Consulta pública do Parque Marinho da Pedra do Valado teve «notável participação»

Entidades que coordenaram a elaboração da proposta agradados com a forma como decorreu o processo de participação cidadã

A consulta pública da proposta de criação do Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado terminou no dia 4 de Agosto com uma «notável participação», com a «apresentação de 160 comentários e 86 documentos submetidos», revelaram o Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve e a Fundação Oceano Azul, que coordenaram o processo de elaboração da proposta.

As duas entidades falam igualmente num «apoio abrangente e generalizado», mas que não foi total, uma vez que as associações de pescadores Olhãopesca e Quarpesca – que vai inclusivamente promover um protesto -, vieram entretanto a público criticar o avanço desta Área Marinha Protegida de Interesse Comunitário, a primeira a ser criada em Portugal, nos moldes que a proposta define.

Numa nota de imprensa, os responsáveis por coordenar o processo colaborativo que levou à proposta que esteve em consulta pública dão um grande ênfase à «forte participação, abrangente e heterogénea» que se verificou.

«Entre as entidades participantes estão incluídos os municípios de Albufeira, Lagoa, Silves, Loulé e Faro, associações de pescadores, indústria hoteleira, agrupamentos escolares, empresas marítimo-turísticas, escolas de mergulho, várias organizações não governamentais (ONG) e instituições científicas, a par de outros representantes da sociedade civil», elencam.

O CCMAR/Universidade do Algarve e a Fundação Oceano Azul «congratulam o Governo Português e o ICNF pela condução desta Consulta Pública, assim como todos os cidadãos e entidades que nela participaram, demonstrando a importância nacional deste projeto regional, fundamental para a proteção do oceano e de um ecossistema ímpar na região do Algarve».

A proposta em consulta pública foi construída «através de um processo participativo inédito: nascido, promovido e dinamizado pela comunidade, contou com o envolvimento de mais de 70 entidades e é baseado numa sólida fundamentação científica».

«Passados dois anos sobre a entrega desta proposta ao Governo, durante os quais o envolvimento dos algarvios foi permanente, a resposta da sociedade civil revelou-se forte, em especial por decorrer em pleno verão e típica época de férias», elogiam.

«As áreas marinhas protegidas, quando devidamente desenhadas e implementadas, produzem mais peixes, peixes maiores e sustentam uma maior diversidade de espécies. Por sua vez, podemos ter uma atividade económica mais valorizada, com maior retorno para a pesca, um turismo mais sustentável, valorizando os territórios, as atividades e os produtos do mar protegendo e valorizando este capital natural e garantindo os interesses e necessidades da comunidade que dele depende», concluem as duas entidades.

 

 



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