Sindicato considera «inaceitável» proposta de adiamento das férias dos enfermeiros do CHUA

Sindicato considera que a solução é contratar mais profissionais

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O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) considera «inaceitável» a proposta de adiamento, por acordo, das férias que os profissionais dos hospitais algarvios têm marcadas para as próximas semanas, que o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) anunciou hoje que irá fazer.

O sindicato veio a público repudiar a intenção da administração, da qual diz ter tido conhecimento «pelas notícias», uma vez que «os profissionais estão há ano e meio a trabalhar para dar resposta à pandemia, com reduzidas folgas, muitas horas extraordinárias e poucas férias. Estão exaustos e precisam descansar».

Lembrando que Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, disse numa recente visita à região que a decisão de adiar férias dos profissionais de saúde «para já, não está em cima da mesa» e que só seria ponderada caso os números dos internamentos por Covid subissem muito, o SEP apontou baterias à administração do centro hospitalar.

«O que Paulo Neves [vogal do CA do CHUA] veio agora dizer é que a proposta de suspensão de férias nem tem a ver com os números de Covid, até porque o número de internamentos tem estado a descer, segundo o próprio, e quer manter a atividade assistencial», dizem.

«O que podemos concluir é que pretende fazer um brilharete político à custa dos profissionais de saúde dizendo que a região está preparada para receber os turistas no Verão, quando se sabe desde há anos que a população triplica nesta altura do ano. Situação que o SEP tem vindo a denunciar sistematicamente, apontando para a carência de cerca de 500 enfermeiros na região», acrescentaram os sindicalistas.

«O que resolveria o problema seria a contratação de mais enfermeiros e a consolidação de todos os que estão precários e não assistir-se pela primeira vez a uma proposta ignóbil e incompreensível com base em algo que já se conhecia quando foram programadas as férias».

O Sindicato Independente dos Médicos também criticou a medida, que acredita só contribuir para  falta de atratibilidade do CHUA.

«Ainda na semana passada mais de metade das vagas hospitalares para recém-especialistas ficaram por preencher. A bem da sanidade mental dos médicos, que trabalharam mais de três centenas de horas a mais para além do seu horário normal de 40 semanais, assegurando o acompanhamento dos doentes e colmatando a incompetência da não contratação ou da existência de sequer um plano especial para o Algarve, o SIM apela a que prevaleça o bom senso», dizem os representantes dos médicos.

O SEP, por seu lado, anunciou ainda que colocará amanhã em curso uma campanha de apoio aos enfermeiros junto da população.

«Chega de mais sacrifícios sem nenhum retorno. Queremos o que nos prometeram e ainda não cumpriram», afirmam os sindicalistas.

 

 

 



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