Um ano depois, Algarve continua a ser casa para centenas de refugiados ucranianos

Albufeira é uma das cidades portuguesas que mais ucranianos recebeu, cerca de 1500

Há quem, depois do medo inicial, tenha decidido regressar, mas muitos vieram e por cá ficaram. O Algarve continua a ser casa para «centenas» de refugiados ucranianos que fugiram da guerra. Um ano depois da invasão russa, grande parte estão «integrados e a trabalhar». O objetivo de vencer a guerra continua bem vivo e a esperança da vitória também «mais próxima». 

Desde 24 de Fevereiro de 2022 que Igor Korbelyak, presidente da Associação de Ucranianos no Algarve, tem sido um dos rostos do acolhimento de refugiados na região.

Um ano depois, a meta que traça é clara: «o nosso objetivo continua a ser mesmo – vencer a guerra para ganhar a paz. É a única solução».

Ao longo deste ano, milhares de ucranianos procuraram refúgio na região (Albufeira é mesmo uma das cidades portuguesas que mais ucranianos recebeu, cerca de 1500). Muitos pediram ajuda a Igor.

«Nós continuamos a apoiar a integração, nas questões legais, na procura de emprego, na tradução. Também temos um armazém, cedido pela Câmara de Faro, onde temos roupa, mobília ou produtos de higiene», explica.

A estimativa de Igor Korbelyak é que, cerca de 50% dos refugiados que chegaram ao Algarve, já tenham saído da região. Uns voltaram à Ucrânia; outros rumaram a outras paragens.

 

 

«Isso é natural e era algo com que já contávamos. Infelizmente, muitos abandonaram o Algarve porque temos o grande problema do alojamento. As Câmaras de Loulé e Silves, por exemplo, conseguiram ajudar a arranjar casas, mas outros não», lamenta.

Os que ficaram, garante este ucraniano residente no Algarve há anos, «estão integrados».

«A maioria está a trabalhar, mesmo que seja a part-time, e as crianças frequentam as escolas», exemplifica.

Dos relatos que vai ouvindo, Igor diz que «a grande parte» dos refugiados «gosta de estar no Algarve».

«Isto depende sempre da pessoas, mas a maioria gosta. Há sempre quem diga que a ajuda é pouca, mas isso é em todo o lado. Ainda por mais, com o aumento dos preços e das rendas», segundo o presidente da Associação de Ucranianos no Algarve.

Segundo Igor Korbelyak, continuam a chegar refugiados ao Algarve. Desde o final do ano passado chegaram «12 pessoas» que se «juntaram às famílias».

Apesar de a barbárie continuar, para o presidente da Associação de Ucranianos, hoje a Ucrânia «está mais estável».

«Agora, com a ajuda de parte do mundo democrático, a Ucrânia está muito mais estável e com perspetivas muito melhores para vencer a guerra. E com uma esperança maior de que o triunfo está próximo», conclui.

 

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