PSD acusa: “Bazuca” vai passar ao lado do Algarve

«A “bazuca” passará ao largo do Algarve, esbanjando uma oportunidade soberana de atacar estrangulamentos crónicos e superar um paradigma de desenvolvimento que se encontra próximo do esgotamento»

A Comissão Política Distrital do PSD Algarve acusou hoje o Governo de não ter «dinheiro nem estratégia para a região», pelo que «a “Bazuca” vai passar ao lado» da região.

Em comunicado, os social-democratas salientam que o Algarve «atravessa a maior crise de que há memória. Nenhuma outra região do país sofre tamanha redução do PIB e aumento de desemprego, esta última registando acréscimos homólogos que têm oscilado entre 60% e 200 %, consoante os meses. O Algarve vive uma tragédia económica e social».

Nesse sentido, «aguardava-se que o Plano de Recuperação e Resiliência, vulgo bazuca, acautelasse a necessidade de intervir de modo mais robusto nos territórios em que se regista maior destruição de capacidade produtiva, sobretudo após o Governo ter abdicado do plano especifico de emergência para a região que tinha anunciado em Julho».

No entanto, salienta o PSD, «nada disto sucede».

É que, defendem, «dos 13,9 mil milhões de euros previstos com execução até 2026, o Algarve beneficiará diretamente de uma fatia de 1,7 %, perto de 250 milhões de euros, muito aquém dos perto de 5% da população e da economia que detém».

Há «investimentos decisivos para a região» que foram excluídos: «o Hospital Central do Algarve, a requalificação da EN-125, a ligação ferroviária ao aeroporto e a Espanha, o Porto de Portimão, apenas para citar as mais flagrantes. Tal significa que até 2026 estas intervenções não serão realidade».

Por outro lado, frisa o PSD algarvio, «os sectores mais afligidos pela crise – turismo, restauração e comércio – não têm qualquer verba prevista para a sua recuperação, facto que, numa região como o Algarve, maioritariamente dependente destas atividades, com as empresas altamente endividadas e o emprego em severo risco, é muito lesivo».

O único aspeto positivo que o PSD/Algarve encontra no PRR é «a previsão de verbas para a eficiência hídrica da região, de modo a estruturar uma resposta para as alterações climáticas».

No entanto, mesmo aí, os social-democratas consideram que «é negativo que o documento não apresente qualquer visão de mudança para a região, alicerçada na diversificação de atividades económicas, com vista a construir uma economia mais equilibrada, socialmente mais inclusiva e estruturalmente mais responsável».

É igualmente «negativo» que o PRR «não contemple medidas para atrair investimento em sectores mais atrofiados, abdique de desenvolver áreas com potencial – como o mar, a biotecnologia, etc – nem invista em qualificar áreas já sedimentadas e que precisam de progredir na cadeia de valor».

Em suma, garante a CPD do PSD Algarve no seu comunicado, «a “bazuca” passará ao largo do Algarve, esbanjando uma oportunidade soberana de atacar estrangulamentos crónicos e superar um paradigma de desenvolvimento que se encontra próximo do esgotamento».

 

 



Comentários

pub