«Matar o Alojamento Local não é a solução». Isto é o que defendem as dezenas de proprietários de Alojamento Local (AL) do Algarve e Alentejo que se juntaram na manhã desta quinta-feira, 30 de Março, no Largo da Sé, em Faro, para protestar contra as medidas do Governo apresentadas no programa “Mais Habitação”.
A mobilização, que decorre a nível nacional, pretende «sensibilizar a população para estas medidas» que, de acordo com os proprietários, «irão levar à destruição, não só do setor do alojamento local, como de todos os setores a eles conexos», disse ao Sul Informação Luís Rodrigues, detentor de um AL em Quarteira.
Na opinião do proprietário, que se manifestou hoje em Faro, «estas medidas, ao destruírem uma alternativa numa região como o Algarve, onde o AL representa cerca de 55% da oferta de camas da região, irão trazer consequências muito significativas relativamente ao turismo e economia local».
Ema Madeira, detentora de dois AL no Alentejo, afirma ainda que «é preciso rever as medidas para a solução da habitação», mas defende que «isso não deve passar pelo alojamento local».
«Vão acabar com este setor e vão mandar para o desemprego mais de 60 mil pessoas», diz.

Ainda quanto às medidas, Luís Rodrigues salienta que «o país não é homogéneo» e, por isso, as decisões não podem ser generalizadas.
«Lisboa e o Porto têm problemas distintos do Algarve e Alentejo. Não deve ser um Governo Central a legislar e a decidir, por decreto, sobre um setor que deve ser gerido pelas autarquias, que são quem conhece o terreno e a necessidade habitacional», frisa.
Ema Madeira é da mesma opinião e afirma que é também o Alojamento Local que contribui para combater a sazonalidade em vários concelhos do Algarve.
«Na zona de Armação de Pêra, por exemplo, há uns anos, estava tudo completamente deserto de Novembro a Março. Agora, há restaurantes abertos, cafés e lojas que têm movimento graças ao AL, dado que os hotéis estão fechados na época baixa».
As medidas do Programa Mais Habitação foram apresentadas em Fevereiro e estão hoje a ser discutidas em Conselho de Ministros, que decorre em Setúbal.
Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação
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