«A imagem que temos dos arquitetos e arquitetas deste país é extremamente positiva e a prova disso são os inúmeros prémios nacionais e internacionais que o país tem recebido e que tanto nos orgulham». As palavras são de Francisco Martins, presidente da Câmara de Lagoa, na sessão de abertura do 15º Congresso dos Arquitetos, que ontem começou no Centro de Congressos do Arade, no Parchal.
O autarca salientou ainda que «trazer para aqui este Congresso é importante para Lagoa e é importante para a região». Mas, pelo que o Sul Informação pôde observar, o único responsável regional presente na abertura era João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve.
Por seu lado, José Manuel Pedreirinho, presidente do Conselho Diretivo Nacional da Ordem dos Arquitetos (OA), sublinhou o tema genérico deste Congresso, “Património Arquitetónico e Paisagístico”, motivado pelo facto de 2018 ser o Ano Europeu do Património Cultural.
Aquele responsável salientou que o que se pretende é «debater o património num conceito alargado do que entendemos e do que tem sido a abordagem do património construído, mas também do património paisagístico».
Para isso, recordou, a OA promoveu «ao longo deste último ano diversos debates sobre as propostas de uma Política Nacional de Arquitetura e Paisagem». São propostas «onde a dimensão política se junta com o necessário entendimento global de uma Arquitetura que só se pode compreender na paisagem e de uma paisagem que se constrói sempre também com a arquitetura».
Ou seja, «um entendimento de que a intervenção no território deve ser feita de complementaridades e de saberes profissionais que estão para além dos limites da nossa profissão», acrescentou.
Também por isso, o Congresso reservou «um espaço alargado à participação da Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas», para «estarem presentes num debate e numa colaboração que esperamos mais intensa e próxima, e, seguramente, não se limitará a este Congresso».
A sessão inaugural da reunião magna dos arquitetos foi presidida por Célia Ramos, secretária de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza. A governante falou sobretudo sobre o contributo do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (PNPOT), mas avisou: «se calhar precisamos de 40 ou 50 anos para inverter qualquer fenómeno que tenha acontecido até agora».
Perante um auditório muito composto, onde pontificavam muitos jovens arquitetos, mas também alguns decanos da profissão, os discursos proferidos foram unânimes: a reflexão emergente e necessária sobre o Património Arquitetónico e Paisagístico, tema central escolhido para o encontro, deve ter em conta o papel dos arquitetos enquanto garante de intervenções qualificadas, tanto no património construído, como no património paisagístico, e é um debate que não se esgota na atividade do Arquiteto e que se deve estender a outros setores da sociedade.
O 15º Congresso dos Arquitetos propõe-se, até amanhã, sábado, debruçar-se sobre as diversas questões e problemáticas da missão do arquiteto na sociedade, no futuro do património e no desenvolvimento económico e social.
A Fundación Docomomo Ibérico e o Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa estão entre os vários convidados do Congresso, estando previstas, no dia 26 de Outubro, reuniões de trabalho das duas organizações internacionais.
Amanhã, último dia, às 15h30, a OA promove a conferência “Reabilitação do Património no Algarve, Caso de estudo: Conservação, reabilitação e valorização das muralhas de Lagos”, também com entrada livre, que tem como oradores os arquitetos Frederico Mendes Paula e José Aguiar.
Em paralelo, estão patentes ao público, no Centro de Congressos do Arade, três exposições que documentam a evolução da OA ao revisitar os acontecimentos culturais, profissionais e políticos desta instituição, bem como uma feira de materiais.
Ainda no âmbito do Congresso, a Ordem dos Arquitetos vai realizar, hoje e amanhã, dias 26 e 27 de Outubro, visitas guiadas a alguns locais exemplificativos do património algarvio.
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