1º Festival de Caminhadas de Monchique marcado para os feriados de Junho

O tema desta nova iniciativa será a água

Caminhada na Serra de Monchique – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

A primeira edição do Festival de Caminhadas de Monchique vai decorrer de 10 a 13 de Junho, nos trilhos daquela serra, com ofertas para todos os gostos, idades e formas físicas.

A novidade foi anunciada ontem por Rui André, presidente da Câmara de Monchique, entidade que organiza este que será o quarto festival de caminhadas a surgir na região algarvia. O autarca falava precisamente na sessão de encerramento das ações de capacitação “Preparar Monchique para o produto Walking”, promovidas pelo projeto “Revitalizar Monchique – o Turismo como Catalisador”, no âmbito do qual o novo certame é promovido e financiado.

Rui André acrescentou que o tema deste novo festival será a água, um elemento omnipresente na paisagem e nas vivências na serra de Monchique. «Faltava, aqui em Monchique, um evento à volta da água e a melhor forma de o promovermos é através das caminhadas», explicou. «Temos aqui águas sagradas, água das ribeiras, água termal, água dos tanques de rega…até temos a água ardente!», brincou.

Assim, «à volta do tema da água, dos caminhos da água», Monchique já está «a preparar, com a nossa pequena equipa, um evento muito aliciante, ao nosso estilo. Quem já conhece os nossos eventos, sabe como é, veja-se o festival das Camélias».

Cascata do Barbelote, na Serra de Monchique – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Apesar de faltar pouco mais de um mês, o programa ainda está a ser definido, mas o presidente da Câmara avançou que haverá uma série de eventos e atividades à volta das caminhadas: «teremos workshops, ateliês, caminhadas temáticas, caminhadas desportivas, banhos de floresta, teatro, meditação, ioga», enumerou.

Serão «quatro dias de relação de pessoas com a água, com a natureza, com a serra, num conjunto de propostas muito aliciantes que estamos a construir», acrescentou Rui André.

A campanha de promoção, que irá contar com diversas peças, nomeadamente um vídeo promocional, está a ser produzida pela empresa algarvia 1000olhos, de Aljezur.

«Durante a próxima semana, terão mais novidades sobre este tema», prometeu o autarca Rui André.

Anabela Santos, técnica superior da associação Almargem, que organiza outro dos festivais de caminhadas algarvios – o de Barão de São João, Lagos – e que é a promotora da Via Algarviana e do projeto «Revitalizar Monchique», salientou que a Algarve Walking Season é «um bom exemplo de sinergias», de trabalho em rede. «Estamos a falar da Câmara de Alcoutim, agora a de Monchique, a cooperativa QRER e a Almargem», entidades que criaram um calendário ao longo do ano, com atividades de caminhada, mas com festivais diferentes – o de Barão de São João tem uma particularidade, o do Ameixial tem outra, o de Alcoutim igualmente e o de Monchique também terá».

«Cada um dos festivais tem a sua identidade e os próprios sítios onde decorrem são completamente diferentes, as paisagens são diferentes», frisou Anabela Santos, explicando que isso garante um público fiel a este tipo de eventos.

 

Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Em 2020, por causa da pandemia, o único que se realizou foi o Festival de Caminhadas de Barão de São João, em Novembro. «Tivemos um boom de interesse, abrimos as inscrições e, no primeiro dia, tivemos cerca de 400 pessoas interessadas. Apesar das grandes restrições impostas pela pandemia, não tínhamos só pessoas do Algarve, havia gente que veio de Coimbra, de Lisboa e até de mais longe», recordou.

«Não conheço ninguém que não queira ir caminhar em Monchique. Mas, mais do que isso, as pessoas querem ficar em Monchique, não querem apenas caminhar. Quem se inscrever, sobretudo se o fizer em mais do que um dia de atividades, vai querer pernoitar no território, vai querer comer, até pelo facto de Monchique ser conhecido pela qualidade da sua gastronomia». E tudo isso traz dinâmica e negócio à economia local, seja ao nível do alojamento, seja da restauração, das empresas de animação turística ou dos parceiros de outras áreas, como os produtores de enchidos, mel, pão, artesanato, aguardente de medronho, doçaria.

Por seu lado, Ana Vargues, gestora do produto Natureza, Desporto e Saúde e Bem Estar da Associação Turismo do Algarve, afirmou não ter «dúvidas de que estes festivais integrados na Algarve Walking Season são uma mais valia para a competitividade do Algarve, para mostrar que, ao longo de todo o ano, aqui decorrem iniciativas, com uma oferta diversificada».

Uma das questões faladas na mesa redonda de encerramento das ações de capacitação dirigidas aos empresários locais do alojamento e de animação turística foi o facto de o turismo de natureza no Algarve, nomeadamente as caminhadas, estar a conquistar cada vez mais adeptos na Europa. Os maiores mercados emissores de ecoturistas são a Alemanha e a Holanda e, antes da pandemia, eram também estas as nacionalidades da maior parte dos caminhantes no Algarve e até dos visitantes no Posto de Turismo de Monchique. Mas estão também a crescer os franceses e até os portugueses.

Este ano, devido à pandemia, a grande aposta deste 1º Festival de Caminhadas de Monchique será no mercado regional e nacional, até porque, como salientou Anabela Santos, «o Algarve, nesta questão dos festivais de caminhadas, está à frente das outras regiões do país».

Mas a responsável da Almargem salientou também que «é preciso pensar na continuidade do projeto» deste festival em Monchique. «A primeira edição é financiada a 100%, porque ainda está dentro do projeto Revitalizar Monchique. Mas é preciso que, nas próximas edições, o novo executivo da Câmara de Monchique, seja ele qual for, queira a sua continuidade, queira investir no projeto, nem que seja dando-lhe um cunho pessoal, mas não o deixando cair».

O programa do 1º Festival de Caminhadas de Monchique deverá ser disponibilizado na próxima semana, assim como as inscrições. Para já, neste fim de semana de 8 e 9 de Maio, regressa o pioneiro Walking Festival Ameixial, naquela freguesia da serra do Caldeirão, interior do concelho de Loulé. Nada como desconfinar ao ar livre e em total segurança.

 



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