Pais não compreendem diferença de tratamento entre Algarve e Lisboa no fecho das escolas

FRAPAL considera que esta decisão, conhecida ontem, dia 27, «foi tomada sem audição prévia dos principais interessados: as famílias»

A Federação Regional de Associações de Pais do Algarve (FRAPAL) disse, esta segunda-feira, 28 de Junho, dia em que começou a suspensão do ensino presencial em cinco concelhos, não compreender «a disparidade de tratamento» entre o Algarve e Lisboa e Vale do Tejo. 

Numa nota enviada à imprensa, a FRAPAL considera que esta decisão, conhecida ontem, dia 27, «foi tomada sem audição prévia dos principais interessados: as famílias, não esquecendo que a suspensão das aulas presenciais para os alunos do 1º e 2º ciclos do Ensino Básico em cinco concelhos do Algarve tem impacto em quase 50% da população estudantil dessa faixa etária».

«Aparentemente, o processo de controlo turma a turma já não é suficiente para se evitar uma escalada de infeções» em Albufeira, Faro, Loulé, Olhão e São Brás de Alportel «afeta dramaticamente muitas famílias, com muito pouco tempo de antecedência para programarem as suas vidas nas próximas duas semanas».

Nesta nota, a FRAPAL questiona ainda o que «se fará aos alunos dos Jardins de Infância» ou com os estudantes «com necessidades especiais», se «irão passar pelo mesmo problema já sentido anteriormente, durante o ensino à distância».

A Federação das Associações de Pais também levanta problemas em relação ao fim do ano letivo.

«Estas duas semanas em regime a distância deverão ser consideradas para efeitos de avaliação? Nem todas as famílias dispõem ainda dos recursos necessários ou das mesmas condições domésticas», considera.

E «o apoio do estado permanece para os pais e encarregados de educação por conta de outrem? Quando será disponibilizado?», questiona.

Por fim, a FRAPAL também mostra preocupação com os apoios presenciais que, iriam decorrem em sala de aula nas escolas secundárias, «destinados aos alunos que irão fazer exames nacionais».

A decisão de suspender as aulas presenciais para o 1º e 2º ciclos nestes cinco municípios algarvios foi conhecida no final deste domingo e teve em conta a situação epidemiológica.

Em declarações aos jornalistas já hoje, a delegada regional de Saúde do Algarve disse que o estado da pandemia levou a que fosse necessário «fazer qualquer coisa».

Segundo a Administração Regional de Saúde (ARS), há atualmente «816 casos confirmados ativos de Covid-19», nestes concelhos, com uma taxa de incidência a 14 dias (casos por 100.000 habitantes) de 583 para Albufeira, 329 para Faro, 448 para Loulé, 403 para Olhão e 326 para São Brás de Alportel».

 



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