Gouveia e Melo levantou-se da cadeira, saiu do posto de comando e veio ao Algarve e ao Alentejo para falar com a sua «tropa». O vice-almirante, coordenador da “task force”, esteve hoje, quinta-feira, nos centros de vacinação de Portimão e Faro e amanhã irá a Évora, para, segundo ele, não perder «o contacto com a realidade».
Ao chegar ao Centro de Vacinação de Faro, o vice-almirante tinha jornalistas à espera, mas não foi a eles que se dirigiu. Caminhou tranquilamente, ladeado por Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, para o interior do pavilhão.
Aí, falou com os responsáveis, com os enfermeiros e com quem estava a ser vacinado. Só depois, com os jornalistas.
No fundo, Gouveia e Melo veio ao Algarve «falar com as pessoas que estão a fazer um esforço diário, um esforço fantástico neste processo. É importante para eles e é importante para mim ouvir as opiniões deles, estar com eles. Por isso, tenho que me levantar da minha cadeira, do meu posto de comando, e vir falar com a minha tropa», explicou.
E a tropa parece nutrir pelo seu comandante um sentimento de admiração. Que o diga a enfermeira Margarida Évora, com 30 anos de serviço, e que, como confidenciou a Gouveia e Melo, tem passado por alguns dias mais difíceis durante o processo de vacinação.
Ora o vice-almirante ouviu, deu palavras de motivação e, no final, uma recompensa: um emblema da “task force” de vacinação que, garantiu a enfermeira, colocará na sua farda e que fará inveja aos netos, escuteiros.
A oferta serve «para mostrar que fazemos parte da mesma equipa», explicou Gouveia e Melo.
Uma equipa que, adiantou o coordenador da “Task Force”, terá pela frente «quatro semanas intensivas de vacinação: as próximas três e ainda a primeira semana de Setembro».
Por isso, era «importante estar com as pessoas para fazer essa preparação quer psicológica, quer logística. Para a semana, vamos dar, de certeza, mais de 500 mil primeiras doses e vamos fazer um grande avanço do processo de vacinação, fruto do reforço que o Ministério da Saúde conseguiu fazer das vacinas da Pfizer, negociado com a Polónia».
Segundo o responsável, chegam, na segunda-feira, a Portugal «perto de 300 mil vacinas. Depois, na outra segunda-feira, mais 300 mil, isto além das que já estavam planeadas. Também já chegaram vacinas da Janssen. Portanto, é todo este esforço que agora nos vai permitir ter este impulso final para vencermos de uma vez por todas este vírus».
Nesta altura, e até ao final desta sexta-feira, está aberto o autoagendamento da vacinação apenas para jovens de 16 e 17 anos, que, explicou Gouveia e Melo, serão vacinados no fim de semana de 14 e 15 de Agosto.
Até agora, revelou, «já agendaram a vacinação cerca de 70 mil jovens. Depois, se este processo não ficar concluído, vamos fazer agendamento através das nossas bases de dados, chamando as pessoas que faltam [para o mesmo fim de semana]. Nós queremos é vacinar esses jovens e queremos dar-lhes oportunidade de serem vacinados».
E a importância de vacinar também os mais jovens, mesmo aqueles entre os 12 e os 15 anos, é explicada pelo vice-almirante de forma pedagógica: «se o vírus tiver água para nadar, vai nadar nessa água e vai infetar essa água. Por isso, toda a água que eu conseguir retirar da piscina serve para travar o vírus».
E, para já, revelou Gouveia e Melo quase 70% dessa água já foi retirada, uma vez que «estamos muito perto. Já estamos a menos de 1 ponto percentual» de atingir os 70% de população vacinada contra a Covid-19, algo que vai acontecer «entre 8 e 15 de Agosto».
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