Governo quer lançar concurso para construir dessalinizadora em Janeiro

Duarte Cordeiro também falou do objetivo de tentar «antecipar» a abertura, prevista para Setembro, do concurso para a captação de água no Pomarão

O Governo conta abrir o concurso para a construção da dessalinizadora ainda durante este mês, anunciou esta quarta-feira, 17 de Janeiro, o ministro do Ambiente. 

Duarte Cordeiro fez este anúncio na conferência de imprensa após a reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca que se realizou na sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, em Faro, onde foram anunciadas novas medidas.

A dessalinizadora, que será construída junto ao troço final da ribeira de Quarteira, perto da praia da Rocha Baixinha, no litoral do concelho de Albufeira, terá a capacidade de tratar 16 hectómetros cúbicos (hm3) de água, por ano, podendo atingir os 24, numa segunda fase.

Atualmente, decorre a Avaliação de Impacte Ambiental, cujo estudo esteve em consulta pública até 19 de Dezembro.

Este projeto integra o Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve, sendo um dos Investimentos previstos na Componente C09 – Gestão Hídrica do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O certo é que associações ambientalistas como a Almargem e a Zero já se manifestaram contra a construção da dessalinizadora, mostrando «grandes reservas» sobre o investimento.

Um dos aspetos apontados é o facto de não haver uma «análise do impacto que os custos de produção da água dessalinizada terão sobre as tarifas imputadas aos consumidores finais e sobre o equilíbrio económico-financeiro das entidades gestoras dos serviços de abastecimento».

Segundo a Zero e a Almargem, «considerando que a água dessalinizada poderá apresentar custos dez vezes superiores ao da água produzida de forma tradicional poderá agravar fortemente as tarifas a pagar pelos consumidores».

«Esta análise é ainda mais relevante quando a nova estratégia para o setor (PENSAARP 2030), recentemente aprovada em Conselho de Ministros, veio evidenciar a excessiva dependência de subsidiação de uma parte significativa das entidades gestoras e a necessidade de implementar aumentos tarifários como forma de redução dessa dependência e de garantir o cumprimento do princípio do utilizador-pagador, o que a concretizar-se no Algarve por força de se estar a introduzir no sistema de abastecimento, uma água com um custo de produção substancialmente mais elevado poderá fazer recair sobre os consumidores um esforço demasiado elevado», dizem.

A isto some-se ainda o facto de o projeto prejudicar «evidentemente o objetivo de mitigação das alterações climáticas pelo claro contributo em termos de emissão de gases de efeito de estufa, que é muito significativo».

Nesta conferência de imprensa, Duarte Cordeiro também falou do objetivo de tentar «antecipar» a abertura, prevista para Setembro, do concurso para a captação de água no Pomarão.

 

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