Jamila Madeira queixa-se de «escrutínio que não tem precedente em Portugal»

Deputada algarvia enviou novo esclarecimento às redações

«Um escrutínio que não tem precedente em Portugal». Foi desta forma que Jamila Madeira, deputada socialista à Assembleia da República, classificou hoje, dia 18, as notícias que têm vindo a público, que se baseiam em factos que, alega, foi ela própria «a declarar e a registar».

Num novo esclarecimento enviado às redações, a deputada eleita pelo Algarve e que foi a cabeça-de-lista do PS pelo círculo de Faro, voltou a defender que agiu «sempre de forma transparente e no respeito da lei», não tendo nunca omitido ou escondido «qualquer informação relevante».

«Todos os meus rendimentos e toda a minha atividade profissional e política é, desde 1999, declarada e registada e os documentos são públicos», acrescenta.

Como já havia salientado num primeiro esclarecimento escrito enviado ontem ao Sul Informação, Jamila Madeira assegura que sempre cumpriu as suas obrigações declarativas, que exerceu funções em regime de exclusividade quando foi membro do Governo e que solicitou, em 2010 e em 2022, pareceres «sobre a possibilidade de acumulação de funções profissionais em tempo parcial com a atividade de deputada em regime de não exclusividade».

Também reforçou que a sua ligação à empresa começou em 1997, após terminar o curso de Economia.

Hoje, e já depois do jornal Público ter revelado que Jamila Madeira desempenhou o papel de lobbyista em prol da REN junto da União Europeia entre 2012 e 2013, a deputada explicou a situação.

«Após ter cessado em 2009 as funções de deputada no Parlamento Europeu e em 2011 no Parlamento nacional, regressei à minha atividade profissional de origem, tendo, em Junho de 2012, como é público e se encontra devidamente registado e declarado, representado a REN no registo de transparência da União Europeia», disse.

«As funções de representação da REN junto das diversas instâncias europeias cessaram no inicio de 2016 quando terminei a licença de maternidade e iniciei funções enquanto deputada na Assembleia da República», acrescentou.

Quanto aos rendimentos que aufere, Jamila Madeira diz que os valores que estão a ser divulgados «nalguma comunicação social são falsos, como facilmente se pode verificar pela consulta das declarações de rendimentos que sempre entreguei e que são públicas».

«Desde 1 de Janeiro de 2023 estou, por opção própria, na Assembleia da República em regime de exclusividade de funções, depois de, por iniciativa própria, ter solicitado em 28 de Julho um parecer à Comissão de Transparência sobre a possibilidade de acumulação de funções a tempo parcial», revelou.

Já em relação à alegação, igualmente feita pelo jornal Público, de que a renúncia às funções na REN, para ser deputada em exclusividade, visou evitar ter um parecer negativo ao parecer solicitado em 2022, Jamila Madeira não faz qualquer esclarecimento.

Também em resposta a um artigo deste jornal, a parlamentar algarvia diz que as ações que possui «e que constam das declarações de rendimento que entreguei e cujo valor e quantidade são públicas, foram adquiridas em Operações Públicas de Venda e constituem uma forma de poupança utilizada por milhares de portugueses como forma de precaver o futuro».

 

 

Leia mais um pouco!
 
Uma região forte precisa de uma imprensa forte e, nos dias que correm, a imprensa depende dos seus leitores. Disponibilizamos todos os conteúdos do Sul Infomação gratuitamente, porque acreditamos que não é com barreiras que se aproxima o público do jornalismo responsável e de qualidade. Por isso, o seu contributo é essencial.  
Contribua aqui!

 



Comentários

pub