Parlamento debate proibição de armadilhas para aves

Tema vai ao Parlamento, no âmbito da petição #ArmadilhasNÃO, lançada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves

Foto: Luís Ferreira

Os deputados da Assembleia da República vão discutir amanhã, 14 de Abril, a possibilidade de proibir o fabrico, posse e venda de armadilhas para aves.

Este tema vai ao Parlamento, no âmbito da petição #ArmadilhasNÃO, lançada pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), contando já com mais de quatro mil assinaturas, apelando aos deputados para «tornarem a lei mais eficaz para combater a captura ilegal de aves, evitar a morte de 40 a 180 mil aves por ano e proteger a saúde dos nossos campos», diz a SPEA.

«Esta quarta-feira, os deputados têm uma oportunidade para melhorar a lei, para que não seja preciso esperar até as aves serem mortas ou capturadas para responsabilizar os culpados. Esperamos que correspondam à vontade dos muitos cidadãos que assinaram a nossa petição, ponham de parte diferenças partidárias, e se unam para proibir de vez estas armadilhas», diz Joaquim Teodósio, coordenador do Departamento de Conservação Terrestre da SPEA.

 

Foto: Luís Ferreira

 

Apesar de protegidas por lei nacional e europeia, estima-se que 283 mil aves foram capturadas em Portugal entre 2011 e 2017, a fim de serem vendidas como animais de companhia ou consumidas.

Também o Tribunal Europeu de Justiça decretou, no início de maio de 2020, que o uso de visgo (uma cola artesanal destinada à captura de aves) é ilegal perante a Diretiva Aves da UE.

«No entanto, estes crimes passam geralmente impunes por serem difíceis de detetar e investigar, em parte porque embora seja ilegal capturar ou caçar estas aves, os meios usados para estas capturas não são atualmente proibidos», salienta a SPEA, referindo ainda que «estes meios, como as armadilhas de mola (também conhecidas por costelos ou esparrelas), as redes e o visgo, apanham indiscriminadamente qualquer ave que neles caia, pondo em risco não só as aves mas também o equilíbrio dos ecossistemas».

Joaquim Teodósio afirma ainda que «as aves controlam pragas, são cruciais para manter a saúde dos nossos campos. Mas para manter estas aves a salvo, não chega proibir que sejam capturadas: é necessário proibir também os meios que permitem capturá-las. Quem tem armadilhas, é porque as vai usar».



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