARS, a nível regional, que levaram à suspensão do boletim sobre a situação algarvia.
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