Incêndios: Algarve enfrenta o Verão com duas novas equipas e «conforto» no que toca a meios aéreos

Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) do Algarve será semelhante ao do ano passado

Foto: Nelson Inácio | Sul Informação

A criação de duas novas equipas, uma de Intervenção Permanente e outra de Sapadores Florestais, a continuidade de medidas que vêm do passado e se têm «revelado profícuas», uma situação confortável ao nível dos meios aéreos e o aumento da verba paga aos bombeiros que ajudam a combater fogos, são alguns dos destaques do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) regional, que foi apresentado na quarta-feira, dia 20, na sede do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil (CREPC) do Algarve, em Loulé.

Apesar da criação das duas novas equipas, o DECIR do Algarve «não tem grande alterações em relação ao ano passado», uma vez que o dispositivo, na região algarvia, «está neste momento consensualizado e maximizado», revelou ao Sul Informação Vítor Vaz Pinto, comandante regional do CREPC.

«Mesmo que quiséssemos, não conseguiríamos aumentar mais, porque não temos meios humanos suficientes. Não conseguimos aumentar muito mais sem desguarnecer outra atividade operacional, que continua a ser necessária durante o Verão, no Algarve«, explicou o mesmo responsável.

No caso das Equipas de Intervenção Permanente (EIP), que como o nome indica, estão operacionais todo o ano, o Algarve passará a contar com um total de 36 (180 operacionais e 36 veículos, no total). Já a nova Equipa de Sapadores Florestais (ESF), será operacionalizada no município de Silves e eleva para 16 o total existente no Algarve.

Segundo o comandante Vaz Pinto, no nível Bravo, o de maior alerta e mobilização, que começa a 1 de Julho e se estende até 30 de Setembro, o dispositivo vai contar com um total de 988 operacionais e 237 veículos.

«Ao nível dos meios aéreos, estamos muito confortáveis. Temos cobertura total de ataque inicial e ampliado», revelou o mesmo responsável.

No que toca à intervenção rápida, «teremos quatro helicópteros ligeiros, estacionados em Cachopo (Tavira), Loulé, Monchique e em Ourique, que apesar de ser já no Alentejo, tem um raio de ação que lhe permite combater fogos também o Algarve».

Ao nível do ataque ampliado, «teremos o helicóptero estacionado em São Brás de Alportel, que tem um raio de ação de 70 quilómetros, bem como os dois aviões bombardeiros no Aeródromo de Portimão, que têm um alcance de 120 quilómetros».

Do dispositivo global, 542 operacionais e 125 veículos estarão afetos ao combate e ataque inicial. Nesta missão, estarão envolvidos meios dos Bombeiros (EIP, Equipas de Combate a Incêndios Florestais (ECIN), Equipas Logísticas de Apoio ao Combate (ELAC) e Grupo de Combate a Incêndios), mas também da GNR (Unidade de Emergência, Proteção e Socorro e Companhia de Ataque Estendido) e a Equipa de Combate Terrestre da empresa de proteção florestal AFOCELCA.

Do dispositivo geral, ao nível dos bombeiros e aos diferentes tipo de equipas, desde a linha da frente ao apoio de retaguarda – comandantes e pessoal de apoio logístico, estarão afetos ao dispositivo 477 operacionais e 118 veículos.

A estes junta-se o dispositivo mobilizável de bombeiros, composto por 138 operacionais e 24 veículos, divididos entre ECIN e ELAC.

Também estão afetos ao DECIR 2024, na fase mais preocupante, um total de 113 operacionais e 25 veículos da GNR, bem como meios da PSP (43/6) e do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (26/9).

 

Vítor Vaz Pinto – Foto: Cátia Rodrigues | Sul Informação

 

O comandante do CREPC Algarve salientou ainda o aumento da compensação atribuída aos Bombeiros que integrarem o DECIR, pela ANEPC – Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (+ 3,10 euros) e pela AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve (+ 3 euros).

Isto significa que os bombeiros passam a receber, no total, «93.30 euros por cada 24 horas», dos quais 67,30 garantidos pela ANEPC e 26 da AMAL, cuja decisão de custear um reforço da remuneração dos operacionais que combatem os incêndios na região «foi pioneira», a nível nacional.

A «otimização do sistema logístico na vertente da gestão e controlo das atividades de sustentação das operações», o «reforço dos mecanismos de controlo da segurança nos Teatros de Operações através de uma equipa de Adjuntos de Segurança preparados para operações complexas», bem como o aumento «da Informação Pública através da preparação e envolvimento de técnicos de comunicação das autarquias no Posto de Comando Operacional».

Quanto às medidas que vêm do passado, voltar-se-á a apostar «na consolidação das Bases Temporárias de Estacionamento de Meios de Combate em locais estratégicos, com elevado perigo de incêndio rural, para pré-posicionamento e sustentação logística de unidades de reforço imediato».

As ações de ataque ampliado serão antecipadas, «através do pré-posicionamento das duas Brigadas de Combate a Incêndios (BCIN Barlavento e BCIN Sotavento) e da mobilização de dois Grupos de Combate a Incêndios (GCIN) dos Bombeiros do Algarve e da Companhia de Ataque Estendido (CATE) da Unidade de Emergência Proteção e Socorro (UEPS) da Guarda Nacional Republicana (GNR)».

O CREPC também salienta as duas Equipas de Reconhecimento e Avaliação da Situação (ERAS) de nível regional, operacionalizadas pelos Bombeiros, à ordem do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil (CREPC), as 16 ERAS de nível Municipal, uma por município, coordenadas pelos respetivos Serviços Municipais de Proteção Civil (SMPC), e a Equipa Tática de Empenhamento de Máquinas de Rasto (ETEMR), operacionalizada por Bombeiros habilitados para o efeito, «a qual será, no presente ano, reforçada, garantindo eficiência na coordenação e controlo»

O comando regional destaca ainda a antecipação das ações de vigilância e fiscalização «nas zonas historicamente mais vulneráveis aos incêndios rurais» e as «ações de sensibilização e informação pública, materializadas pelo patamar municipal da proteção civil» previstas.

 

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