Três dos jovens que agrediram imigrantes em Olhão ficam em prisão preventiva

Decisão do tribunal foi conhecida hoje

Três dos jovens de 16 anos suspeitos de oito crimes de agressão e roubo em Olhão, a maioria sobre imigrantes asiáticos, vão ficar em prisão preventiva, decretou hoje, quarta-feira, dia 15 de Fevereiro, o Tribunal de Faro.

Segundo o Jornal de Notícias, a decisão foi tomada depois dos três jovens terem sido ouvidos esta terça-feira pelo tribunal. Só um dos jovens terá assumido algumas das acusações, tendo os outros recusado falar.

Os três jovens em causa eram líderes de um bando juvenil de onze suspeitos, oito rapazes e três raparigas com idades entre os 14 e os 16 anos, que terão cometido crimes de roubos e agressões na cidade de Olhão.

Segundo nota da Procuradoria da República da Comarca de Faro, os três jovens foram indiciados pela co-autoria de quatro crimes de roubo, um crime de roubo na forma tentada, quatro crimes de ofensa à integridade física qualificada. A um dos detidos acresceu também um crime de dano com violência.

Os três detidos «ocupavam uma posição de liderança num bando juvenil», do qual também faziam parte «cinco sujeitos, um com 16 anos e os restantes com 15 anos», que, segundo a Procuradoria, «participaram nos crimes acima mencionados de forma pontual». A estes outros elementos do bando foram abertos «inquéritos tutelares educativos».

Os crimes ocorreram em diversas datas do mês de Janeiro deste ano, na cidade de Olhão, e as vítimas foram portugueses sem-abrigo e estrangeiros imigrantes.

A Procuradoria acrescenta que «este é o grupo que, no dia 25 de Janeiro, cerca das 23h30, na rua João Lúcio, em Olhão, espancou um estrangeiro a soco, pontapé e à paulada, na sequência do que se apropriaram de 340 euros, uns fones e um isqueiro que aquele trazia».

O vídeo deste crime, cometido sobre um cidadão nepalês, foi publicado nas redes sociais a 2 de Fevereiro, o que gerou uma onda de indignação pública e de repúdio, incluindo da parte do Presidente da República.

As imagens desencadearam uma investigação, que terminou com a detenção dos três jovens no início da semana, bem como na identificação de outros elementos do grupo, que foi possível após a visualização de mais de 20.000 vídeos, bem como de centenas de horas de imagens de CCTV, e de outras diligências.

A investigação a cargo da Polícia de Segurança Pública, tutelada pelo Ministério Público, prossegue, «uma vez que há indícios de que outros jovens faziam parte do bando, embora de forma irregular».

 

Atualizado às 14h10, acrescentando a informação da Procuradoria da República da Comarca de Faro

 



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