Faltam 1,7 quilómetros de estrada e 540 dias para Loulé ter a sua Circular Norte completa

Obra vai custar perto de 4 milhões de euros

Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

Faltam 1,7 quilómetros de estrada e «cerca de dois anos» para que a circular norte de Loulé esteja concluída, mais de três décadas depois do projeto ter dado os primeiros passos. O ato de consignação do último troço desta via, entre a rotunda junto ao Pavilhão Municipal e a das Barreiras Brancas (“Cilindro”), na EN270, teve lugar ontem, sexta-feira, 18 de Novembro, que passou a ser «um dia histórico» para Loulé.

Como o Sul Informação já tinha avançado no final de Outubro, o lançamento desta obra, cujo início no terreno acontecerá em breve, estava por dias e só aguardava o visto do Tribunal de Contas.

A luz verde chegou entretanto, o que permitiu à Câmara dar um «passo há muito desejado pela populaçã0», como ilustrou Vítor Aleixo, presidente da autarquia louletana.

A obra, orçada em 3.867.000 euros, ou seja, «perto de 4 milhões, até mais, contabilizando o IVA», prevê a construção de uma estrada com uma faixa de rodagem em cada sentido, solução que, admite Vítor Aleixo, não foi bem acolhida por todos, por se desviar do perfil dos outros troços que ligam a Zona Industrial ao Pavilhão Municipal, que têm duas faixas em cada sentido.

Desta feita, a autarquia optou por não ter quatro faixas, apostando, em vez disso, em criar «uma boa ciclovia, um passeio generoso e uma alameda toda arborizada, para que as pessoas possam usufruir».

«Temos de ser mais sóbrios nas escolhas que fazemos. O desenvolvimento tem, cada vez mais, de ser sustentável», defendeu.

 

 

As caraterísticas da estrada, assegura Joaquim Farrajota, diretor do departamento de obras da Câmara de Loulé, fazem dela «uma via ecológica e que se encontra dentro do espírito da cidade».

E o técnico da autarquia explica porquê.

«Todo o traçado foi ajustado à orografia do terreno, de modo que a movimentação de terras fosse o mínimo possível e não tivesse impacto no território», explicou.

Por outro lado, e mesmo tendo em conta que, «ao contrário do que se diz», tenha havido «um aumento da plataforma, que passou de 10 para 18,55 metros», a componente rodoviária foi atenuada, em relação à ideia original.

«Só terá duas faixas de rodagem, uma em cada sentido, com zonas verdes nas laterais, ciclovia com 2,6 metros de largura e passeio associado. A meio, terá duas rotundas, uma a servir a povoação das Barreiras Brancas e a outra a da Pedragosa», resumiu.

Os habitantes da zona não foram esquecidos, com a Câmara a optar por «betuminoso com borracha moída, para atenuar o ruído dos pneus e não ter necessidade de colocar painéis acústicos».

 

 

Na cerimónia de consignação da obra, Vítor Aleixo não escondeu a sua satisfação por estar, finalmente, a entregar a empreitada, classificando o dia como sendo «histórico», não só para ele, mas para a população – «acredito que todos os louletanos que gostam da cidade estão hoje em festa».

«Os primeiros documentos escritos sobre a realização desta obra datam de 1990. Na altura, foi o presidente Joaquim Vairinhos a assinar os primeiros protocolos e a fazer negociações com proprietários. Estamos a falar de mais de 30 anos», ilustrou.

A partir daí, a obra tornou-se «um desígnio dos autarcas», mas a sua conclusão, nomeadamente a execução deste último troço, esbarrou em diversos obstáculos, ao longo dos anos.

Como ilustrou ao nosso jornal Abílio Sousa, vereador da Câmara de Loulé responsável pelas Obras Públicas, a autarquia teve «algumas dificuldades, porque isto envolve 50 parcelas de terreno».

Em 2017, e depois da Câmara ter assumido os custos de uma obra que deveria ter sido feita com dinheiros nacionais, o processo “desemperrou” e chegou agora «ao seu desfecho final».

Vítor Aleixo aproveitou a ocasião para salientar que Loulé nunca terá «uma circular perfeita», mas sim uma ferradura, uma vez que o projeto previsto para a zona a sul da cidade, entre o Palácio da Fonte da Pipa e o quartel dos Bombeiros, «não vai avançar, porque seria altamente dispendioso e seria altamente intrusivo», colocando em causa os valores naturais ali existentes.

«A A22 serve como Circular Sul, faz perfeitamente essa função», concluiu o presidente da Câmara de Loulé.

 

 

 



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