Olhãopesca contra classificação da Área da Pedra do Valado como Parque Natural Marinho

A Olhãopesca defende que esta classificação «provocará graves problemas de caracter socioeconómico no sector da pesca comercial da região»

A Olhãopesca está contra a classificação da Área da Pedra do Valado, no Recife do Algarve, como Parque Natural Marinho.

Em nota envia às redações, a Olhãopesca defende que esta classificação «levanta questões de ordem constitucional, devido ao facto de fazer descriminação entre pesca local e a pesca costeira em favorecimento da primeira» e que «provocará graves problemas de carácter socioeconómico no setor da pesca comercial da região, bem como, em toda a cadeia de valor relacionada».

Aquela Organização de Produtores de Pesca salienta ainda a ausência de um parecer por parte do «laboratório nacional de referência», no caso concreto, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, «no sentido de aferir o efetivo estado dos recursos marinhos da região e da área envolvente», um estudo de impacto socioeconómico abrangente, bem como da disponibilização de medidas compensatórias efetivas às comunidades piscatórias envolvidas».

A Olhãopesca é uma cooperativa de responsabilidade limitada inserida no setor da pesca profissional, sediada em Olhão, que atua nos portos de Quarteira, Faro, Olhão, Fuzeta, Tavira e Vila Real de Santo António.

Atualmente, regista 179 embarcações de pesca aderentes, sendo que, destas, cerca de 35 unidades estão no porto de pesca de Quarteira e trabalham com regularidade na área de pesca da “Pedra do Valado”.

Na sua nota, a Olhãopesca reforça que «a “Pedra do Valado” é um importante pesqueiro, de caráter ancestral, utilizado por inúmeras embarcações de pesca costeiras e locais do Algarve há gerações».

«As medidas regulamentares de pesca em vigor, emanadas pelo Estado Português e pela Política Comum de Pescas da União Europeia, bem como a monitorização do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, têm conseguido manter o equilíbrio necessário de forma a conservar a riqueza natural daquela área de pesca e a sustentabilidade das atividades pesqueiras lá exercidas há centenas de anos», defende a Organização de Produtores.

No que se refere às embarcações aderentes à Olhãopesca, que trabalham naquela área, trata-se de um universo de 35 unidades de pesca, (7 da pesca com redes de cerco/traineiras e 28 da pesca com armadilhas), que geram um volume de negócios anual de 3,9 milhões de euros, empregando 168 marítimos pescadores.

 



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