Jorge Botelho gostou de ouvir o ministro da Saúde, mas agora quer ação

O discurso foi «francamente encorajador» e o ministro da Saúde e os novos administradores dos hospitais algarvios terão direito a um “Estado […]

Jorge Botelho

O discurso foi «francamente encorajador» e o ministro da Saúde e os novos administradores dos hospitais algarvios terão direito a um “Estado de Graça”, concedido pelos autarcas do Algarve.

Ainda assim, o presidente da AMAL -Comunidade Intermunicipal do Algarve Jorge Botelho promete estar mais atento ao que fará o membro do Governo, e não tanto ao que ele diz, e espera que as palavras depressa se transformem em ações.

À saída da sessão de apresentação do novo Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) e do Plano de Saúde do Algarve, o edil tavirense mostrava-se satisfeito com as garantias dadas pelo ministro, que se propôs a «resolver a maioria dos problemas que estão identificados, no SNS do Algarve, até 31 de Maio».

Agora, quer ver ação, da parte da tutela, de modo a resolver os problemas existentes, nomeadamente a incapacidade de resposta dos hospitais. «O discurso de hoje foi de esperança, mas nós queremos vê-lo associado a uma prática», avisou. Foi, de resto, o ministro que pediu que olhassem para o que ele faz e não para o que diz, lembrou.

Para já, vê como um bom sinal que o diagnóstico feito por Adalberto Campos Fernandes vá ao encontro daquilo que as forças vivas e utentes da região há muito alegam. «Hoje foi aqui admitido que o Algarve entrou numa fase de falta de respostas indiscritível. Foi, igualmente, assumido que a resposta caiu muito em relação ao padrão do país, que é aquilo que nós sempre dissemos», disse, aos jornalistas, o presidente da AMAL.

Adalberto campos Fernandes e Manuel Heitor em FaroNa sessão e à margem dela, o ministro da Saúde deixou claro que, para já, a solução terá mesmo de passar pelo deslocamento dos utentes do Algarve para outras unidades de saúde, do Alentejo e de Lisboa e Vale do Tejo, sempre que as dificuldades do CHA a isso obrigue. Isto porque, como ilustrou Adalberto Campos Fernandes, «o que não se resolveu em quatro anos, não se irá resolver em quatro dias», o que significa que o reforço de recursos humanos, nomeadamente a contratação de mais médicos especialistas, pode ainda demorar.

Esta solução temporária não incomoda Jorge Botelho. «O facto de ir para Lisboa ou de que outros centros hospitalares deem, transitoriamente, respostas aos serviços de saúde do Algarve, não me parece mal. O que me parece mal é os serviços, na região, não terem capacidade de resposta, adiarem consultas e cirurgias, e mandarem as pessoas para casa, com os problemas a persistir», disse.

Já o «plano de contingência» anunciado pelo Governo, que se baseará em protocolos assinados esta sexta-feira, um entre as ARS do Algarve, do Alentejo e da Lisboa e Vale do Tejo, e o outro entre os centros  hospitalares do Algarve e Lisboa Norte, concorre para «resolver os problemas do Algarve», no curto prazo, acredita.

Desta forma, estão criadas as condições para o clima de paz que Adalberto Campos Fernandes quer ver instalado na saúde do Algarve. «Parece-me que os próximos tempos serão de acalmia. (…) Julgo que devemos, agora, dar uma margem de credibilidade e de tempo», tanto ao ministro, como à nova administração do CHA.

Comentários

pub