Fenprof recusa assinar acordo com o Governo sobre recuperação do tempo de serviço

Dirigente sindical estima que cerca de 25.400 professores que estão no fim de carreira ficariam de fora do acordo

A Fenprof recusou assinar um acordo sobre a recuperação do tempo de serviço dos professores e acusou o ministro da educação de «uma facada na confiança», anunciou esta noite o secretário-geral do sindicato Mário Nogueira.

À saída da reunião com Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação (MECI), Fernando Alexandre, Mário Nogueira explicou que a Fenprof não aceitou o documento porque o MECI manteve a recuperação dos seis anos, seis meses e 23 dias apenas para efeitos de progressão na carreira e que este é um acordo «que exclui professores».

Se firmado, o dirigente sindical estimou que cerca de 25.400 professores que estão no fim de carreira ficariam de fora do acordo.

«Seria hipócrita fazer um acordo hoje e depois irmos pedir negociação suplementar, ou irmos à Assembleia da República pedir a retificação para considerar os colegas que são excluídos», frisou.

O secretário-geral da Fenprof admitiu ainda repudiar as declarações feitas pelo MECI esta tarde, que acusava a estrutura sindical de «nunca ser parte da solução» e duvidar, por vezes, que «a educação e os professores sejam a sua preocupação».

«Significa uma facada na confiança que podíamos ter no ministro da Educação. Para que seja recuperada, o ministro tem de dar provas de que é merecedor disso», notou.

Mário Nogueira deu conta de que disse ao ministro da Educação que a Fenprof “não admite” este tipo de comentários, relembrando que a organização “representa 70% dos professores em Portugal”.

«Isto é completamente execrável», referiu.

O secretário-geral da Fenprof sublinhou ainda que o ministro «admitiu não rever o regime de mobilidade por doença» e realçou que esta decisão «é gravissima».

«É completamente inaceitável e contraria a promulgação feita pelo Presidente da República», notou.

A proposta apresentada hoje pela tutela prevê a recuperação do tempo de serviço a uma média anual de 25% entre 2024 e 2027.

Do total de organizações sindicais que estiveram reunidas com o MECI, cinco recusaram a proposta: Fenprof, Stop, Pró-Ordem, SEPLEU e ASPL.

 



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