PSD: Faro está «a ser vítima» de decisões do Governo «extremamente lesivas»

Sociais democratas dizem que, depois da GNR, «já correm rumores de que outras instituições» se seguem

O PSD/Faro diz que a capital algarvia «está a ser vítima de decisões do Governo extremamente lesivas para o concelho», manifestando-se contra a ida do Comando Territorial da GNR para Loulé. 

Numa carta aberta aos farenses, os sociais democratas referem mesmo que o facto de Faro ser a capital do Algarve está a ser posto em causa, «com a retirada da sede de importantes organismos públicos da cidade».

«O Comando Distrital da GNR é o último e grave exemplo, subtraído a Faro para ser entregue a um concelho limítrofe, sem que se conheça qualquer estudo ou fundamento que sustente essa decisão», acusam.

«Faro passará a ser – em virtude da decisão inédita do Governo – a primeira e única capital de distrito que não albergará o respetivo Comando Territorial da GNR. Tal foi feito nas costas dos farenses, sem que se tenha sequer procurado encontrar uma solução com a colaboração do Município. Este ano também já se registou a decisão de retirada do INEM do concelho», dizem ainda.

As novas instalações do INEM, recorde-se, vão ser também em Loulé.

Para o PSD, Faro «é uma cidade que foi pensada para ser capital» e um «Algarve mais forte precisa de Faro forte» e não «alvo de políticas desgarradas e de uma pretensa descentralização, a qual não é mais do que um gritante esvaziamento da importância histórica do concelho no plano regional e nacional».

«O Governo que leva o investimento público com verbas do Orçamento de Estado aos níveis mais baixos de sempre, escolhe as novas localizações desses organismos de acordo com o poderio financeiro das autarquias – umas com grandes receitas de IMI e IMT por causa da construção para fins turísticos – e com os seus obscuros interesses particulares. Confunde o interesse público com o seu interesse, com o interesse dos seus. Estão a caminho de criar uma nova centralidade na região», lê-se ainda na carta.

Segundo o PSD/Faro, «já correm rumores de que outras instituições se vão seguir» e a capital do Algarve «não pode aceitar que este tratamento se perpetue».

Nesta carta, os sociais democratas pedem que «todos os farenses digam não» a estas decisões, bem como todos os partidos e associações.

«O PSD/Faro pede aos outros partidos, em particular aos que apoiam o partido do Governo, ou a outros que determinam as políticas do Governo, que sejam, como nós, portadores desta indignação e a representem de modo a contrariar a injustiça que estamos a assistir. Temos que estar juntos neste combate para que esta decisão violentadora dos melhores interesses e da dignidade do concelho e da região possa ser revertida», conclui a missiva.

Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, eleito pelo PSD, também já referiu que a mudança do Comando Territorial o «apanhou de surpresa».

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