Durante três dias, Alte é a capital da fusão artística

O  Fusos – Festival  de Fusões Artísticas toma conta da aldeia de Alte, no interior do concelho de Loulé,  entre […]

O  Fusos – Festival  de Fusões Artísticas toma conta da aldeia de Alte, no interior do concelho de Loulé,  entre 26 e 28 de Maio. Vão ser três dias preenchidos com música, dança, teatro, fotografia, exposições, oficinas, feiras e cinema, tudo com entrada gratuita.

A organização procura não só a animação, numa proposta sem sobreposições, mas faz o convite para se conhecer, com vagar,  a aldeia e todas  as ofertas do festival. «A programação começa sempre às 14h30 de sexta-feira a domingo e pretende que as pessoas andem pela aldeia e circulem durante todo o dia, pelos nove palcos, fazendo do festival uma itinerância pela aldeia e pelos projetos artísticos propostos», afirma, em jeito de convite, Carlos Norton, da Associação Fungo Azul, promotora do evento.

O festival aposta em projetos que resultam de uma parceria entre arte e artesanato, que, sendo conceitos e profissões separadas, têm uma relação direta entre eles. «Muitas vezes, confundem-se os termos artista e artesão e de facto cada um tem um pouco do outro. Neste caso, vamos fazer com que os dois coexistam, criando em conjunto algumas peças e performances artísticas, sempre em parceira entre a arte e o artesanato», complementa Carlos Norton.

Há produtos e ofertas criadas de propósito para o festival Fusos, dentro do espírito da união das artes, sendo o concerto de  Orblua, no sábado à noite, um dos exemplos onde, em cima do palco, além dos músicos, «estarão uma roda de oleiro, um tear e uma bigorna de ferreiro, com os sons do seu trabalhar a serem captados e a contribuírem para o espetáculo».

O resultado final é não só uma música orgânica produzida entre todos, mas também as peças que cada artesão está a produzir.

Esta filosofia está espalhada por todo o festival, com o canto das Moçoilas a receber a contribuição de sons por mEEkAlnUt (Miguel Neto), o dançarino Pedro Romeiras a partilhar o palco com pescadores ,enquanto remendam uma rede, ou a narração oral tradicional com uma contribuição de sonoplastia. «Sempre que há um espetáculo, há o misto de arte e artesanato», acrescenta Carlos Norton.

Juntam-se ainda vários artistas como Mauro Amaral, Azinhaga, Filipe Valentim ou Cal, e não faltam atividades para crianças, sendo o festival adequado para todas as idades.

O primeiro dia do Fusos é dedicado aos habitantes locais, com a inauguração de uma exposição fotográfica, resultado de um passeio das crianças de Alte, de máquina em punho, pela ruas da sua aldeia, num resultado caracterizado pela organização como «muito profissional».

Haverá ainda a construção de uma escultura comunitária, onde cada residente tem a oportunidade de colocar uma peça, de forma aleatória, num resultado de objetos sobrepostos que, espera-se, represente o espírito do Fusos e das pessoas de Alte.

A primeira noite encerra com o grupo alentejano Artesãos da Música, eles construtores dos seus próprios instrumentos, logo embebidos, na sua génese, do espírito deste festival.

Sábado é o dia mais musical, com concertos a começar desde as 15h30 às 23h00, encerrando a noite com uma sessão de Músicas do Mundo pelo DJ António Pires.

O domingo será o dia mais dedicado às crianças e às famílias e por isso apresenta propostas musicais, de contos e oficinas diversas, de construção de instrumentos, gravuras e trabalho com esparto.

Durante o Fusos, haverá ainda um ciclo de cinema, com a exibição de três documentários sobre a cultura algarvia – “António Aleixo, na terra deixo” (de Carlos Fraga), “Quem manda aqui sou eu” (de Tiago Pereira) e “Terra que nos acolhes” (de Carlos Norton).

Ao longo de todo o festival, haverá o mercado da pulga (velharias) e, pelas ruas da aldeia, numa itinerância dos palcos, andará um andarilho “de Alte”  ao qual o público é convidado a juntar-se e tocar nos seus muitos instrumentos, produzindo a sua própria música. Tudo formas de tornar este num festival onde «as pessoas podem participar ativamente e ficar a conhecer todos os cantinhos de Alte», afirma a organização.

O encerramento do Festival é feito com a pintura da escultura comunitária, possibilitando um contributo pessoal num registo coletivo.

O Fusos é de entrada livre e é uma organização da Associação Fungo Azul, que reflete nela a sua filosofia de ligação às artes das músicas e das tradições locais, sendo financiado pelo Programa 365 Algarve e contando ainda com o apoio do Município de Loulé, do Museu Municipal de Loulé e da Junta de Freguesia de Alte.

 

Clique aqui para conhecer o programa na íntegra.

 

 

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