Reuniões familiares estão na origem da maioria dos casos recentes de Covid-19 no Algarve

Algarve tem das taxas de transmissibilidade mais baixas de Portugal

Os casos recentes de Covid-19 no Algarve resultam sobretudo de «reuniões familiares», revelou hoje a delegada regional de Saúde.

Os novos casos que foram sendo registados em Julho e Agosto resultaram «de reuniões familiares, na maior parte das vezes, famílias que se encontravam, com emigrantes, com pessoas de outras regiões, provenientes de três ou quatro locais diferentes, em que haveria algum deles infetado e contagiava os familiares», «tal como aconteceu na região Norte», explicou Ana Cristina Guerreiro.

Aliás, sublinhou, «as festas, casamentos, batizados», «umas mais legais que outras», também foram a origem de alguns casos.

Mas houve ainda contágios «em contexto laboral, num restaurante ou outro», alguns deles obrigados a fechar durante algum tempo.

A delegada regional acrescentou que, apesar ser uma das principais preocupações das autoridades antes do início da época balnear, não se verificou um aumento de casos motivado pela transmissão do vírus nas praias.

«Em relação às praias, situação de que tínhamos muito medo inicialmente, as coisas até correram bem. Dos casos [registados no Algarve durante o Verão], não temos noção de que tenham advindo de contactos na praia», disse.

Na conferência de imprensa quinzenal da Comissão Distrital de Proteção Civil, em Loulé, Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde, (ARS) sublinhou mesmo que o RT, que indica o grau de transmissibilidade na comunidade, é no Algarve de 1,07, dos mais baixos do Continente. Este RT significa que, na região, cada pessoa infetada contagia em média 1,07 outras pessoas.

«Alguns poderiam esperar que tivesse subido muito o RT, e que, graças ao turismo, tivéssemos aqui um aumento muito significativo da transmissibilidade na região. Isso não se verificou», garantiu aquele responsável.

«Apesar de todos os turistas nacionais e estrangeiros, que tivemos e ainda estamos a ter, apesar de estarmos já numa fase que é crescente a nível europeu e também a nível nacional, no Algarve a situação está relativamente contida e com um RT que, embora seja acima de 1, nos tranquiliza em relação ao que foi o ano turístico».

O secretário de Estado José Apolinário, coordenador regional da resposta à pandemia, acrescentou que «foi possível ter um Verão em segurança no Algarve».

«Obrigado, com todas as letras, aos turistas nacionais e não nacionais, que escolheram o Algarve para as suas férias», frisou.

Assim sendo, não deveria o Algarve ter um regime de exceção relativamente à Situação de Contingência que se inicia, em todo o país, a partir das 00h00 de amanhã, dia 15?

Paulo Morgado pensa que não: «a prudência manda que a situação de contingência seja aplicada a nível nacional, não havendo exceção relativamente ao Algarve».

Precisamente porque se prevê que a pandemia possa agravar-se no Outono e Inverno, a ARS Algarve está a preparar um reforço das equipas, com a contratação de médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e assistentes técnicos e operacionais.

Paulo Morgado sublinhou o «esforço» de «capacitação do SNS para dar resposta» à situação da pandemia, revelando que a ARS Algarve «já contratou 189 profissionais – 49 enfermeiros, 18 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, 42 assistentes técnicos, 77 assistentes operacionais e 3 técnicos superiores».

O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), por seu lado, «contratou 6 médicos, 47 enfermeiros, 5 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, 16 assistentes técnicos, 54 assistentes operacionais e 4 técnicos superiores».

Mas mais profissionais poderão reforçar o SNS, já que o presidente da ARS Algarve anunciou que vão ainda ser contratados «9 médicos, que serão para apoio às unidades de saúde pública, 1 técnico de Farmácia, 9 psicólogos e 7 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, 29 assistentes técnicos e 13 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica». Prevê-se que estes concursos sejam abertos «em breve».

«Há aqui um esforço da parte das instituições, quer seja a ARS Algarve, enquanto responsável pelos cuidados de saúde primários, quer o CHUA, no sentido de reforçar a sua capacidade em termos de profissionais».

A este reforço ligado à Covid, juntam-se os concursos normais para contratação de médicos especialistas, que estão abertos. A ARS Algarve tem «35 vagas para os seus centros de saúde, medicina geral e familiar», enquanto o CHUA tem «42 vagas abertas para médicos em muitas especialidades».

 

 

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