Fotografia rara de tartarugas vale prémio internacional ao algarvio João Rodrigues

«Estou mesmo muito feliz porque estes prémios são do melhor que há a nível mundial», confessou João Rodrigues

A foto premiada das duas tartarugas-oliva (Lepidochelys olivacea) a copular, da autoria de João Rodrigues

Podem chamar-lhe destino ou acaso, mas João Rodrigues prefere falar em «recompensa pelo esforço». Em Maio de 2019, o fotógrafo subaquático algarvio andava nos mares da Baixa Califórnia Sul (México) à procura de raias voadoras, mas acabou por fotografar algo «muito raro»: duas tartarugas-oliva (Lepidochelys olivacea) a «copular em mar aberto». E foi esse momento – «esses segundos» – que lhe valeu o prémio “Remarkable Artwork” na categoria “Animals in Their Environment” dos Siena International Photo Awards, cujos vencedores foram conhecidos esta quarta-feira, 28 de Outubro.

Falar em destino pode mesmo ser o mais acertado. É que, além da história de como nasceu esta fotografia, João Rodrigues nem estava para concorrer a estes prémios.

«Não tinha mesmo isso pensado, mas depois acabei por fazê-lo e olha…foi brutal. Estou mesmo muito feliz, porque estes prémios são do melhor que há a nível mundial», confessou ao Sul Informação. 

O acaso que levou a que esta foto fosse tirada também é contado pelo próprio.

«Eu andava à procura das raias voadoras. Estávamos há seis ou sete horas sem encontrar nada, um calor infernal, e, já cansados, decidimos voltar. Quando estamos a regressar, reparei em algo na água que me parecia um golfinho morto. Assim que cheguei mais perto, percebi que eram duas tartarugas a copular, o que é raro acontecer assim em mar aberto».

 

João Rodrigues e a sua equipa

 

«Ainda consegui tirar duas fotos e uma delas acabou por ganhar este prémio. A fotografia tem um grande significado, por ser algo raro e esta ser a segunda espécie de tartaruga mais pequena do mundo. Foi como encontrar uma agulha no palheiro. Foi sorte, aqui foi sorte, mas quero acreditar que foi um género de recompensa pelo meu esforço».

Para João Rodrigues, que também é o autor do documentário de conservação marinha “Cavalos de Guerra”, esta fotografia «mostra a beleza dos oceanos e passa uma mensagem que, mesmo sendo mais positiva, serve na mesma para alertar e sensibilizar as pessoas».

Como explica o fotógrafo, «a tartaruga-oliva está classificada na Lista Vermelha da União Mundial da Conservação da Natureza como espécie vulnerável. Como nidifica num número muito reduzido de praias, qualquer distúrbio poderá ter consequências e repercussões trágicas em toda a população».

Agora, João Rodrigues vai participar na cerimónia de entrega dos prémios, em Siena (Itália), durante o mês de Novembro, onde receberá um certificado. A sua fotografia também vai ser exibida na exposição “Imagine all the People Sharing all the World“, «algo que é fantástico».

«Mais uma vez, o que retiro, com toda esta minha história, é que o oceano nos dá aquilo que quer», conclui.

 

 

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