Primeira etapa da Volta a Portugal passa no Sudoeste Alentejano e termina em Albufeira

A cidade de Albufeira vai acolher o final da primeira etapa da 80ª Volta a Portugal, que se disputa a […]

A cidade de Albufeira vai acolher o final da primeira etapa da 80ª Volta a Portugal, que se disputa a 2 de Agosto, naquele que será o regresso desta prova ao Algarve, dez anos depois. Os ciclistas vão partir de Alcácer do Sal e passar nos concelhos de Grândola, Santiago do Cacém e Odemira. Após uma breve passagem em Silves – mas não pela sede de concelho -, a etapa termina em plena Avenida dos Descobrimentos, no centro de Albufeira.

O Baixo Alentejo, além de ser atravessado, na sua zona mais próxima do litoral, pela primeira etapa, que terá cerca de 190 quilómetros, também acolherá a partida para a segunda tirada, que começará em Beja.

Esta quarta-feira ficou-se a saber mais sobre o já anunciado regresso da Volta de Portugal ao Algarve e ao Baixo Alentejo, numa conferência de imprensa promovida pela organização da prova e pelo município de Albufeira, nesta cidade algarvia.

Até agora, apenas se sabia que o Algarve fora, novamente, incluído no percurso da prova, que decorrerá de 1 a 12 de Agosto, naquela que, segundo o diretor da Volta Joaquim Gomes, será a edição «que, nos últimos anos, cria a maior mancha no território nacional». Também já tinha sido garantida a cobertura «em pleno» do Alentejo.

«Dez anos é uma ausência muito longa, para uma região que é, porventura, das mais representativas do ciclismo e que, ironicamente, tem duas equipas com um histórico enorme – o Louletano e o Tavira – a participar», admitiu Joaquim Gomes.

Joaquim Gomes

A justificar este hiato está o facto de o Algarve ser uma região que, no mês de Agosto, «não necessita do impacto económico direto que a Volta a Portugal arrasta». «Tendo isso em conta, nos últimos anos optámos por outras regiões que tinham mais interesse em ter um evento nesta altura do ano».

Por outro lado, disse Joaquim Gomes, «há a questão histórica, a dos milhares de adeptos que, insistentemente e de forma regular, apontavam o dedo à organização». Ou seja, «era preciso encontrar outras soluções».

O regresso aconteceu por influência da Região de Turismo do Algarve, que há anos vem sondando os organizadores da prova e a Federação Portuguesa de Ciclismo quanto à possibilidade da Volta a Portugal voltar ao Algarve e pelo interesse e esforço, nomeadamente financeiro, da Câmara de Albufeira.

O processo que culminou neste regresso foi lançado ainda por Carlos Silva e Sousa, presidente da Câmara de Albufeira que morreu em Fevereiro, e continuou bem vivo após o assumir de funções de José Carlos Rolo, o seu sucessor, que é um confesso aficionado do ciclismo.

Esta é uma etapa que, segundo o diretor da prova, terá vários desafios, «logísticos e desportivos». No que toca à logística, antevê-se uma tarefa árdua, tendo em conta que a 2 de Agosto a região e, principalmente, Albufeira, estarão repletas de turistas.

José Carlos Rolo

José Carlos Rolo admite que a logística «será um problema», mas confia que «com o auxílio das forças de segurança e da organização da prova será possível ultrapassar as dificuldades».

Em causa, está, por exemplo, o fecho à circulação da Avenida dos Descobrimentos, onde será instalada a meta, pelo menos durante uma tarde e os constrangimentos que haverá ao longo do dia.

Fora da cidade de Albufeira, o percurso da etapa «não vai passar na EN125 nem em nenhuma das estradas mais movimentadas», para evitar ao máximo a criação de complicações, garantiu, Jorge Gomes.

Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, abordou esta questão com humor. «Sabemos que o Algarve está cheio de turistas, mas estes podem levantar-se da praia e vir assistir. Até podem vir de chinelos, não há qualquer problema (risos)», disse.

O ex-ciclista frisou, ainda, a importância de ter havido um esforço por parte da Câmara de Albufeira para trazer a Volta de Portugal novamente para o Algarve. «É importante que os decisores políticos se empenhem. Este é um evento muito dispendioso e nem sempre houve essa abertura, aqui na região. Penso que o sucesso da Volta ao Algarve ajudou a mudar a mentalidade», afirmou.

Joaquim Gomes e Delmino Pereira

Já convencido, há muito, da importância da prova vir ao Algarve estaria o presidente da autarquia albufeirense, que segue atentamente esta modalidade.

«Uma ansiedade que eu já tinha há alguns anos era a de tentar contribuir para que a Volta a Portugal regressasse ao Algarve, em particular a Albufeira. Para mim, o ciclismo é uma modalidade muito importante, quer em termos desportivos, quer em termos promocionais. Acho que é fundamental para uma região turística como a nossa», considerou  José Carlos Rolo.

O município de Albufeira vai contribuir com «cerca de 75 mil euros» para o orçamento da prova, que  ascende, no global, a 3,5 milhões de euros. Mas, frisou Jorge Gomes, a prova «distribui mais de 90 mil euros, do ponto de vista mediático, pelos concelhos em que passa».

Foi, precisamente, esta componente promocional da região que levou Desidério Silva, presidente da RTA, com ajuda de outros decisores políticos da região, a insistir no regresso da Volta a Portugal ao Algarve. «Há muitos anos que vamos falando com o Delmino e com o Jorge Gomes e a angariar apoios», disse.

Os apoios acabaram por surgir, algo que, acredita Desidério Silva, «teve a ver com a Volta ao Algarve» e com a projeção que teve nos últimos anos, principalmente após ter sido garantida a transmissão televisiva a nível internacional.

Para já, não é certo que a Volta a Portugal regresse à região no ano que vem, embora Jorge Gomes garanta que há a intenção de voltar «com regularidade». Já José Carlos Rolo mostra-se esperançado que, «para o ano, outro município do Algarve se “chegue à frente” e haja continuidade».

Adicione este evento ao seu calendário

Comentários

pub