«Calvário» das portagens começou há 9 anos, lembram utentes da Via do Infante

Portagens começaram a ser cobradas na Via do Infante no dia 8 de Dezembro de 2011

Assinalam-se hoje «9 anos de calvário no Algarve» resultantes da introdução de portagens na Via do Infante, recordou ao Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI).

O movimento2, que lutou contra a introdução desta taxa desde o início, lembra que as portagens, «impostas pelo Governo PSD/CDS, com o apoio do PS», começaram a ser cobradas «precisamente no dia 8 de Dezembro de 2011».

«Têm sido 9 anos de autêntico calvário para o Algarve, em que a mobilidade na região regrediu mais de 20 anos e as desigualdades territoriais se agravaram», considera a CUVI.

«Os prejuízos económicos e sociais têm sido enormes e muitas vidas se perderam, pois a Via do Infante portajada obrigou ao desvio em massa do trânsito para a EN125, ainda hoje não totalmente requalificada entre Olhão e Vila Real de Santo António e que tem potenciado os acidentes rodoviários. PS e PSD ao não resolverem de vez esta saga, são os principais responsáveis pela discriminação das populações do Algarve», segundo os ativistas anti-portagens.

Ainda assim, a CUVI não deixa de considerar «uma medida positiva» a redução do preço das portagens em 50% a partir de Julho, uma proposta do PSD que foi aprovada com os votos da maioria dos deputados à Assembleia da República – só o PS e a Iniciativa Liberal votaram contra.

A decisão «representa algum alívio para os utentes, empresas e populações, mas o que se impõe é a abolição, pura e simplesmente das portagens na região. É uma luta que a Comissão de Utentes continuará a prosseguir até ao fim. O PS, há uns anos atrás, prometeu uma redução das taxas de portagem em 50%, mas nunca cumpriu. Mas agora acabou por vergar por força do voto das oposições na Assembleia da República».

A CUVI não desistiu, no entanto, de ver abolidas as portagens na Via do Infante, que é o que «devia ocorrer», numa altura «em que o Algarve está a viver uma das mais graves crises da sua história e que se vai agravar dramaticamente, por força da pandemia, da monocultura do turismo e da falta de apoios por parte do Governo».

«O Governo não tem intenções de responder, positivamente, à emergência social e económica que o Algarve está a atravessar. A região já conta com mais de 25 mil desempregados e é previsível que muitas empresas sejam atiradas para a falência, fazendo aumentar o desemprego, as dificuldades e as necessidades das populações», acusa o movimento.

«Desta forma, o Governo deve suspender as portagens no Algarve, tal como estipula a Resolução da Assembleia da República n.º 50/2001, de 20 de Junho de 2020. Ou seja, o Governo deve cumprir o que foi aprovado no Parlamento. Além disso, a PPP da Via do Infante (tal como todas as outras) é muito ruinosa para o Estado, transferindo este para os bolsos da concessionária privada dezenas de milhões de euros todos os anos, verbas dos contribuintes que faltam para combater a crise, para o SNS, para o investimento. E o primeiro-ministro deve cumprir de vez a palavra dada ao Algarve em 2015: que, se fosse Governo, acabava com as portagens no Algarve. Até aos dias de hoje essa promessa não passou de palavras vazias e incumpridas», concluiu a CUVI.

 

 



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