Algarve já tem um guia para os seus museus…mas só em português

O Guia foi lançado em versão e-book, apenas em Português…mas prevê versões noutras línguas

São 19 estruturas museológicas, entre Museus, Centros Ciência Viva, Parques Naturais, Centros Interpretativos, Explicativos e Ambientais, e integram o Guia de Museus do Algarve, que foi lançado ontem ao final da tarde, no Museu de Portimão, numa versão em formato eletrónico de e-book, que pode agora ser descarregada livremente da internet.

O Guia, que tem na capa a Calçadinha de São Brás, para já, apenas foi editado em Português e em PDF. E porque não em mais línguas, tendo em conta que o Turismo é a principal atividade da região? Não é por falta de vontade, é apenas por falta de dinheiro. E, durante a apresentação desta primeira versão do Guia, ficou no ar o desafio à Região de Turismo e à Direção Regional de Cultura para que se envolvam neste projeto regional e o apoiem financeiramente.

Emanuel Sancho, diretor do Museu do Trajo de São Brás de Alportel e membro do grupo coordenador que deu origem ao livro, sublinhou que este é mais um projeto «fiel aos princípios de uma efetiva, salutar e continuada parceria, que nasce do trabalho em rede, iniciado em 2007, com a criação da Rede de Museus do Algarve», que foi a primeira do género em todo o país.

O Guia pretende, segundo os seus promotores, assumir-se «como um dinâmico e coletivo contributo para valorizar, divulgar e celebrar a diversidade cultural de toda uma região».

O guia quer ainda ser um «instrumento facilitador de uma maior acessibilidade pública, acrescentando uma melhor e mais progressiva difusão de informação da oferta dos serviços dos vários museus e demais entidades, dos seus programas, iniciativas e acervos, num permanente e frutífero diálogo com os seus potenciais visitantes e comunidades».

Nos dias de hoje, como lembrou Dália Paulo, também membro do grupo coordenador, «há 82 unidades de carácter museológico – 37 “museus”, 39 “pólos museológicos” e sete “coleções visitáveis” no Algarve». O seu conteúdo, vai desde as «coleções de etnografia, arte sacra e arqueologia, sendo a arqueologia industrial e a arte contemporânea áreas temáticas características deste novo milénio na região».

O Guia fala de tudo isso, mas dá ainda outras indicações, nomeadamente sobre monumentos e outros pontos de interesse a visitar em cada concelho, desde o Barlavento (a começar pelo Museu do Mar e da Terra, na aldeia da Carrapateira, Aljezur) até ao Sotavento e aos 10 núcleos museológicos do concelho de Alcoutim.

 

Tendo em conta que este Guia foi pensado para ser editado como livro impresso, em papel, o seu aspeto digital é mesmo esse, o de um livro normal. É que, como recordou José Gameiro, que apresentou a nova publicação, falharam muitos apoios financeiros prometidos, como os do Turismo, «devido a razões tão diversas como as cativações».

Inclui, ainda assim, características especiais permitidas pelo seu formato de e-book. Assim, o Guia tem algumas (poucas) funcionalidades digitais, como o link para todos os websites de cada museu ou polo museológico, assim como para as suas páginas de Facebook, Twitter, Youtube, Tripadvisor, quando os há.

Só é pena que os links abram na própria página e não noutra diferente, fazendo com que, quem está a usar o Guia, tenha que andar sempre para trás e para a frente. É pouco prático e até é fácil de resolver.

No caso do Museu de Portimão, há ainda uma ligação para descarregar a aplicação sobre essa estrutura (para android ou iPhone).

No lançamento do Guia, Teresa Mendes, vereadora da Cultura da Câmara de Portimão, sublinhou a «visão global de 20 museus todos unidos num mesmo propósito», salientando a importância que o turismo cultural, para o qual este Guia é uma ajuda preciosa, tem para o Algarve.

Por seu lado, Adriana Freire Nogueira, diretora regional de Cultura, falou sobre o formato de e-book do Guia, sublinhando que, sendo digital, «podem estar sempre a introduzir novas informações, sendo mais fácil mantê-lo atualizado». Por exemplo, recordou, o Museu de Lagos está atualmente em obras e quando reabrir, vai estar muito diferente, «podendo essa informação ser imediatamente atualizada no Guia».

Defendendo que uma das principais missões dos museus é «mostrar o passado, mas sempre virado para o futuro», a diretora regional de Cultura desafiou os responsáveis pela Rede de Museus do Algarve a fazer uma candidatura para uma versão impressa do Guia.

Pode ser que essa eventual futura candidatura inclua também uma versão verdadeiramente digital do Guia, pensada de raiz para esse formato, e que apresente, por exemplo, mapas interativos, vídeos, sons, infografias, links para outros conteúdos externos. E uma aplicação, que permita descarregar o Guia para o smartphone e usá-la depois, de forma prática. Para já, o Guia apenas é apresentado em PDF e em Português.

O Guia pode ser descarregado aqui.
 

Fotos: Filipe da Palma | CM Portimão

 

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